11

599 47 3
                                    

Todos estavam a postos, nós elfos e os humanos estaríamos juntos na batalha. Thranduil veio para meu lado e pareceu meio perturbado com alguma coisa.

- Como está, meu filho? - ele me perguntou.

- Pronto - respondi de imediato.

Ele deu uma pausa e olhou para o exército, depois desviou sua atenção para mim novamente.

- Se tudo ocorrer bem o que fará depois?

- Seguirei meu caminho - respondi.

- Para um elfo solitário, cheio de vigor e sede de aventuras não é mais apropriado estar na companhia de pessoas próximas? - eu sabia o que ele quis dizer, mas já era hora de eu decidir por mim mesmo.

- E quem disse que eu estaria sozinho? - arqueei uma sobrancelha.

Minha resposta o pegou de surpresa. Tauriel chegou e se pôs perto de mim mas antes fez uma rápida reverência para Thranduil. O olhar que lancei para ela fez a cara de meu pai se fechar em trevas, mas aos poucos foi relaxando. Talvez ele já soubesse que um dia isso iria acontecer, eu sempre dei todas as pistas do que sentia por Tauriel e parecia que todo o reino sabia menos meu pai, todos viam menos ele, ou talvez não quisesse ver. Seja lá qual for o resultado desta guerra não desistirei dela e se hoje for a minha morte, partirei feliz em ter feito com que ela soubesse o que guardei por tanto tempo.

- Como se sente? - perguntei a Tauriel.

Ela levantou aquele olhar estonteante e pretensioso que eu tanto gostava. Era a resposta dela, estava mais pronta do que nunca, como sempre. Ficamos na linha de frente, os anões se uniram às águias do outro lado. Não demorou muito até ouvirmos não apenas gritos de orcs, mas rugidos de lobos também vindos de longe e se aproximando rapidamente. Eu estava confiante, sentia o mesmo em Tauriel mas com uma pontada de nervosismo, não era por causa da batalha eu sabia, ela não costuma ser assim, não temia por mim pois sabe que sou tão bom quanto ela, então sobrara apenas Kili. Estava estampado no seu rosto e nos olhos apreensivos que se algo acontecesse a ele ela lamentaria para sempre.

Toquei em sua mão e a apertei suavemente, lacei um olhar confortador na esperança de melhorar seu humor mas nada mudou.

- Todos nós voltaremos, Tauriel.

- E se nem todos voltarem? - ela olhava à frente pensativa.

- Terão dado um último suspiro com honra.

Não havia mais tempo para conversas, a hora chegou. Os inimigos com seu exército surgiram à distância, primeiro com uma fileira, depois duas, três e muitas mais apareceram, manifestavam através de seus berros o anseio por sangue derramado. Eu já sentia o doce sabor de matar todos eles, deixei escapar um sorriso ameaçador só de pensar na satisfação que será ao ver todos no chão depois de terem sentindo o gosto da minha lâmina e das minhas flechas rasgando sua pele. Meus instintos estavam aguçados, a ansiedade aumentando à medida que se aproximava o momento de atacar. De repente, a ordem foi dada, olhei uma última vez para Tauriel antes de avançarmos para a batalha que nos esperava.

Legolas & TaurielOnde histórias criam vida. Descubra agora