(A imagem deste capítulo representa exatamente como são os personagens Matheus (à esquerda) e Victor (à direita), com exceção da cor dos olhos do Victor, que são azuis)
Victor desceu do carro e foi abrir a porteira. Assim que passamos do portão de madeira, ele retornou ao carro. De longe eu consegui ver uma casa grande. O caminho até lá era cercado por madeira pintadas de branco. Do outro lado da cerca havia um homem montado em cima de um cavalo marrom encurralando o gado para se direcionarem a um local lá. Assim que viu o carro, saiu em disparada à casa.
-Aquele ali era o tio Marcos? - perguntou o Victor, chegando perto de seu pai e sua mãe.
-Acho que sim filho! - respondeu o senhor Diego. - Ele disse que viria.
-Ele veio no cavalo dele!
-Você sabe que ele não sai da fazenda dele sem o cavalo!
Demorou mais alguns minutos e chegamos na casa. O tio do Victor, que montava no cavalo a pouco, estava perto de várias outras pessoas. Tinha umas crianças brincando lá perto. O pai do Victor estacionou o carro próximo a um carro 4X4 enorme e descemos. Foi um alvoroço só quando pisamos no chão. Muitos deles vieram cumprimentar os pais do Victor e ele. Quando todos haviam feito isso, uma senhorinha, de uns 70 e poucos anos, ficou me olhando enquanto franzia o cenho, acho que, tentando me reconhecer.
-Quem é esse jovem rapaz? - perguntou ela.
-Esse é o Matheus, vovó. Um amigo meu da escola - respondeu o Victor.
-Muito prazer senhora - disse a ela.
-Seja bem vindo! - disse a avó do Victor, sorrindo para mim.
Acenei com a cabeça.
-Bom pessoal, vamos para a casa almoçar! - disse o tio do Victor em tom alto. - Só estávamos esperando vocês chegarem - continuou ele, em tom baixo.
Quando estávamos indo para a casa apareceu uma moça, bonita até, e foi em direção ao Victor.
-Vitinho, quanto tempo! Saudades de você! - e o abraçou.
-Passarinho, não tem nem tanto tempo que eu fui! - disse ele, no mesmo tom que ela havia falado com ele. Ambos riram.
-Quem é? - perguntou ela ao Victor, mas olhando para mim.
-Sandra, esse é o Matheus! Matheus, essa aqui é a Sandra, minha prima!
-Oi, prazer! - disse ela, chegando perto de mim e dando um beijo em cada bochecha minha.
-Se afasta... - disse o Victor, em tom de brincadeira.
-Hum... Já tá né? - disse ela.
Victor apenas sorriu e fomos em direção a casa. Fomos para a parte de trás e demorou um pouco para chegarmos. A casa era extremamente enorme e quando chegamos tinha uma mesa enorme de madeira e outras avulsas, espalhadas pela grama, em baixo das poucas árvores que cercavam a casa.
-Ué, cadê eles? - perguntou o Victor.
-Não vou nem responder! Ah, por tocar no assunto, aproveita que tu quer vê-los e vai lá chamá-los.
Boiava naquela conversa.
-Os gititos tão lá? - perguntou o Victor.
-Sempre né bem?! - respondeu Sandra.
-Você me segue, Matheus? - perguntou o Victor, olhando para mim.
Concordei com a cabeça. Sandra se encaminhou à grande mesa e eu segui o Victor, que ia para um portão que separava a fazenda de um campo enorme. Eu não conseguia ver o fim ou algo que delimitada o fim da fazenda, como uma cerca talvez. Continuei andando atrás do Victor sem falar nada. Dobramos em uma mangueira e paramos em uma cerca que tinha arame farpado. O Victor se aproximou da cerca e levantou o arame. Entendi e fui. Ele parecia experiente naquilo. Antes mesmo de eu me oferecer para ajudá-lo, ele já havia passado. Esperei um pouco enquanto ele seguia na frente e tomava distância. Passamos por umas plantas altas, até que eu perdi ele de vista. Continuei andando, depressa dessa vez, para ver se eu o alcançava ou se o encontrava, mas nada. Minha mente queria entrar em pânico, começar a gritar o nome do Victor ou de quem quer que estivesse perto. Mas me controlei, e quando eu tentava me acalmar, senti uma mão na minha costa. Por pouco não gritei ou sai correndo para qualquer canto que fosse. Quando olhei para trás vi que era o Victor.
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O Garoto Da Casa Ao Lado
RomanceSentimentos á flor da pele, borboletas no estômago e uma certa excitação. Arrepios pelo corpo e uma troca de olhares capaz de seduzir a qualquer um. Um olhar marcante e penetrante atingindo o auge. Um toque capaz de eletrizar cada parte mais distant...