Meu Namorado de Aluguel (Concluída)

Capítulo 9

— Então você odeia roxo? — Perguntou Ricardo intrigado
— Não está entre minhas cores preferidas — Levantei os ombros e sorri para ele, estávamos quase chegando no Rio, o piloto já havia informado que dentro de alguns minutos iríamos aterrissar.
— E qual é sua preferida? — Perguntou educadamente
— Não tenho uma preferida, gosto de muitas cores, mas definitivamente roxo não está entre elas! — falei e ele riu — Mas e você?
— Preto, uma cor coringa que fica bem com tudo. — disse confiante
— Oh sim, fica mesmo... — fomos informados que iríamos pousar e para retornarmos as cadeiras para a posição vertical e guardar as mesinhas.
— Você viaja muito? — perguntei curiosa
— Bem, você diz a trabalho ou...a lazer? — Ele passou a mão na nuca, talvez desconfortável?
— Bem, você decide.
— Geralmente a trabalho não costumo viajar muito, no máximo ir a cidades próximas, não são muitas acompanhantes que gostam da idéia de bancar hotel, passagens aéreas... — oh...entendido o desconforto — Mas a lazer, sim, sempre que posso adoro viajar. Conhecer lugares novo, diferentes culturas, tudo isso me fascina! — Completou ele.
Saímos do avião, pegamos nossa mala e assim que saímos demos de cara com a minha mãe que acenava ansiosa para mim.
— Dona....Kátia? — Perguntou Ricardo testando seus estudos sob minha lista
— Isso — respondi baixo — Mãe! — falei abrindo os braços para ela que logo se juntou a mim em um abraço apertado.
— Oh meu amor, quando ficamos sabendo da sua vinda nem acreditamos!
— Eu sei mãe, fiquei um pouco na dúvida se deveria vir, mas a Déb não tem culpa de nada — disse desconfortável com o assunto que estávamos prestes a entrar.
— Oh e vejam só, quem temos aqui? — mamãe se virou para Rodrigo, como se soubesse que não queria entrar no "assunto proibido"
— Ricardo Mendes, prazer — Disse ele estendendo a mão para ela, mas mamãe nunca foi muito de formalidades e logo dispensou sua mão e o puxou para um abraço apertado.
— Oh meu filho deixe as formalidades para o casamento, aqui nós somos tudo família, certo Mimi? — Estremeci, não sei se foi por ter escutado minha mãe se referindo a todos nós como família ou por ter escutado meu antigo apelido. Me forcei a sorrir e concordei com ela.
Ela nos levou até meu antigo apartamento, aquela rua me trazia más lembranças, aquele prédio, mas o pior estaria por vir....aquele apartamento.
— Pedi a seu pai que passasse no mercado e abastecesse sua geladeira. — mamãe falou olhando a rua enquanto dirigia.
— Podíamos ter feito isso, nem vamos ficar por muito tempo, e você sabe como o papai é exagerado. — falei baixo analisando as casas e prédios passando por nós, meu prédio ficava no fim da rua.
— Bobagem! — exclamou ela — Vocês tem que descansar! Amanhã será um longo dia.
— Eu sei. — Minha voz saiu mais como um sussurro. Chegamos ao prédio e ela rapidamente pegou o controle do portão e o abriu.
— Ajudo vocês com a mala. — Disse ela entrando no prédio.
— Não precisa mãe. — Disse apressadamente, não sei como será minha reação ao entrar no apartamento, mas garanto que seria pior com minha mãe junto. — O Ricardo me ajuda — conclui. Ela me olhou de canto de olho e suspirou, como se soubesse o que eu estava pensando.
— Bem, tudo bem... já que insiste. — Ela estacionou o carro e logo o Ricardo a ajudou a tirar as coisas do porta malas, eu fui chamando o elevador.
Nos despedimos da mamãe e fomos para o elevador.
— Qual é o problema? — Ricardo perguntou assim que as portas se fecharam.
— Não é nada — disse baixo
— Emily... posso não te conhecer a muito tempo, mas sei que algo está errado. Quer que eu vá para um hotel? É isso? — perguntou ele calmo
— Não. Eu só....faz tanto tempo que não entro aqui...A última vez foi quando. — meu coração apertou — Eu resolvi deixar minha cidade e ir para São Paulo começar uma vida nova. — Disse balançando a cabeça para espantar meus pensamentos. A porta do elevador se abriu e lá estava ela, a porta de madeira com os números 524 desbotados colados nela.
— Vamos? — Perguntou ele segurando as malas.
— Vamos. — Respondi receosa.