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Precisei falar com meu pai sobre o ocorrido de hoje, mas antes de mim havia chegado alguém, era um dos anões e pelo visto ele era o líder dos outros. Esperei que a conversa terminasse para que eu pudesse me aproximar de Thranduil.

– [Meu pai, nossa missão foi cumprida hoje]. – falei satisfeito.

– Aquelas pragas invadem nossas terras há muito tempo, o que as torna tão audaciosas? – perguntou ele e lembrei imediatamente do que Tauriel me disse mais cedo.

– A propósito, Tauriel foi excelente, ágil e corajosa como sempre – um sorriso leve se formou no canto de meus lábios.

Thranduil arqueou as sobrancelhas e me olhou como se soubesse de algo além das minhas palavras.

– Seus sentimentos mudaram, Legolas – disse ele – Não vejo mais aquele menino que brincava nos bosques com Tauriel.

– O que quer dizer, meu pai? – perguntei enquanto ele me rondava.

– Eu vejo como olha para ela, como seus olhos brilham quando fala dela. E raras vezes, quando tive a chance, presenciei o quanto você muda na presença de Tauriel.

Me senti desmascarado por Thranduil por ele ter decifrado com exatidão todas aquelas verdades.

– Você tem total convicção do que sente por ela – continuou ele, interrompendo meus pensamentos – Mas a questão que lhe aflige é, ela sente o mesmo?

Eu não tinha uma resposta concreta para aquela pergunta. Tauriel é em parte enigmática, não se pode saber no que ela está pensando, é uma incógnita élfica. Mas ora também se mostra clara e aberta quanto aos seus desejos e anseios.

– [Trarei a resposta quando tiver como prova-la, meu rei]. – falei.

Thranduil assentiu, permitindo que eu me retirasse. Fui direto para as câmaras, não entendi bem o porquê desta vontade repentina, mas algo me atraía para lá.

Em meio ao silêncio daqueles salões consegui ouvir uma voz inconfundível, eu a reconheceria até mesmo no meio de um caos violento e a seguiria, como estou fazendo agora. Em passos silenciosos me aproximei cada vez mais do som e fiquei estático ao ver uma cena peculiar. Tauriel estava sentada próxima a uma cela em particular parecendo entretida em uma conversa. Logo vi que aquela prisão pertencia a aquele anão. Mas o que ela fazia ali? O que a atrai tanto nele? Quanto a ele não posso fazer a mesma pergunta. Porém não o julgo, pois Tauriel é o ser mais encantador que conheço, sua beleza singular, sua formosura inigualável juntamente com a bravura, coragem, independência, espírito aventureiro e delicadeza são coisas que sempre me despertaram um enorme fascínio por ela. Agora mais do que nunca.

De repente meu coração começou a bater de maneira diferente, uma sensação de perda ou algo parecido. A pergunta de Thranduil ecoando em minha mente estava me deixando perturbado.

"Mas a questão que lhe aflige é, ela sente o mesmo?"

"Ela sente o mesmo?"

"Sente o mesmo?"

Tauriel manda no próprio coração, ela segue seu próprio caminho, e se o anão for sua escolha eu a perderei. Estremeci com a possibilidade. Não, eu não quero e não posso perdê-la. É mais forte do que eu. É ela.

Legolas & TaurielOnde histórias criam vida. Descubra agora