Eight

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Froncks's

Meu Deus, o que foi que você fez? Isadora sua burra, não era pra ter beijado o cara na boca, podia ter dado um beijinho na bochecha! Gritava a minha consciência quando o barulho da porta do motorista deu fim ao beijo. Após termos parado o beijo ele me olhou meio incrédulo e a minha vontade era de cavar um buraco e meter a minha cabeça dentro ou sair correndo, mas já que não podia fazer nenhuma dessas duas coisas apenas virei o rosto para o outro lado e Jones deu as comandas para Amaral.

Ele até tentou puxar assunto comigo, mas para mim os borrões que eu enxergava pela janela do carro eram bem mais interessantes e pelo fato de eu estar ignorando-o ele desistiu de tentar falar comigo. Assim que vi a rua onde eu morava só faltou eu quicar no banco de tanta alegria ou tristeza, já que eu estava completamente dividida.

Amaral estacionou em frente ao prédio em que eu morava e quando estava abrindo a porta, o Jones trancou-a me fazendo olha-lo incrédula pelo seu ato e me arrependi quando meu olhar encontrou os seus que estavam cobertos com uma tempestade de sentimentos não falados, nem demonstrados.

- Posso sair? - indaguei com a voz tremula.

- Quero falar com você... - e ele acenou para que Amaral saísse para nos deixar a sós. Assim que Amaral abriu a porta, eu abri a minha e em um pulo eu estava fora do carro com a minha bolsa e meus remédios em mãos.

- Senhorita! - gritou Amaral que estava tentando me alcançar quando Jones o chamou de volta. Virei meu rosto para trás e vi a sua feição de desaprovação e decepção. Que merda! Eu não posso me envolver, meu passado é muito fodido!

Assim que as portas do elevador se abriram apertei freneticamente o botão do meu andar que cheguei a pensar que ela iria afundar com a tamanha pressão que eu colocava sobre ele. Quando ele chegou ao meu andar sai apressadamente, cacei a chave na bolsa e entrei trancando a porta.

Passei reto pela sala, andei até a cozinha e enchi um copo com água. Peguei o copo e o levei junto comigo para o quarto, me despi e corri para o banheiro onde passei mais ou menos trinta minutos de muita reflexão e pensamentos nada bem-vindos. Coloquei meu pijama mais menininha que eu tinha e tomei meu remédio para dor que o médico havia prescrito e um para dormir, me jogando na cama e adormecendo.

***

No dia seguinte eu fui trabalhar sob os protestos de Michel, mas o fato era que eu não iria ficar caminhando de um lado para o outro e eu precisava de algo para ocupar a minha mente se não, provavelmente, iria ficar louca. Meus pensamentos giravam em torno do Jones e a cada vez que alguém tocava no nome dele meu coração acelerava freneticamente me fazendo enxergar o além, o fato foi que certo dia passou na Tv uma reportagem dele saindo com uma mulher de um restaurante e eu estava secando um copo no momento e assim que vi aquilo eu senti meu corpo ficar mole como gelatina e soltei o copo, quebrando-o em mil pedacinhos. E para o meu azar Jo estava me fazendo companhia.

Então, ela praticamente me obrigou a contar tudo o que havia acontecido naquela noite e naquela manhã, ela por parte me entendeu, pois sabia como a minha vida era antes de eu me mudar, mas uma coisa que ela me disse ficou na minha cabeça: "É errando que se aprende, e eu acho que você já deu muitas cabeçadas em vão por seguir a sua cabeça, agora pense direitinho e siga o seu coração. Dê uma chance ao Alexander..." e saiu me deixando mais confusa ainda.

O resto da semana passou praticamente voando, até que na sexta-feira eu senti um perfume extremamente bom e másculo adentrando a minha sala e eu sabia quem era só por esse cheiro bom.

Flashback on

O dia hoje foi tumultuado e por eu estar com o pé imobilizado, Michel resolveu que até eu melhorar eu deveria fazer todas as coisas sentada. Quando eu queria falar com ele, era pra eu ligar ou mandar um e-mail invés de ir falar pessoalmente para ele, pois se eu não o obedecesse ele iria me demitir e isso era uma coisa que eu não queria.

Passado Contra FuturoOnde histórias criam vida. Descubra agora