Elementares

Capítulo 20

HAYATO

Cheguei em uma rua extensa, parece uma avenida, e todos que estavam andando próximos me olharam. Eles começaram a sussurrar uns para os outros, e de repente um menino de, aproximadamente, uns doze anos veio em minha direção.
- Você é nosso mestre? - ele me perguntou.
- Não, eu sou apenas o Hayato.
- Eu sou o James, é uma honra vê-lo por aqui. - disse o jovem garoto.

Uma mulher de meia-idade veio em minha direção. Todos abriam espaço para ela, e ao seu lado, estava Daniel, da equipe de caça.
- Olá, meu nome é Julianne, eu sou líder da parte do ar, e estou aqui para lhe apresentar a área. - disse a mulher de meia-idade.
- Eu sou Hayato. - me apresentei de forma gentil.
- Eu sei - ela me disse com um sorriso - você já deve conhecer Daniel, então vamos prosseguir.
Eu assenti positivamente. Ela fez um sinal para segui-la, e lá fui eu pra mais uma aventura.

Começamos o tur pelo prédio de controle.
- Aqui é o prédio de controle - começou Julianne - é daqui que controlamos o abastecimento de energia da ilha, e se cada coisa esta ocorrendo bem, para todas as partes.
Olhei para ela e fiz um sinal de que tinha entendido. Daniel se aproximou de mim e sussurrou em meu ouvido:
- Se tiver dúvida, deixa que depois eu te explico, ela não é muito boa em lidar com essas situações.
Eu dei um sorriso. Então fomos para um grande galpão, todo aberto e arejado. Então ela me explicou:
- Aqui é o local onde ficam os geradores da nossa energia, o que os aerogeradores captam vem para cá, e ali do lado, tem o galpão da distribuição, onde a energia é mandada para todos os lugares.
Jurava que o nome era moinhos, mas já como eles dizem, os aerogeradores.
Andamos até chegar aos famosos aerogeradores, eles eram grandes de longe, e maiores ainda de perto.
- Essa - ela apontou para o campo ao nosso redor - é a área dos aerogeradores, e aquele é o escritório da manutenção. 
A área toda é muito grande, tem um vasto território.
Fomos para o prédio central, e nós nos dirigimos, junto com ela, até um escritório super sofisticado. Ela deu um sinal para sentarmos á mesa, então disse:
- Sei que nossa parte não é la muita coisa, mas temos um papel importante para a ilha, que é gerar energia. Você pode ficar assustado com a hospitalidade deles, mas eles são super gentis. Sei que Max irá pedir que vocês passem bastante tempo aqui, então o Ar esta aberto a você a hora que desejar.
Eu dei um sorriso e disse:
- Obrigado, agradeço pela apresentação.
Ela me deu um sorriso, e então eu e Daniel saímos, e fomos para os dormitórios. Seu quarto é o de número 164, e é um quarto pequeno em relação ao meu, tem uma cama, uma cômoda e um criado mudo, a roupa que eles vestem é padrão, calça cor cinza, coturno preto e camiseta branca, então havia muitas dessas peças no armário.
Ele me ofereceu um sorriso e disse:
- Me conta sobre você.
Eu pensei em muitos fatos irrelevantes, que não tinha nada ver com o assunto.
- Eu sou um adolescente típico estadunidense, moro em uma casa normal, mas um pouco grande, com meu pai e meus dois irmãos, Takashi e Kazumi. - era uma apresentação básica.
- Essa é sua história? Só isso? - ele fez uma cara de curioso.
- Eu não tenho nada de interessante pra te contar. - respondi.
Ele deu risada, e logo formulou outra pergunta:
- E a garota que mexe com esse coração?
Como ele sabia que havia uma garota?
- Como você sabe que há uma garota? Tá tão na cara assim? - perguntei.
- Não, eu posso sentir. - ele respondeu.
- Sentir?
- Sim, eu posso sentir, não só os batimentos do seu coração, as também sinto o nível que seu cérebro está. E uma parte dele me indica que você está apaixonado - ele respondeu e deu uma risada alta.
Ele pode analisar meu cérebro, e sabe que estou apaixonado. Ainda assustado eu perguntei:
- É um poder especial?
- Poucos de nós tem, nem Max o possui - ele respondeu com certeza na voz.
Eu fiz cara de assustado, ele sorriu pra mim dizendo:
- Eu tenho que encontrar a galera, mas se precisar de qualquer ajuda me avisa.
Ele virou e saiu através de um portal, me deixando sozinho em seu quarto.
Então eu resolvi andar um pouco.
De repente eu enxerguei uma cena cruel, havia um homem alto e forte agredindo uma mulher de baixa estatura. Eu cheguei até a cena, me meti no meio do casal e disse:
- Para com isso seu covarde!!
Ajudei a mulher a se levantar, e o cara, com um bafo de bêbado, me disse em tom elevado:
- A mulher é minha, se eu quiser bato nela!!
Eu fechei meus olhos, a raiva que eu estava do cara pulsava em minhas veias. Ele me empurrou e quando foi dar mais um tapa na mulher, eu me virei e levantei  minha mão, um vento muito forte começou em torno de mim.
- PARA COM ISSO!!!!! - EU gritei de novo.
Quando abaixei minha mão, e estendi na direção do cara, uma força incomum dos ventos bateu em seu peito e o jogou pra trás.
Minha veia parou de pulsar e me acalmei. Olhei em volta, e várias pessoas me cercavam, inclusive Julianne, que estava com uma cara assustada. As pessoas abriram caminho e a equipe de caça chegou, Daniel estava com um sorriso estampado no rosto.
- Uau! - disse Jen
- Ele está se descobrindo - falou Jona.
Os policiais chegaram e levaram o cara pra cadeia. A moça veio até mim, me abraçou e sussurrou em meu ouvido:
- Obrigada, eu já não estava mais aguentando.
Eu sorri pra ela. Ela levantou minha mão e falou em um tom alto:
- Aqui esta ele, nosso herói!
Todos que estavam em volta gritavam:
- Hayato! Hayato! Hayato!
Os gritos inundaram meus ouvidos, e eu me arrepiei. Naquele momento, eu me senti único.

