Remember Me [L.S]

Capítulo 1. "Who are you?"

Eu estava ficando sem esperanças.

Essa era a melhor frase para me definir, e o pior dos meus sentimentos. Já faziam dois anos que Louis estava naquela cama de hospital e eu estava quase surtando. Dois anos! A droga de dois anos sem saber se ele iria realmente acordar.

Os médicos diziam que as chances de ele acordar eram pequenas, mas as chances de ele, se caso acordar, ser com sequelas, eram grandes.

Eu só queria que ele acordasse, depois nós víamos como proceder.

Nesse tempo eu percebi o quanto Louis é importante em minha vida, e prometi a mim mesmo que quando ele acordasse, eu iria dizer que o amava. Já estava guardando isso há muito tempo.

Suspirei olhando seu rosto tão doce, ele dormia serenamente, sem dar nenhuma pista de se iria acordar agora ou daqui há muito tempo. Eu não queria esperar muito mais.

— Filho? — Olhei para trás e vi minha mãe me olhando apreensiva. Ela sempre vinha comigo para me amparar quando eu não aguentava a tristeza de ver meu anjo nessa cama.

— Oi, mãe. — Eu murmurei e sorri triste.

— Tenho que te falar uma coisa, mas preciso que venha até o consultório do médico que está acompanhando o Louis. — Ela disse, eu franzi a testa confuso, mas assenti concordando.

Caminhei até Louis e beijei sua testa dizendo que voltaria logo. Segui minha mãe até o consultório médico e fiquei ainda mais confuso quando vi os pais de Louis lá também.

— O que está acontecendo aqui? — Cruzei os braços arqueando uma sobrancelha.

— Sente-se Harry, temos uma notícia não muito boa. — Olhei para a mãe de Louis, Johannah, e notei que havia dor em sua voz.

— Sejam diretos, por favor. — Me sentei ao lado do pai de meu garoto, Mark, que sorriu triste apertando minha mão.

— Bem, já deve saber que o hospital só tem verba para manter pessoas em coma por seis meses. Os pais de Louis resolveram esperar mais e pagaram por cada custo, isso durou mais um ano e meio. — O médico disse, eu assenti já sabendo de tudo aquilo. — Mas os pais de Louis estão perdendo a esperança de que ele acorde, e resolveram desligar as máquinas. — Engoli em seco sentindo como se o chão estivesse sumindo.

— Não podem fazer isso! É dinheiro o problema? Eu pago! Posso trabalhar e pagar se minha família não quiser ajudar. Mas por favor, não façam isso! — As lágrimas desciam por meu rosto sem que eu tivesse controle.

— Nós precisamos fazer isso, querido. Não podemos mais alimentar nossas esperanças. — A mãe de Louis disse, ela também chorava muito.

— Tá! Tudo bem, mas me deixem apenas me despedir. — Pedi quase suplicando.

Os pais de Louis se olharam e assentiram para mim. Não esperei dizerem mais nada e corri até o quarto de meu garoto. Quando cheguei lá me abaixei ao seu lado e chorei soluçando forte.

— Meu anjo, me desculpa. Eu consegui convencer seus pais a pagarem sua estadia aqui, mas eles não podem mais. Eu só queria dizer que te amo, muito mesmo. Me desculpa não te proteger, eu nunca vou me perdoar. — Olhei para Louis e beijei sua testa, uma última vez.

— Eu te amo. — Sussurrei levantando e dei as costas me afastando.

— Oi. — Uma voz rouca sussurrou e me virei instantaneamente vendo Louis me encarando confuso. — Quem é você?

E então meu mundo caiu.