Froncks's
Afobada e apressada saí pelos corredores daquele hospital, apertando freneticamente o botão do elevador para que acontecesse um milagre e assim em um piscar de olhos eu estivesse no colo do Jones, mas isso não aconteceu. Assim que elevador chegou ao térreo corri para fora e andei em direção ao estacionamento, e depois de muito esforço achei o carro.
Desliguei o alarme e entrei, ligando o carro e pisando fundo no acelerador, saí cantando pneus e a cada rua que eu passava era um sentimento diferente que me inundava. Os raios brilhantes e amarelados do sol deram lugar a nuvens pretas e carregadas de chuva, raios e trovões.
Quando eu cheguei à rua certa, meu coração deu um solavanco me deixando sem ar, a coragem que antes me invadia agora parecia ter sido levada junto com o sol. Estacionei perto do condomínio e esperei a coragem voltar, apoiei a minha cabeça no banco e esperei, esperei e nada veio, o que veio foi mais chuva ainda e raios.
E foi quando um trovão me despertou que eu tomei coragem, reuni todas as minhas forças abri a porta e corri pela calçada extensa desviando de pessoas, lixeiras, plantas quando estava na frente do elevador é que eu fui parar de correr. Entrei no elevador e apertei o botão da cobertura, enquanto meus pés batucavam no chão e as minhas unhas eram destruídas.
Quando as portas do elevador se abriram me deparei com um hall de luxo sofisticado, o nervosismo era tanto que eu não sentia nenhum membro mais, mas o fato é que a coragem ainda estava presente em mim. Andei até a porta e toquei a campainha e nada, toquei novamente e estava quase desistindo quando escutei um "Já vai caralho" Jones está em casa e provavelmente sozinho.
Assim que ele abriu a porta, eu pude notar seus trajes: nada, a não ser uma tolha enrolada na cintura e uma nas mãos. Ele me olhou surpreso, parecia não acreditar que eu estava na sua frente, passamos alguns minutos um olhando o outro tentando e tentando decifrar o que se passava entre nós.
- Froncks? – ele disse assim que encontrou a sua voz, e assim que eu a escutei senti a minha nuca se arrepiar.
- Posso entrar? – perguntei meio sem jeito.
- Pode... – ele respondeu indiferente, me dando espaço. Recuei e me agachei para tirar os meus tênis que estavam encharcados, notei o seu olhar sobre mim. Deixei os tênis no hall e entrei no apartamento, no qual eu já havia ido uma única vez.
- Obrigada... – agradeci e ele me olhou confuso, mas deu de ombros e fechou a porta, para logo em seguida me guiar para o sofá. Sentei-me em uma ponta do sofá e ele em outra. E assim se passaram alguns minutos, minutos de silêncio.
- O que você veio fazer aqui? – ele perguntou sem rodeio. Amo homens rápidos!
- Eu vim tirar tudo a limpo... – suspirei e me aproximei dele ao notar a sua expressão. – Por que você está me tratando mal e me ignorando depois daquele beijo?
- Não estou te ignorando! – ele respondeu de imediato, arqueei uma sobrancelha e perguntei:
- Ah é?! Não é o que parece! – rebati. – Você deve ter me entendido mal quando eu saí correndo daquele carro após o beijo, mas o fato era que eu não queria me envolver com você por causa do meu passado, mas confesso que foi difícil ter você me ignorando e foi aí que eu percebi que eu gostava de você! E aquelas suas palavras, o beijo, o gosto da sua boca, a sua pegada, o jeito que você cuidou de mim e a textura da sua pele nunca mais saiu da minha mente... - Ele me olhou atônito, tentando assimilar tudo o que eu havia falado. Continuei. – Eu sinto que estou fazendo o que o meu coração diz, e ele diz que é pra mim me abrir com você e expor os meus sentimentos na mesa, isso eu estou fazendo... Eu gosto de você Jones, mais do que eu queria, mas eu sei que o meu passado é um fardo muito pesado para alguém como você carregar...

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Passado Contra Futuro
Dla nastolatków"O passado é uma roupa que não nos serve mais..." - Belchior Isadora é uma jovem mulher de 21 verões, seus cabelos são negros como a noite, sua face reflete a luz da lua e sua voz é uma doce melodia incrivelmente sexy, já seus olhos cor de mel hipno...