WOUNDED HEART

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Camila POV


Meu cérebro explodia. Era vontade de gritar, chorar e tudo mais.

Mel: nossa mais já?

Assim que fechei a porta, vi minha filha sentada na sala um pouco longe.

Desanimada, caminhei até o sofá e coloquei minha bolsa sobre ele, me jogando na outra ponta. Suspirei e fechei os olhos, apoiando a cabeça na almofada ao lado. Melany estava a minha frente me encarando de um jeitinho meigo, carinhoso, um tanto preocupado. Aquilo serviu para que meu astral se elevasse, aparentando em frente a ela que tudo estava bem.

Camila: sai cedo. Estou com um pouco de dor de cabeça

Menti, pois o motivo por ter chegado em casa as quatro era o caos que estava o escritório e Lawrence.

Se passasse mais um minuto na presença dele uma bomba ia explodir, porque a cada segundo que passava seus olhos estavam mais intensamente sobre mim, mais curiosos... Decepcionados por minha atitude. Por certo fiz uma tempestade em copo d'água apenas para me vingar. Não me vingar dele por ter me chamado de vagabunda nas entrelinhas, mas por ter chegado em minha vida, arrasado com tudo e me fazer pensar nele em todas as circunstancias. Até mesmo quando olhava para minha filha.

Melany lembrava Lawrence. Seus olhinhos verdes eram tão puros quanto os dele; a tonalidade era muito parecida... Seu rosto, seu tom de pele claro e leitoso... As bochechinhas rosadas, as caretas quando estava triste ou feliz. O som das risadas... Isso irritava! Até hoje, ela nunca me lembrou ninguém a não ser eu. Em seu cabelo escuro, em seu jeito de ser irreversivelmente teimoso e soberano. Era coisa de minha cabeça, talvez...

Mel: se eu pudesse, faria um chá pra você e uma massagem bem gostosa na sua cabeça, mamãe

Tombou a cabeça na almofada de forma meiga

– mas o gesso não deixa!

Camila: não tem problema meu amor

Me levantei e fui até ela. Abaixei e beijei seu rosto e sua testa

– mamãe está bem. Não se preocupe, é só estresse. Vou tomar um banho quente e tudo ficará bem

Assentiu sorrindo para mim

– cadê a Amber?

Mel: está no banheiro

E voltou a ver seu desenho.

Subi para o quarto e passei a chave. Não que Mel ou Amber fossem me incomodar, mas era a forma que achei para me sentir protegida de alguém me ver chorando. Porque foi isso que fiz. Chorei. Esse verbo idiota começou a fazer mais parte de minha vida atualmente do que quando fiquei grávida. Chorar era comum agora por culpa daquele idiota.

Sentei em minha cama depois de tirar a roupa e peguei o telefone. Pensei em ligar para minha mãe, mas ela estava em Londres com meu pai de férias. Ou seja, impossível. Pensei em meu único amigo, Troye, mas ele deveria estar no escritório correndo com todo mundo para entregar as fotos que pedi. Até em Alycia pensei, porém se ouvisse minha voz era capaz de quebrar o telefone, pois com razão estava revoltada comigo. Foi ai que me dei conta de que estava totalmente sozinha. Com exceção de Melany, ninguém se importava comigo realmente. Ninguém ligava para meu bem estar, para meu coração ferido. Ninguém.

Entrei no chuveiro e deixei a água quente cair sobre mim. Me apoiei na parede e respirei lentamente; meu plano fora por água a baixo. Ninguém ficou bravo com Lawrence por ele supostamente ter errado no envio das fotos; todos se voltaram contra mim. Será que havia sido tão nítido a minha intenção de prejudica-lo? E agora até eu mesma me odiava. Me odiava por ter sido tão infantil, por ter o tratado como lixo. Por não assumir para mim mesma que havia me apaixonado por ele.

In The Name Of Love - Versão CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora