A chegada

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Não poderia me imaginar dentro do avião que me levaria ao desconhecido, mas lá estava eu dando as folhas e o lápis para alguém que nem conhecia escrever meu futuro.

Saindo do aeroporto olhei ao redor e havia um Senhor que aparentava uns 50 e poucos anos não mais que isso, em suas mãos tinha uma plaquinha com meu nome, não tinha mais ninguém me esperando a não ser ele, então caminhei em sua direção.

Seus olhos eram um pouco fechados, passavam um ar de seriedade mas também de bondade, ao reparar que era eu quem esperava, me cumprimentou e abriu a porta do carro em seguida.
Passei metade do caminho pensando em milhares de coisas, mas quando desviei meu olhar para além da janela pude reparar lindas e enormes árvores, todas cheias de folhas verdejantes e flores ou até mesmo frutos estava muito longe pra determinar, umas deixavam suas pétalas voarem com o toque do vento, enquanto outras resistiam fortes e imponentes.

Odeio admitir mas foi uma viagem maravilhosa. Estava apenas me iludindo com a beleza do lugar, mas ao sair do carro meu coração estremeceu ao olhar aquela grande mansão, que mais parecia ter saído de um século antigo.

O Senhor que tinha se identificado como chofer de Victor me guiou até a porta, chegando na entrada mulheres saíram de dentro fazendo duas fileiras deixando o meio livre para passarmos, meio brega para uma pessoa como eu que não ligava para recepções assim.

Estando dentro da mansão, fiquei impressionada com a decoração, um tema rustico se espalhava pelo ambiente, tinha enormes quadros nas paredes que possuíam um tom neutro, perto havia pequenas esculturas de mulheres tapando o rosto.

Atordoada olhei para baixo e reparei como o tapete era bonito de uma cor fosca segui com os olhos para ver ate onde ia, passava por algumas pilastras subindo pela escada, quando levantei o rosto me assustei, lá estava ele, o mesmo homem que vi no enterro de minha vó, só que agora mais de perto!

Meu coração bateu tão rápido, minhas bochechas queimaram, que sensação era essa? Vergonha? Medo? Não fazia ideia mas seus olhos me encaravam de um modo que meu corpo estremecia sem parar.

Seus passos eram elegantes e silenciosos, cada respirar ele se aproximava mais, até que estávamos um de frente com o outro.

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