Froncks's
Amanhã será a primeira vez que Gail pisará em uma escola, durante todos esses anos ela ficou em casa com uma babá, pois Alexander e nem eu queríamos coloca-la em uma escolinha ou creche por isso durante quatro anos ela ficou com uma babá pela parte da tarde, já que eu ficava com ela durante a manhã e isso iria continuar.
Gail estava eufórica e a cada cinco minutos fazia uma pergunta diferente ou ia checar o seu material ou uniforme, fora quando ela começava a fazer os seus discursos todos fofinhos e Alexander dizia que ela tinha futuro na política, mas eu nem sequer cogitava em vê-la em Brasília no meio de um monte de pessoas corruptas.
Alexander? Alexander continua o mesmo de sempre, maníaco por controle mais ainda e cada vez mais alucinado quando se referem a sexo. Completamente bobo por sua filha, vive enchendo-a de mimos e carinhos que há vezes que eu tenho a certeza que ela gosta mais dele do que de mim, que a carreguei por nove meses.
Discutimos algumas vezes por isso, mas ele sempre tem um argumento e na maioria das vezes ele disse com a sua voz rouca aveludada na minha orelha: "Claro que ela gosta mais de mim! Não se esqueça que fui eu que plantei aquela sementinha..." . E eu sempre respondia: "Mas foi eu que a germinou..." e sempre acabava com essa frase: "Porque estamos falando a teoria se pudemos comprovar a pratica?" e aí era mais uma noite de sexo ou amor alucinante que deixava todo o meu corpo dormente e leve como uma pluma.
- Mamãe eu tenho que me arrumar! – Gail falava mais uma vez rumando pro seu quarto no andar de cima, Alexander riu e se aproximou de mim.
- E lá vamos nós! – ele murmurou se levantando do sofá e me fazendo levantar junto. Subimos as escadas e encontramos Gail remexendo na sua mochila pela milésima vez naquele dia. – Quero ver daqui dez anos se ela vai ter essa disposição toda!
- Alexander! – resmunguei rindo e o belisquei levemente, andei até Gail pegando a nos meus braços. – Hora do banho mocinha!
- Papai! – ela estendeu os braços para o Alexander que de prontidão agarrou-a levando pro banheiro. Deixei que fossem, enquanto Alexander dava banho na Gail separei seu pijama e desci pra fazer a janta.
***
Coloquei Gail já dormindo em sua cama e puxei seu cobertor por cima para aquecê-la, desliguei a luz e liguei a do abajur. Depositei um beijo na sua testa e saí na ponta dos pés do quarto, mas isso não adiantou já que assim que cheguei à porta escutei um barulho virei-me pra trás e era Abigail com o travesseiro em mãos, abraçando-o.
- Pensa que vai onde? – indaguei girando meu corpo em 360° graus.
Papai não cantou pra eu mimir... – falou toda manhosa enquanto coçava o olho com a mão em um gesto de sono.
- Tá, vamos lá... – falei amolecida, peguei-a no colo e a levei pro meu quarto onde o Alexander estava devidamente sentado enquanto mexia no not. Deixei Gail ao seu lado e entrei no banheiro, tomei um banho rápido e vesti a minha camisola.
Assim que saí do quarto os dois estavam acordados e olhando diretamente para o not, deixei que eles percebessem a minha presença e dei um tempo pra eles se arrumarem. Penteei o meu cabelo e o amarrei em um coque para em seguida escutar o Alexander cantando uma das músicas infantis da Galinha Pintadinha que Gail adorava.
Me aproximei e deitei ao lado de Alexander na cama, já que Abigal estava deitada sob o peito do pai enquanto o mesmo cantava e fazia cafuné. E assim fiquei admirando-os e também escutando a doce e sexy melodia que é a voz do meu marido quando ele canta.
-Se essa rua, se essa rua fosse minha eu mandava, eu mandava ladrilhar com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes para o meu, para o meu amor passar... – e assim ele olhou pra mim abrindo um daqueles sorrisos maravilhosos que me deixa tonta e logo desviou o olhar pra filha que respirava tranquilamente em seu sono.
- Vou leva-la pra cama... – sussurrei me levantando e parando no outro lado da cama.
- Acho que não vai dar não Isa. – ele murmurou me fitando com o cenho franzido.
- Por quê? – indaguei.
- Olha... – ele falou erguendo a sua mão e Abigail segurava firmemente o dedo do meio dele, ele tentou faze-la largar, mas foi em vão.
- Igual quando pequenina... – sussurrei nostálgica voltando pro meu lugar na cama. Dei um selinho no Alexander e me aproximei mais dos meus amores.
***
- Mamãe, papai! – escutei uma vozinha e logo um cutucão, abri os olhos lentamente e Abigail estava devidamente acordada com seus olhos castanhos brilhantes atentos.
- Que foi? – murmurei fitando-a enquanto me acostumava com a luz do sol.
- Escola, Gail... – ela falou se sentando na cama.
- Que horas são? – voltei a perguntar, mas daí me dei conta que a minha filha de quatro aninhos não iria saber. Olhei o relógio e ele marcava 10h45 e é estávamos atrasados, dei um pulo da cama e Gail me seguiu para seu quarto. – Gail vai lá acordar seu pai, vai?
- Eba! – não sei por que ela gostava de acordar o seu pai que na maioria das vezes acordava de mal humor.
Tempo depois Alexander chegou segurando Abigail no colo e entrando como um vento no banheiro, primeiramente estranhei e por isso estava o seguindo quando ele de supetão gritou:
- TOALHA! – me assustando, dei meia volta e peguei a tolha de banho de Gail, entrei no banheiro e deixei a mesma no balcão. Saí do quarto e andei até o meu, tomei um banho rápido e vesti um vestido que ia à altura do joelho calçando uma sapatilha em seguida. Sequei meu cabelo e desci para o andar de baixo onde Lice cozinhava e um cheiro divino dominava a cozinha.
Preparei a mamadeira de Gail e voltei pro seu quarto encontrando ela e Alexander discutindo sobre alguma coisa, o que eu descobri ser sobre como se usava um arquinho. Esperei ela se vestir e lhe entreguei a mamadeira enquanto o Alexander ia se arrumar e tomar banho.
***
Estamos a caminho da escola e eu estou mais nervosa que a minha filha que neste momento está sentada no banco de trás, Alexander está totalmente concentrado dirigindo, mas sei que a sua cabeça está longe. Ele estacionou em frente à escola e assim descemos do carro, na verdade Abigail só não foi à primeira por causa do cinto de segurança.
Pegamos seus materiais e entramos na escola seguindo o fluxo de pais, paramos em frente a sua sala e entramos deixando perto de algumas crianças. Nos agachamos a sua frente e os meus olhos se encheram de lágrimas.
- Filha se comporte e qualquer coisa já sabe! – falei abraçando-a fortemente.
– E não deixe menino se aproximar, tô de olho! – Alexander brincou beijando-lhe a testa.
- Pais espero que já tenham feito a despedida! – a professora falou, nos levantamos e demos o último tchau pra Gail que sorriu e correu pra perto da professora acenando um tchau. Saímos da sala abraçados e as minhas lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
- Tá chorando por quê? – Alexander perguntou enquanto secava as lágrimas.
- Não sei... – murmurei a contra gosto.
- Abigail está crescendo rápido demais...
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Passado Contra Futuro
Teen Fiction"O passado é uma roupa que não nos serve mais..." - Belchior Isadora é uma jovem mulher de 21 verões, seus cabelos são negros como a noite, sua face reflete a luz da lua e sua voz é uma doce melodia incrivelmente sexy, já seus olhos cor de mel hipno...