6-Mensagens

340 26 2
                                    

-Qual o seu número? - perguntou ele.

Eu ainda não havia decorado direito então peguei meu celular, vi o meu número e dei para ele.

-Salvo - disse ele com um sorriso.

Me despedi do Victor na entrada da casa dele. Depois do susto que havíamos levado, não daria de fazermos muita coisa, então, resolvi ir para casa.

Ele apertou os punhos e parecia que queria fazer alguma coisa. Seu corpo se continha para fazer algo, mas ele apenas mordeu os lábios. Depois disse tchau e nos despedimos.

O sorriso que eu levava no rosto ia de orelha a orelha. Minha mãe até estranhou eu estar tão feliz. Disse que não era nada e fui para o meu quarto. Passei em frente à janela e vi Victor mexendo em seu celular. Segundos depois, senti meu celular vibrar no bolso. Era uma mensagem de um número desconhecido. Dizia:

" Oi, é o Hugo. Salva o meu número =* "

Ri da mensagem e respondi:

" Tá salvo! Olha pela sua janela. "

Ele pegou o celular, viu a mensagem e olhou rapidamente para trás. Quando nossos olhos se encontraram, ele riu e acenou. Ri também e mandei uma mensagem para ele.

"Te vejo amanhã."

E ele respondeu:

" Te vejo amanhã. "

Ambos sorrimos e saímos da frente da janela. Me deitei na cama, fiquei mexendo no meu celular por mais um tempinho e depois acabei dormindo.

Acordei com o celular caído no meu pescoço. Apertei em qualquer botão e tela ligou. Tinha umas 5 mensagens, mas depois eu leria. Vi as horas e, droga, ainda faltava pelo menos 30 minutos do meu horário habitual de acordar e depois ir para a escola! Tomei logo meu banho e botei somente a calça. Quando saí, vi a Safira perto da minha cama, se espreguiçando. A peguei em meus braços e desci as escadas. Fui para a cozinha, deixei-a no chão e fiz alguma coisa para eu comer. Depois, fiquei sentado na cadeira com o rosto apoiado na mesa.

-Caiu da cama foi? - perguntou minha mãe, aparecendo na cozinha.

-Engraçadinha... - disse, bagunçando. - Bom dia!

-Bom dia!

Ela pegou uma xícara, pôs café e leite, pegou umas bolachinhas salgadas e ficou comendo. Continuei com o meu rosto apoiado na mesa.

-Teu aniversário tá chegando... - disse ela, antes de bebericar o seu café com leite.

-Nem me lembrava - disse, afastando meu rosto da mesa e apoiando-as em minhas mãos.

-Vai querer o que de presente?

-Uma viagem para o Canadá... - acabei dando um risinho. - Brincadeira. Não sei... Acho que quando estiver mais perto, talvez eu decida.

Na verdade, faltava duas semanas e meia para cantar os parabéns. Seria mais ou menos três dias depois do campeonato. Geralmente comemorava apenas eu, minha mãe e a Sarah. Sarah! Droga! Havia me esquecido de falar com ela ontem.

Peguei o meu celular e vi as horas. Já estava no horário de eu me "levantar". Disse a minha mãe que ia terminar de me arrumar e fui para o quarto. Vesti a camisa da escola, vi as aulas que eu teria hoje e pus os livros dentro da mochila. No último horário, haveria aula de educação física. Coloquei a minha bermuda e a camiseta do ano passado, que ainda cabia direitinho em mim, na minha mochila e desci. Me despedi da minha mãe, que estava se arrumando para ir para o escritório, e saí.

O Garoto Da Casa Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora