Desci da arquibancada e fui para perto da piscina. As pessoas que treinavam ali tinham seus dias e seus horários. Hoje seria apenas a nossa equipe e umas outras pessoas que estariam nas piscinas, já que eram duas. Cumprimentei o Carlos, que era alto, loiro e tinha 18 anos; o Fábio, que tinha a mesma altura do Carlos, moreno e tinha 17 anos; e o Lucas, que era mais alto que eu, porém mais baixo que o Carlos e o Fábio, era moreno e tinha 16 anos (todo mundo é mais alto que eu, é isso mesmo?).
-Recruta novo? - perguntou o Carlos.
-Cuidado Lucas, se não aquele dali vai roubar o teu lugar de novato - disse o Fábio, como sempre atentando o Lucas que havia entrado fazia alguns meses e como já havia participado de grandes competições, ficou na nossa equipe.
-Cala boca Fábio! - disse Lucas, parecendo estar irritado. Fábio apenas ria dele.
-Não, ele só veio me acompanhar. É novo na cidade e mora ao lado da minha casa, então tô meio que mostrando a cidade para ele.
Olhei o Victor, que estava me encarando mas depois desviou o olhar.
-Tendi - disse o Carlos. - Bom, é o seguinte: em duas semanas tem campeonato em uma cidade próxima daqui e o treinador nos inscreveu. Então, quero que nós nos preparemos essa e a próxima semana durante todos os dias. Dá para você Matheus?
-Dá.
-Okay. Vai lá se trocar que hoje mesmo vamos começar a treinar - disse o Carlos.
-Anda logo que já está atrasado - disse o Fábio, pondo o braço em cima do ombro do Lucas e, meio que o abraçando, foi empurrando-o para a borda da piscina e Carlos os seguiu.
Abri o meu armário, coloquei o meu celular e minha mochila dentro. Tirei a minha camiseta e peguei minha toalha. Depois a pus em volta da minha cintura e tirei as roupas de baixo, ficando nu. Fui a um dos box de chuveiro que havia e tomei banho para tirar o suor que havia ficado no meu corpo. Me sequei, peguei a minha sunga e coloquei. Tirei a minha toca e o meu óculos do armário, coloquei a toalha dentro da mochila e depois tranquei.
Fui para a piscina ajeitando o meu cabelo dentro da toca. Ele estava grande demais e tive de dar um jeito para ele não ficar para fora. Olhei em direção a arquibancada para saber se o Victor estava lá. Ele estava ouvindo música e balançando o pé esquerdo, que estava apoiado no direito. Quando ele me viu, seu pé aos poucos foi parando. Ficamos nos encarando um pouco até o Fábio vir e me puxar para o bloco de partida.
Seria um revezamento e Carlos começaria com o nado de costas. Depois vinha o Fábio com o nado de peito, eu com o crawl e por último o Lucas, com o nado borboleta. O treinador apareceu e disse que daria a partida quando começasse a cronometrar o nosso tempo.
Carlos já estava na água. Seu corpo estava contra o agarre e quando ouviu o som do apito do treinador, ele saltou. Como ele já estava mais tempo que eu fazendo natação, obviamente era o mais rápido. Ele foi até o outro lado da piscina, virou de costas e voltou. Fábio se preparou no bloco de partida, enquanto que Carlos já estava bem perto. Quando ele tocou na borda, Fábio saltou. Ele era um dos mais rápidos no nado peito e havia ganhado alguns prêmios nas provas individuais. Ele já estava vindo quando subi no bloco de partida. Olhei rapidamente para Victor. Ele parecia estar bem interessado. Fábio tocou na borda e eu saltei.
Meus braços eram rápidos e fortes. Esses anos de treinamento o haviam feito assim. Passei do flutuador de 25 metros e faltava apenas meio caminho para voltar. Avistando a faixa de viragem de costas, me preparava para voltar.
Quando meus pés tocaram a parede, tomei um bom impulso. Continuei no mesmo ritmo e logo cheguei a borda. Ouvi o salto do Lucas na água. Meu peito parecia estar queimando um pouco, mas isso era normal. Tirei o óculos e vi a mão do Carlos estendida para mim. Me segurei no braço dele e saí da piscina. Ele me deu uma toalha e sequei meu pescoço. Olhei para o Victor que estava rindo e fingia aplaudir. Dei uma risadinha para ele e voltei o olhar para a água. Lucas voltava e quando tocou a borda, olhei para o treinador que na mesma hora apertou o cronômetro. Chegamos perto dele e ele nos mostrou quanto foi nosso tempo.
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O Garoto Da Casa Ao Lado
RomantizmSentimentos á flor da pele, borboletas no estômago e uma certa excitação. Arrepios pelo corpo e uma troca de olhares capaz de seduzir a qualquer um. Um olhar marcante e penetrante atingindo o auge. Um toque capaz de eletrizar cada parte mais distant...