RAVENA

Cheguei na parte do fogo. O lugar era imenso, eu sai em frente a um galpão grande, e nesse lugar havia uma placa escrito "centro de treinamento para segurança". Max já havia comentado que eles cuidam da segurança da cidade, por serem os mais corajosos, mas eu ainda queria conhecer eles de forma mais profunda.
Um cara veio em minha direção e uma mulher estava ao seu lado, ambos fardados.
- Olá Ravena, eu sou Christian, mais conhecido como Chris. - disse o homem, ele é forte, e sua voz é bem grave - essa é Johanna.
- Eu sou Ravena, como vocês já devem saber. - me apresentei com a cara amarrada.
- Nós somos os líderes da vila do fogo, e somos responsáveis por te apresentar o local. - disse Johanna.
Chris fez um sinal para segui-lo.
Ele me guiou para o tal centro de treinamento, e lá era maior do que parecia.
- Essa é a área dos iniciantes - ele apontou para uma área onde havia garotos e garotas jovens.
Eles me olharam e alguns até ofereceram um sorriso. Sorri de volta para eles.
- Essa é a parte dos mais treinados - ele apontou pra uma outra área com algumas pessoas mais velhas, e dois jovens que deveriam estar do outro lado, eles me olharam e vieram em minha direção.
O garoto sorriu e me disse:
- Olá, prazer, sou Jonathan, conhecido como Jona.
Eu sorri, e a menina, que é mais baixa que eu, olhou com a cara feia e disse:
- Sou a Jenny, conhecida como Jen.
Eu dei um sorriso meio forçado.
- Sou a Ravena - me apresentei.
- Querem terminar de apresentar o lugar a ela? - perguntou Johanna.
Jona assentiu e Jen negou.
- Então volte ao treinamento. - disse Jona.
Chris e Johanna sorriram e se dirigiram ao elevador.
- Vamos? - perguntou Jona.
Eu apenas assenti.
Ele me apresentou a algumas pessoa, das quais já nem lembro o nome, e depois me levou ao segundo andar.
- Aqui é a central do atendimento e da informática. Eles cuidam dos telefonemas, das câmeras e dos alarmes detectores das criaturas, são uns gênios. - ele sorriu no final da piada.
Eu também dei risada, uma risada bem sincera por sinal, porque todos olharam pra minha cara. Jona é legal.
Ele me levou a porta do escritório dos comandantes da parte do fogo, e depois voltamos ao elevador. E enquanto ele descia, Jona me falou:
- Perdoe Jenny, ela não é muito sociável.
- Nem eu seria em uma situação como essa.
- Como assim? - indagou Jona.
- O namorado dela querendo me apresentar o local - respondi.
Ele riu muito, riu de verdade, até sua barriga doer e o elevador parar. Enquanto descíamos, ainda em meio a algumas risadas, ele disse:
- Não, ela é minha irmã.
Então eu também ri, porque estava na minha cara esse tempo todo.
O subterrâneos são os dormitórios femininos e masculinos.
Ele me levou até sua divisória, mesmo eu não podendo. Me mostrou alguns pôsteres de carros luxuosos, e de bandas famosas no nosso mundo.
- Uau, você gosta de Imagine Dragons - eu disse toda contente.
Um cara legal tem que curtir música boa.
- Eles fazem bastante sucesso.
- Mas como você descobre esse tipo de música, sendo que é do nosso mundo? - perguntei.
- As vezes eu dou um pulinho lá,  escondido, é lógico - ele respondeu com um sorrisinho de canto.
Eu dei o mesmo sorriso de volta. Ele sentou na cama e deu umas batidinhas no colchão, especificamente na parte em que eu deveria sentar.
Então passamos o resto do dia rindo, conversando sobre nosso gostos, e conversando sobre coisas bobas.
Passar a tarde com ele foi bom.

Quando voltamos lá pra fora já havia escurecido. Quando eu sai do centro pra ir embora, vi uma multidão parada diante de uma cena estúpida, um pai espancava seu filho, e ninguém estava fazendo nada. Então eu corri e me meti no meio:
- Para já com isso seu covarde - gritei.
- O filho é meu, e eu educo ele do jeito que eu quiser. - ele gritou de volta.
- Isso é covardia, não educação.
O homem segurou meu pulso e eu deu um tranco pra me soltar. A pulsação em minhas veias aumentaram, e eu estendi as mãos para frente. Senti a adrenalina passando por todo meu corpo, e então aconteceu. Chamas saiam pela minha mão, em direção ao chão, formando uma barreira entra eu e a criança, e aquele homem cruel.
Os seguranças chegaram e levaram o homem, então eu me acalmei e algumas pessoas apagaram o fogo.
A multidão ao redor da cena observava curiosa, e então alguém começou,  e em questão de segundos o couro aumentou, todos gritavam:
- Ravena! Ravena! Ravena!
E eu me senti especial para eles.
Jona me deu um forte abraço e sussurrou em meu ouvido :
- Você foi incrível.
Hoje o dia foi incrível.