Capítulo I - Final

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Catharina chegou na manhã seguinte . Mesmo que chateado com a situação, Samuel ficou presente durante toda a cerimônia de recepção.

A moça era mesmo bonita, como Neuza dissera; mas não tinha nada mais do que isso. Desde que chegara só soubera reclamar da viagem, não esboçara um sorriso e quando Samuel tentara conversar com ela, percebeu que a única coisa que entendia era de vestidos e bordados.

Quando finalmente ele pôde se retirar, guiou Neuza até o jardim, onde falou mostrando toda a sua irritação:

- Eu detestei aquela moça! É tão fútil e sem conteúdo. - ele fez um gesto de exasperação - Como é possível que meu pai me obrigue a desposá-la?

- Tenha calma. Você a conheceu há apenas uma hora.

- Eu não tenho tempo, Neuza! Uma guerra está para explodir em menos de três meses; tenho que agir rápido.

Ele estava nervoso, andando de um lado para o outro no jardim. Neusa também estava ansiosa. Torcendo as mãos nervosamente, ela falou:

- Mas Samuel, o que vai fazer quando chegar lá?

O príncipe se aproximou dela, falando em um tom mais baixo:

- Eu já tenho tudo planejado; assim que chegar no reino me alistarei no exército. O rei deve estar preocupado em conseguir o maior número de soldados possível, então não farão perguntas. Mas se fizerem, direi que sou um andarilho que se cansou de viajar sem rumo e quis fazer algo concreto... e lutar na guerra pareceu uma ótima opção.

Neuza ouviu atentamente os planos do jovem príncipe. Depois de um segundo, ela se lembrou de dizer:

- Se você vai se passar por um viajante não poderá fazê-lo vestindo roupas de príncipe.- nisso ela apontou para a capa dourada que ele vestira para receber Catharina – Encomendar-lhe-ei roupas propícias para viajar. Espere apenas um ou dois dias.

Ele concordou, percebendo que ela estava certa. Precisava fazer as coisas com calma e planejamento.

Já havia passado dois dias desde a conversa que Samuel tivera com Neuza. O príncipe estava extremamente ansioso.

Naquela tarde, Samuel sentara em frente ao lago, que era seu lugar favorito no castelo desde que era um menino. Ali, começou a pensar na melhor maneira de fugir sem que ninguém o visse.

Por fim, concluiu que deveria ir durante a troca da guarda, quando várias partes do castelo ficam sem fiscalização nenhuma, à meia noite.

Samuel tinha aproveitado aquele tempo de espera para materializar o que precisaria levar em sua fuga. Como seria um espião infiltrado, ele teria que ter uma forma segura e discreta de se comunicar com Portland.

Um mensageiro estava fora de cogitação. Dessa maneira, o príncipe decidiu que levaria consigo um pombo correio que era sua companheira desde sua adolescência.

A pequena pomba fora treinada por Samuel para retornar para o castelo, partindo inicialmente de locais próximos e mais tarde de regiões mais distantes, que Samuel se deslocava e a soltava.

Foram meses de intenso treinamento e aquela pombinha, denominada por ele de Milady, conhecia vários caminhos diferentes do reino, retornando sempre para a janela do quarto do príncipe, conforme fora adestrada.

Como sua missão não permitiria erros, Samuel realizou um novo treinamento com a pomba. Dirigiu-se a cavalo até a região que delimitava seu reino com Greenfield e a soltou. Não era uma distancia tão grande, mas o príncipe queria ter certeza de que ela encontraria o caminho para o castelo.

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