21-Parte I

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Hoje é o dia. Logo quando acordei, liguei para o Victor. Ele estava com uma voz carregada de sono. Me desculpei e perguntei se ele gostaria de ir torcer por nós. Reclamou um pouquinho, mas aceitou. Quando terminei de arrumar minhas coisas, fui ao quarto da minha mãe, dei uma abraço nela e sai. Victor já me esperava na frente da casa dele com uma mochila nas costas. Passaríamos pouco mais que dois dias fora. Quando me aproximei, começamos a andar em direção ao ginásio.

Chegando lá, Fábio, Lucas e Carlos já nos esperavam. Uma menina e o técnico também nos aguardavam.

-Até que enfim. - disse Fábio.

-Nem estamos atrasados.

-Eu sei. - disse ele dando um risada.

-Ei, Matheus, faz favor. - chamou Carlos.

-Oi Carlos. - disse.

-E aí... Matheus, essa é minha namorada Esther. Esther, esse é o meu amigo Matheus.

-Prazer. - disse, levantando a mão e fazendo um leve aceno.

-Prazer, Matheus. Ouvi falar muito de você. - disse ela.

-Espero que somente coisas boas. - sorri.

-Ela vai nos acompanhar para torcer por nós hoje. - disse Carlos.

-Que bom. Agora temos dois torcedores na arquibancada. - disse.

Esther somente balançou a cabeça, afirmando e sorrindo. Ela era uma garota pouco maior que eu. Tinha olhos castanhos, luzes loiras em seu cabelo moreno e liso. Devia ter entre 18 e 20 anos.

-Vamos lá pessoal, entrar no ônibus? - falou o técnico.

Fábio e Lucas sentaram na última fileira das poltronas do microônibus. Eu e Victor na penúltima. Carlos e Esther duas fileiras a frente e o técnico em um banco próximo ao motorista.

Colocamos nossas mochilas em um compartimento acima de nossas cabeças e retiramos apenas um cobertor, pois estava frio. Ainda era madrugada quando saímos. Todas as provas seriam realizadas hoje. Tanto a individual quanto o revezamento. Fiquei pensando se conseguiríamos passar para as regionais com a nossa equipe de revezamento.

Esther estava com a cabeça apoiada no ombro do Carlos, que por sua vez estava com sua cabeça apoiada no vidro da janela; o técnico estava tomando café; o burburinho atrás de mim e do Victor havia cessado; e Victor, ao meu lado, dormia de frente para mim. Ele se mexeu e depois, de olhos fechados, ficou procurando algo debaixo do cobertor que cobria nós dois. Senti sua mão gelada na minha. Ficou segurando-a e acho que depois dormiu.

Mal fechei os olhos e quando abri, vi todo mundo me olhando, já com as mochilas nas costas.

-Já chegamos? - perguntei.

-Sim. - disse Victor.

-Mal dormi. – disse, me virando para a janela tentando ter mais alguns minutos de sono.

-Vamos logo. - disse Victor me puxando.

-Deixa ele dormir um pouco. Vai precisar de energia para daqui a pouco. - disse Carlos.

-Enquanto ele dorme, vamos confirmar nossas inscrições. - ouvi o Fábio dizer. E foi só isso.

-Eu gosto muito de você.- minha voz parecia de uma criança.

-Cala boca! Quando eu for embora você vai me esquecer.- havia um menino na minha frente. E ele estava chorando.

O Garoto Da Casa Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora