SLEEVE

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Lawrence POV

Alycia: e então?

Assim que saí da sala de Camila Cabello, vulgo demônio, a Alycia do RH estava me esperando do lado de fora com uma galera toda ao seu redor. Enfiei as mãos nos bolsos com os lábios torcidos, em expressão de desapontamento.

Lawrence: não foi dessa vez – quando falei todos suspiraram desacreditando – ela simplesmente me dispensou.

Dinah: eu sabia! – exclamou uma loira ao lado de Alycia. Era muito bonita e elegante, portava um celular em mãos – vou avisar para o pessoal que o cara dançou. Estava todo mundo achando que você ia ficar – e saiu. Aos poucos, a rodinha foi se desfazendo e Alycia veio para o meu lado.

Alycia: mas como ela pode ter te dispensado? Seu currículo é incrível, sua formação é excelente! – lamentou-se, e por um minuto tive medo da garota chorar – oh Deus!

Lawrence: calma, tudo bem – toquei seu ombro – vai aparecer alguém a altura dela. Pode demorar, mas vai.

Alycia: é, mas até que esse alguém apareça, sou eu quem tem que sofrer aturando essa megera! – suspirou limpando algumas lágrimas que caiam por sua bochecha. Segurei sua mão compreensivamente – obrigado por ter tentado, Lawrence. É uma pena não te ter por aqui. Cheguei a pensar que iria ser você a mudá-la.

Lawrence: pois é, não foi dessa vez...

Enquanto conversávamos, notei que em uma das mesas do escritório enorme havia uma garotinha sentada perto do computador de uma delas soprando bolinhas de sabão. As mesmas voam pela janela alta fazendo-a rir baixinho. Era muito bonita e familiar. Usava um uniforme escolar azul, tinha o cabelo longo, liso e escuro. Familiar. Os olhos grandes e verdes, o rosto de boneca e também reconhecível aos meus olhos. Me pareceu ser a coisinha mais graciosa do mundo naquele momento; um anjo, uma princesa.

Alycia: ...Lawrence? – ouvi meu nome e então me voltei para ela novamente, percebendo que por todo o tempo em que fiquei olhando a garotinha Alycia esteve falando comigo – você ouviu o que eu disse?

Lawrence: ouvi, é sim – assenti, cocei a cabeça intrigado – Alycia, desculpe, mas... Sendo tão perturbada como é, como a poderosa chefona pode permitir que os empregados tragam os filhos para cá? Ela vai ficar uma fera quando ver essa menina sentada naquela mesa...

Seguindo meu dedo que apontou a pequena, os olhos de Alycia se arregalaram quando viu a menina. Fiquei sem entender de início, mas logo saquei quando prosseguiu.

Alycia: MEL! – gritou, e no exato instante a menininha olhou para ela deixando o potinho que segurava o sabão para fazer as bolinhas cair no chão aos seus pés – pelo amor de Deus, desce dai querida! Se a sua mãe te ver ai em cima vai sair matando todo mundo nesse lugar... Por favor!

Sua mãe?

Aquela mulher grossa e arrogante era mãe? Mãe de uma criaturinha tão linda? Como um homem era capaz de aturar aquela pessoa por uma vida inteira a ponto de ter uma filha com ela? Então era tudo uma capa? Será que existiria vida dentro daquela casca, será que existia sentimento naquele coração? Notei novamente a familiaridade no rosto da pequena; sim, o cabelo era idêntico ao da megera, o rosto lembrava demais; eram parecidas, exceto pelos olhos e a doçura que exalava da criança. Era por isso que a menina estava ali, porque era filha da patroa! Claro!

Melany: desculpa tia Alycia! – disse com a voz muito culpada – já vou descer...

Foi tudo muito rápido. Olhei para a garota, olhei para o chão cheio de sabão sobre o piso altamente escorregadio e olhei para a grande distância que ela teria que pular até alcançar o chão. Resultado?

In The Name Of Love - Versão CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora