Capítulo 14

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Terminei de montar a mala com toalha, biquini, roupas íntimas, produtos de higiene corporais e protetor solar. Eu escolhi para hoje um vestido branco acinturado e uma rasteirinha colorida, e uma trança lateral. Por conta da noite mal dormida tive que abusar do corretivo hoje, mas de resto deixei a make a mais natural possível, sabe aquela make cara de que nasci bonita assim? Então.
Ricardo segurava uma pequena mala de mão assim como eu, ele usava uma bermuda listrada, camiseta polo branca, óculos escuros e uma alpargata no pé.
— Vamos? — Perguntou ele
— Claro — Disse e sorri, ele de despediu de Piper e saímos, chamamos um uber e assim que chegamos ao local do churrasco, Ricardo capturou minha mão ligando o modo atuação novamente. Fomos recepcionados pela mãe de Débora, uma mulher esbelta, na casa dos seus 50 e poucos anos, atualmente loira igual a filha, diria que ela já passara por algumas aplicações de botox pela falta de rugas na cara e uma bela aplicação de silicone. Ela vestia a parte de cima do biquini com uma saia de cintura alta longa toda estampada. As unhas vermelhas compridas combinavam perfeitamente com sua boca carnuda da mesma cor.
— Ai minha querida entre!! Estão todos lá nos fundos da casa, podem deixar as bolsas na sala — disse me abraçando e abraçando Ricardo.
— Obrigada dona Renata, muito bom revela!
— Que isso meu doce, eu quem estou feliz com esse reencontro! — disse ela e então capturou um copo de martini na bandeja do garçom e disse que precisava sair e solucionar alguns problemas.
— Que mulher mais.....artificial — sussurrou Ricardo assim que ela saiu.
— Ela não era assim, ela costumava ser bem mais natural, até que se separou do marido, um ano antes de eu me mudar, por ter descoberto que na verdade ele jogava para todos os lados. De certo isso mexeu com a cabeça dela um pouco. — expliquei.
Fomos até a sala deixar as bolsas e então fomos para o quintal, vários convidados conversavam alegremente em volta da piscina, mais ao lado varias mesas e cadeiras eram encontradas, a decoração variava em tons pastéis de roxo, azul e rosa. Alguns garçons rodeavam a festa oferecendo churrasco ou drinks. Havia um pessoal na piscina, em sua maioria crianças, e os noivos dançavam alegremente próximo ao DJ.
— Eles devem de estar gastando muito com esse casamento, não sei de onde a Deb tirou tanto dinheiro — comentei analisando o lugar, avistamos a Tati acenando de uma mesa para nós e então fomos ao seu encontro.
— Ai que bom que vocês chegaram! Eu não conheço ninguém desse lugar — a morena torceu o nariz
— Achei que você não estaria aqui — Disse me sentando
— Eu também, mas a Deb me ligou desesperada implorando para que eu viesse e ajudasse ela a entrar na roupa — Tati disse apontando com a cabeça para o vestido de costas abertas da amiga que rodopiava pela pista de dança.
— Ela está linda, aliás tudo isso esta muito bonito. — Comentei
— Ai menina tudo graças a família do Lourenzo que aparentemente é montada na grana — Tati disse e tomou um gole de seu coquetel — pela Deb mesmo eles teriam se casado em uma igreja pequena com uma festa para os íntimos, você sabe.
— Ela parece estar feliz com a ostentação — Ricardo observou.
— Bem, o dinheiro muda as pessoas não é mesmo? — Tati rebateu.
Comemos alguns espetinhos deliciosos, Tati bebeu mais alguns coquetéis, eu preferi ficar só na água por hoje e Ricardo no suco, a conversa estava sendo muito agradável, relembramos algumas histórias da infância e Ricardo revelou algumas da dele, poucas, mas muito divertidas.
Resolvi então ir ao banheiro, e na saída dou de cara com o Bruno novamente.
— Parece que só nos encontramos assim — Ele disse deixando a mostra aquelas lindas covinhas quando sorriu
— Pelo menos dessa vez você não quase me derrubou — zombei fazendo ele rir
— Me perdoe por aquilo — ele disse passando a mão na nuca — Você fica bem de branco — ele me elogiou, analisei sua roupa, uma bermuda branca e camiseta listrada. Bruno fazia a linha cara fofo, seus cachos, covinhas e postura meio desengonçada, mas mesmo assim não era de se jogar fora.
— Obrigada — sorri
— Hã...eu estava pensando se você.... — Alguém o chamou nessa hora — Só um minuto! — ele gritou e se voltou a mim novamente — Desculpe.
— Ah não, tudo bem, pode ir ver o que querem! Eu estava voltando para a mesa mesmo, não tem problema, depois nos falamos — Disse, ele pareceu chateado com a resposta mas concordou, se despediu depositando um beijo em minha bochecha e saiu, enquanto eu voltei para a mesa.
— Quem era aquele? — Perguntou Ricardo
— Hummmm ciumento? — Brincou Tati — Aquele é o primo do Lourenzo, um fofo mas meio bobão pro meu gosto. Vai dizer que ele deu em cima de você também amiga? — ela me olhou
— Olha, eu não diria dar em cima, mas acho que ele estava prestes a me chamar para algo — disse mesmo — Ele me parece fofo.....para um menino, não para um homem. — Conclui.
— Ele não viu que você está acompanhada? — Ricardo perguntou subindo a sobrancelha.
— Aparentemente não — Dei com os ombros — Mas de qualquer forma ele iria descobrir assim que eu contasse a ele — disse amigavelmente e então me virei para pegar um espetinho na bandeja do garçom, Ricardo apenas sorriu em resposta.
A festa continuou sem fortes emoções, apenas nós três conversando muito, comendo pra caramba, principalmente na hora dos doces, caramba como eu amei aqueles docinhos de damasco!! Lá pelas sete quando estávamos indo embora, a Tati nos chamou e perguntou se não estaríamos a fim de ir para alguma baladinha essa noite, olhei para Ricardo esperando sua resposta, afinal, essa opção teria que ser por escolha dele, não estava afim de pagar horas extras. Mas para minha surpresa ele aceitou, então ficou combinado da Tati passar lá no apartamento 23 horas. Nos despedimos e fomos para a entrada da casa esperar pelo uber.
— Achei que você não fosse querer ir — falei assim que entramos no carro
— E porque não? — Ele perguntou me olhando
— Não é obrigação sua...quero dizer, você só tinha que ir e aguentar meus amigos nos eventos relacionados ao casamento. — Disse baixinho. Ricardo suspirou e balançou a cabeça negativamente.
— Você não quer que eu vá? É isso? — perguntou me olhando nos olhos.
— Não! Não é isso, eu apenas quero que você não se sinta obrigado — tentei deixar claro para ele que eu não poderia pagar a mais.
— Eu estou indo por vontade própria Emily. Já disse, eu gostei muito dela. — Ricardo disse me olhando, e então virou a cabeça para encarar a rua. E foi então que minha ficha caiu, Ricardo deve de ter realmente gostado de Tatiane! E por algum motivo, aquilo não me deixou feliz, acredito que deve ter sido por isso me lembrar ao Peter e o medo de acontecer algo semelhante, apesar de não termos nada, as pessoas pensam que temos. Passei os braços ao meu redor me abraçando só em pensar que hoje a noite, por ser sua folga pode ser que ele entenda como uma boa oportunidade para ir fundo em sua vontade. Estremeci só de pensar.
Chegamos ao prédio e subimos em silêncio.
— Aconteceu alguma coisa? — ele perguntou assim que entramos no apartamento, apenas neguei com a cabeça e disse que iria tomar um banho, ele concordou e foi brincar com Piper que a essa altura do campeonato já pulava em cima dele.

Meu Namorado de Aluguel (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora