Capítulo 5 - The date.

1.9K 194 47
                                    

Tirei o carro da garagem e o estacionei em frente a casa de Louis. Caminhei até a porta tocando a campainha, logo ele veio atender e lhe mostrei meu melhor sorriso.

— Tão pontual. — Brincou me abraçando e sorri pelo contato.

— Sempre fui. — Murmurei meio triste por saber que ele não lembrava disso. — E não é complicado quando se mora em frente sua casa. — Brinquei o fazendo rir.

— Estou saindo! — Avisou recebendo um aceno positivo de seus pais, ele fechou a porta de modo que não pude falar com seus pais, eles nem ao menos me viram.

— Pronto? — Perguntei quando já estávamos dentro do carro.

— Claro. — Sorriu me olhando e abrindo um sorriso que eu conhecia bem, ele dizia: Me leve para conhecer seu mundo.

Eu não corria muito apesar de as ruas estarem vazias, nos levei até um restaurante que era nosso preferido quando ele ainda sabia quem eu era. Ele não era do tipo sofisticado, mas era bem confortável. Servia desde lagosta até batata frita, gostávamos desse estilo dele.

— Eu conheço esse lugar, já estive aqui? — Ele me olhou curioso dividindo seu olhar entre mim e a fachada do lugar.

— Grande parte de sua infância e adolescência. — Sorri descendo do carro e caminhando até a porta do carona para a abrir para ele.

— Obrigado. — Murmurou com as bochechas vermelhas.

— Vamos? — Perguntei e ele assentiu segurando minha mão estendida, sorri por ele não achar estranho.

Caminhamos até a entrada e o levei até a mesa que sempre ficávamos, era na janela, Louis gostava de olhar o movimento no estacionamento.

— Em que posso... Meu Deus! Faz tanto tempo que vocês não vêm aqui! — Sorri para Suzie que abraçou Louis e depois a mim. — Já estão namorando? Eu sabia que Harry iria conseguir conquistar você, são perfeitos um para o outro e...

— Calma! — Pedi segurando a mão de Suzie, que respirou fundo recuperando o fôlego.

— Eu lembro desse seu jeito afobado. — Louis murmurou me fazendo sorrir.

— Lembra? Como assim? — Suzie franziu a testa.

Nem todos sabiam do acidente de Louis, só quem morava mais perto. E o restaurante era um pouco longe de nossas casas.

— Depois te explico, Suzie. Pode nos trazer o que sempre vínhamos comer? — Ela sorriu e assentiu se afastando.

— Nem todos sabem do meu acidente? — Ele perguntou, eu encolhi os ombros.

— Pelo visto, não. — Respondi, ele assentiu e ficou brincando com seus dedos em cima da mesa. — Como vai Stan?— Perguntei fingindo estar curioso.

— Bem, eu falei para ele que você veio falar comigo, mas ele não gostou muito. Então quando você me chamou para sair eu resolvi não contar, ele poderia ficar com raiva. Mas não é como se eu estivesse traindo ele. — Ele sorriu e não pude evitar um sorriso.

— Aqui, aproveitem. — Suzie deixou nossos pedidos em cima da mesa e saiu rapidamente.

— Nossa, eu amo milk shake de morango, como sabe? Ah! Esquece. — Ele corou me fazendo rir.

— Não sei, adivinhei? — Brinquei para cortar seu constrangimento e Louis tirou o canudo dos lábios para sorrir timidamente.

— Me conte sobre você, já que eu não sei nada. — Ele sorriu triste.

— Bem, moro sozinho depois que meus pais se mudaram para deixar a casa para mim, eu tinha 16 anos quando isso aconteceu. — Sorri quando o vi fazer uma careta confusa. — Eu sei que foi cedo, mas eu praticamente vinha implorando isso, e eles cederam porque eu era responsável e porque a casa que iriam morar era no fim da rua. — Ele sorriu e concordou com a cabeça.

— E agora que mora sozinho deve levar muitas garotas, não é? — Louis sorriu malicioso.

— Não, eu nunca fui de namorar muito. Nem de transar sem compromisso. É o velho clichê de ficar esperando a pessoa certa. — Sorri ficando com vergonha. — Uma bobagem. — Revirei os olhos.

— Não! De jeito nenhum. Isso é muito legal, na verdade. Eu também penso assim. — Ele disse, eu assenti já sabendo disso.

— Achei que Stan fosse o certo. — Murmurei mordendo um pedaço do meu hambúrguer.

— E deveria, mas eu não sinto isso. — Ele sorriu triste. — Vamos voltar a falar de você? — Encolhi os ombros. Me sentia mal tendo de contar coisas sobre mim que ele já sabia, mas era necessário se eu quisesse que ele lembrasse.

Uma hora depois.

— Foi muito legal, obrigado. — Louis sorriu e beijou meu rosto.

Ele fez menção de sair do carro, mas parou e respirou fundo.

— O que houve, Louis? — Perguntei curioso.

— Seria loucura se eu dissesse que quero ir com você para a viagem que você disse? — Louis perguntou e eu franzi a testa.

— Considerando que você primeiro disse 'não', seria um pouco. — Murmurei. — Mas por que está mudando de ideia?

— Olha, desde que eu acordei, todos tem estado no meu pé. O tempo todo preocupados comigo, como se eu fosse esquecer de algo ou desmaiar. Eu só não aguento mais. — Louis resmungou.

— Isso só quer dizer que estão preocupados com você. — Murmurei e Louis revirou os olhos.

— Eu sei, entendo isso. Mas é só que me sinto sufocado. E desde que você me convidou para essa viagem, eu fiquei pensando em aceitar. Eu neguei de primeira porque é maluquice ir em algo assim com alguém que não conheço, quer dizer, que não lembro. — Louis disse e eu assenti não ligando, ele tinha um bom ponto. — Meus pais quase não me deixam sair com Stanley, que é meu namorado. Mas quando falei para eles que ia jantar com você, eles deixaram sem problemas, porque confiam em você. Então não estou vendo mais tanto problema em ir nessa viagem. — Ele explicou.

— Ok, só vamos avisar seus pais e...

— Não! — Louis disse rápido me assustando. — Se dissermos, eles vão querer ir junto. E aí vai ser a mesma coisa de estar aqui com eles. Eu quero que vá só você e eu. — Louis disse.

— Louis, isso sim é loucura. Se fizermos isso, seus pais não vão confiar mais em mim, e eu gosto muito deles. Sem contar em como vão ficar preocupados. — Falei e ele suspirou. — Olha, eu vou nessa viagem com você, só os avise, tá bom? — Pedi e ele concordou.

Louis se virou para a porta, mas então voltou novamente.

— E se eu só deixasse um bilhete? — Perguntou e eu ri.

— Explique tudo nesse bilhete, e então estaremos bem. — Murmurei e acenou que sim com a cabeça.

Entrei para Louis papel e caneta, ele escreveu por uns cinco minutos, enquanto eu apenas observava o quanto ele ficava bonito concentrado no que fazia. Eu era completamente bobo por Louis.

— Prontinho. — Ele disse sorrindo quando terminou.

— Vai deixar debaixo da porta? — Perguntei rindo.

— Exatamente. — Louis sorriu saindo do carro.

Ele caminhou até a entrada de sua casa, se abaixou e passou o bilhete por baixo da porta como eu sugeri, então levantou e voltou para o carro.

— Vamos? — Ele perguntou, eu sorri concordando.

Liguei o carro e parti para o nosso lugar.

Remember Me [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora