23-Parte III

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Acordei com as costas doloridas, mas o sono foi bom e deu para descansar. O dia mal tinha amanhecido e já estávamos no banheiro tomando banho. Não havia ninguém ainda. Acho que fomos os primeiros. Melhor assim. Quando terminamos de tomar banho, nos trocamos e fomos tomar café da manhã em um local onde serviam esse tipo de refeição. Como não tomo café, me enchi de água e antes de sairmos comprei pelo menos um pãozinho para beliscar enquanto voltávamos para o ônibus e depois íamos em direção ao ginásio. Deu um frio na barriga. Ou talvez tenha sido o meu estômago dizendo que estava com fome... Bem, qualquer que fosse a alternativa correta, eu ignorei.

Nos despedimos do pessoal na arquibancada e fomos para os vestiários. Logo que terminamos de nos trocar, ouvimos os juízes chamando as equipes. Fomos para a fila e nos preparamos na ordem de partida. Primeiro seria nado costa. Assim que Carlos ouviu o som do apito, pulou para água para se preparar.

-Preparar. - disse o juíz.

E ouvimos o som do apito.

A saída do Carlos foi perfeita. Estávamos par a par com as outras equipes. Ele fez a virada e Fábio já se preparava para saltar. Quando Carlos tocou a placa, Fábio saltou. Suas braçadas eram rápidas e sua virada foi boa o bastante para nos distanciarmos das outras equipes. Lucas já se preparava em cima do bloco de partida. Não conseguimos manter o pique e acabamos ficando novamente para a par com as outras equipes. Quando Lucas se aproximou, olhei rapidamente para Victor. Ele estava lá, parecendo que estava com o coração na mão. Quando virei para o outro lado, vi o Jônatas. Ele estava com uma expressão nada boa. Não dei bola. Me concentrei, me preparei e saltei quando Lucas tocou a placa. Relaxei a mente e me concentrei no nado.

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Houve um abraço em grupo quando saí da piscina. Havíamos nos qualificados para as regionais. Estávamos felizes quando subimos no pódio para receber a taça. Como eu havia dito ao Victor, ela era linda: toda trabalhada no cristal com traços de aço. No topo haviam 4 nadadores. Cada um estava na posição das suas respectivas modalidades.

-Você tem razão. Ela é muito linda. - disse Victor quando nos aproximamos dele e dos outros.

-Cada ano a taça muda, mas o topo é sempre o mesmo. - disse Fábio.

-Essa é a primeira taça da nossa grande equipe! - disse Carlos.

Todos nós gritamos e aplaudimos.

Quando saímos de lá, fomos comemorar rapidamente em uma pizzaria, pois tínhamos que voltar ainda hoje para a nossa cidade. No outro fim de semana comemorariamos de verdade. Deu o nosso horário e voltamos para o ônibus. Não demorou muito e logo adormecemos.

Acordei com os solavancos que o ônibus deu quando chegávamos na rua do clube. Tratei de acordar todos. Assim que todos nós estávamos de pé, arrumamos nossas coisas e logo descemos do ônibus. O técnico levaria o troféu para a sala da coordenação do ginásio onde praticávamos. Concordamos. Nos despedimos e cada um de nós foi para as suas casas. Era meia noite quando chegamos. Fábio e Lucas nos acompanharam até em casa e depois foram para as casas deles.

-Bem, acho que te deixo aqui. - disse Victor.

-Ah, obrigado pela carona. - falei brincando.

Ficamos nos olhando por um tempinho. Depois nos abraçamos. Percebi que nós queríamos nos beijar, mas ficamos somente no abraço mesmo.

-Até mais tarde. - disse ele.

-Até mais tarde. - respondi.

Abri a porta de casa e estava todo escuro. Somente a luz da cozinha estava acesa, como de praxe. Fui até o quarto da minha mãe e ela estava assistindo Largados e Pelados. Mostrei a ela a medalha e contei como havia sido o campeonato. Depois, fui para o meu quarto, tomei banho rápido e logo dormi.

-E o que aconteceu? - perguntou Sarah enquanto eu contava o que havia acontecido lá no campeonato antes da vez do Lucas ir para a água.

-Não sei, mas acho que foi chamado a polícia. Só sei que ele ficou lá na sala do juíz e nós voltamos para a arquibancada.

-Chato isso, né? - disse Sarah.

-E muito. - respondeu Victor. - Mas todos nós ganhamos e isso vai apagar um pouco os acontecimentos lá.

Ficamos em silêncio. Não demorou e muito o professor Sandro entrou na sala. Ele parecia o professor Snape dos livros do Harry Potter.

Voltei a minha cadeira para o lugar e o Victor também. Quando ele ia começar a falar alguém bateu na porta. Não deu de ver quem era. Logo ele foi até a plagela dele e viu a chamada. Chegou lá negando, mas depois alguém entregou algum papel para ele. O professor leu e depois disse que (quem quer que estivesse lá fora) poderia entrar. Quando entrou eu fiquei: hãn?

O menino se sentou na cadeira vazia a minha frente. Era o mesmo garoto que apareceu do nada lá em casa perguntando pelo Christopher.

-Temos um novo aluno na sala. Por favor, gostaria que você se apresentasse.

-Meu nome...

-Aqui na frente, por favor, para que todos o vejam.

O garoto se levantou e foi até lá.

Quando chegou lá, senti a mão da Sarah bater no meu braço repetidas vezes. Quando olhei para ela, me disse:

-É o... - e engatou.

Quando o garoto começou.. :

-Meu nome é...

Sarah se lembrou:

-Christopher. - disseram os dois ao mesmo tempo.

-Matheus, ele é o Christopher. Seu primeiro namorado, se lembra?

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⏰ Última atualização: Jun 03, 2017 ⏰

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O Garoto Da Casa Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora