Capítulo 2. "I do not remember you."

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As pessoas entravam no quarto e corriam para abraçar Louis, ele sorria para todos dizendo seus nomes e eu ia ficando para trás, perdido em minha angústia. Seria possível que ele não lembrasse apenas de mim? Que merda eu fiz para merecer isso?

— Harry? Venha comigo, por favor. — Olhei para o médico de Louis e assenti o seguindo. — Entre, pode sentar.

— Por que ele não lembra de mim? Por que não lembra apenas de mim? Eu sou o melhor amigo dele. — Eu chorava como uma criança, sem me importar no que aquele homem ia pensar de mim.

— Eu preciso fazer uma bateria de exames nele, e então eu lhe digo. Por agora peço que não converse com ele, pode deixar ele mais confuso. — Assenti ainda tentando entender. — Fique aqui mais um tempo, eu vou falar com ele.

O médico Michael saiu e me deixei sentar mais confortável, fiquei olhando para o teto lembrando de cada momento que vivi com Louis.

Algumas horas depois.

— E então, já sabe dizer o que houve? — Perguntei apreensivo. Eu estava até agora sem ver Louis, os pais dele seguiram a risca as ordens médicas.

— Bem, a última pessoa que ele viu quando sofreu o acidente foi você, não é? — O médico perguntou, eu assenti. — Talvez ele tenha entrado em choque quando pensou que iria morrer e não lhe ver mais, e o cérebro dele bloqueou as memórias com você para ele não sofrer. — Balancei a cabeça entendendo.

— Então, ele não vai lembrar de mim nunca? — As palavras saíram assustadas de meus lábios.

— Não, talvez ele lembre, não é certeza. Mas você não está impedido de tentar. — O médico disse, e os pais de Louis concordaram sorrindo.

— Posso ir vê-lo? — Perguntei com esperança brilhando nos olhos.

— Claro. — Johannah sorriu carinhosamente.

Me levantei e andei apressado até o quarto de Louis, bati na porta e a abri lentamente quando ouvi ele dizendo que podia entrar. — Oi, moço que disse que me ama mas não lembro quem é. — Seu sorriso doce me fez sorrir também, ele tinha esse efeito bom sobre mim.

— Acreditaria se eu dissesse que sou seu melhor amigo e nos conhecemos desde a infância? — Perguntei, ele negou fazendo uma careta confusa.

— Eu não lembro de você, em nenhum momento. — Suspirei assentindo, Louis sorriu triste. Ele ficava mal quando não fazia alguém feliz, isso não tinha mudado.

— Bem, você quer lembrar de mim? — Perguntei apreensivo e com o coração na mão esperando um 'sim'.

— Eu não sei, você pode me dar um tempo? Sei lá, uns meses. Eu prometo que vou pensar sobre isso e ver se quero ou não lembrar de você. — Ele disse.

E mesmo que a ideia de ficar um dia longe dele me assustava, eu o faria se era para o seu bem.

— Ok, eu prometo entrar em contato em alguns meses. — Eu disse, ele assentiu sorrindo fraco. — Posso te dar um abraço?

Louis encolheu os ombros e abriu os braços. — Por quê não? — Perguntou sorrindo.

Caminhei até ele e o abracei o mais apertado que pude. — Eu volto para te buscar. — Murmurei em seu ouvido vendo ele ficar arrepiado como sempre ficava.

Louis fechou os olhos quando eu beijei sua testa lentamente querendo passar todo meu carinho para ele naquele momento.

Eu não iria deixar que Louis ficasse o resto de sua vida sem lembrar de mim, nunca em um milhão de anos.

Remember Me [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora