Apenas um dia

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Após descobrir a verdade sobre minha herança e o acordo que passa de geração em geração, minha vida mudou um pouco, lutei contra a maré da vida e acabei machucando à todos que amo.

Hoje eu já aceitei meu destino e o fato que terei que viver ao lado de um vampiro, na primeira vez que vim parar nesse fim de mundo apenas o que queria era acabar com a felicidade dele, mas minha visão foi renovada e consegui enxergar o quão grata tenho que ser....

Uma semana havia se passado desde o meu retorno à mansão, os dias passavam calmos e devagar, era muito chato não ouvir um barulho ou ver alguém em uma casa tão grande, Victor raramente aparecia o que fazia me sentir ainda mais só.

Como era só eu de alma viva, era obrigada a fazer a limpeza de todos os cômodos incluindo todo o pacote como cozinhar, lavar e passar mas toda vez que ia varrer os corredores algo me deixava curiosa, no andar de baixo havia uma porta larga e bem alta que Victor tinha me proibido de entrar, era umas das poucas coisa que eu não podia fazer, pra não ter briga entre nós eu acatei o pedido dele, porém por pouco tempo... Acabei abrindo a porta e descobrindo uma vasta quantidade de livros.

Estava no paraíso, aquela visão era magnífica, não tinha nada de bom ou legal na mansão para se fazer, mas depois dessa descoberta eu teria uma vida cheia de aventuras, romances entre outras emoções. Um cômodo enorme com estantes que iam do chão ao teto repletos de raridades talvez nunca vistas pela humanidade, com certeza tinha encontrado meu lugar.

Passava meus dias naquele cômodo, mergulhada nas páginas que tinham um cheirinho agradável de passado, quando nem percebi que ele sabia de tudo, e estava ele atrás de mim.

-Ai está a Senhorita, se me lembro bem disse que não poderia entrar aqui não é?!

-Sim, o Senhor disse mas quando estava limpando escorreguei e acabei batendo na porta que se abriu sozinha, e como amo livros não resisti ficar olhando só de fora.

-A Senhorita é muito ruim mentindo, apenas diga que é curiosa e não pôde ficar sem meter o nariz a onde não é chamada.

-Não é bem assim.... Aqui não tem nada de legal, nem internet ou televisão, quando vi o que tinha nesse quarto foi como se tivesse encontrado meu mundo. Desculpe se desejei ter um pouco de felicidade.

-Se queria um pouco de felicidade era só ter dito, eu te proporcionaria!

Não consegui responder a tempo, mas quando pisquei estava olhando para uma paisagem de tirar o fôlego, o céu noturno cheio de estrelas que clareavam as árvores que dali eram pequeninas e distantes.

-Uau

-(Risos) quando vim aqui pela primeira vez disse a mesma coisa. É lindo daqui né?

-É sim, maravilhoso! Não sabia que dava para vir aqui.

-E não dá, depois de um dia de matança desenfreada acabei quebrando uma parte da parede que dava acesso pro telhado, e foi ai que optei por fazer uma "porta". Quando estou cansado ou farto de tudo venho aqui e vejo como sou pequeno e como a vida se torna fácil e silenciosa, pra mim este lugar traz o meu descanso, pra você pode ser a felicidade ou emoção que tanto quer...

-Não imaginei que você pudesse ter um lado assim.

-Assim como? Humano? Nem sempre fui vampiro, eu já fui como você, fraco e incapaz de me defender.

- Sabe, o mundo nos faz acreditar através de filmes e livros que vampiros são monstros, eu não discordo mas a maioria esquece de mencionar que o pior dos monstros ainda tem uma história, uma vida e um coração. Posso te fazer uma pergunta Senhor Victor?

-Se for para saber se gosto de você a resposta é não, a Senhorita não faz o meu tipo.

-Credo, que horror! Seu bruto, eu não quero saber isso... O que tanto faz que acaba sumindo por horas e até dias?

-Creio eu que isto não é da sua conta, mas se quer tanto saber, eu mato, pessoas, crianças, animais, o que ver pela frente, só pra me divertir.

-Meu Deus....

-Estou brincando Senhorita Hanna, sou um empresário se já esqueceu, tenho funcionários, uma empresa pra cuidar, tenho uma vida ainda. Mas não quer dizer que não faço coisas pra me divertir também.

-Então você tem uma vida?? Enquanto tenho que ficar aqui presa sem fazer nada?! Seu egoísta.

Estava com tanta raiva dele que sai correndo, como podia ser ingênua, larguei tudo pra estar aqui enquanto ele continuava "vivendo" como se fosse uma pessoa normal, perdida em tantos pensamentos de raiva senti uma mão segurando meu braço e me puxando fazendo meu corpo rodar como um brinquedo, bati em algo macio mas rígido, era o corpo de Victor.

Seus olhos me encaravam com raiva, aposto que tinha o deixado furioso, ele merecia! Prestes a chuta-lo com toda minha força vi sua sobrancelha arqueando e senti suas mãos me soltando.

-O que você quer de mim Senhor Victor? Além é claro de esfregar na minha cara que tem uma vida.

-Deixe de ser tola criança, eu não sou bobo para não entender sua raiva.

-Ah é? Então me diz porque estou tão nervosa.

-Teve que largar trabalho e faculdade para vir morar comigo, ficou chateada porque tenho um emprego e te poupei de ter o seu, mas se fosse um pouco mais paciente saberia que a partir de amanhã começará a trabalhar como minha secretária e poderá voltar a frequentar seu curso em uma das melhores universidades da região. Saiba que não quero te impedir de ter uma vida, apenas quero que entenda que tudo será no meu tempo.

-Você poderia ter dito isso antes de me ver surtar...

-E perder uma cena tão hilária? Jamais! Se tudo está explicado irei me retirar, faça o favor de não fazer tanto barulho enquanto grita em seu travesseiro. (Gargalhada)

-Eu não faço isso! (Corada)

Nossa como fui patética além de dar motivos para ele me constranger de novo, porém finalmente eu teria um pouco da minha rotina de volta, e nada era tão legal quanto isso, a não ser o fato de que estaria trabalhando ao lado dele, mas acho que isso pode não ser tão ruim afinal de contas...

O que será que está passando pela mente de Hanna? Descubra isso no próximo capitulo. Se gostou deixe sua estrelinha!








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