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Os primeiros feixes do sol iluminavam a Terra quando partimos, até a Floresta demorou meio dia para que chegássemos. Alcançamos a Cidade ao anoitecer, os anões que estavam hospedados naquela casa continuavam lá. Não pude deixar de notar a felicidade de Tauriel ao saber que um deles estava recuperado como se nada tivesse acontecido.

Soube que o resto da Companhia de Thorin havia ido para a Montanha Solitária. Um homem, presumo ser o dono da casa onde estávamos parecia completamente aturdido e falava sobre um dragão.

- O dragão que vive na montanha - eu conhecia a história - Está vindo para cá?

- Sim, e rápido. Ele vai destruir tudo se não impedirmos - falou andando de um lado para o outro procurando algo.

- E temos alguma chance?

- Só saberemos se tentarmos. Não temos muito t-

Antes que a frase fosse terminada um ruído perturbador ecoou pelos ares. Todos ficamos alvoroçados de repente e ouvimos os gritos de pessoas, era o dragão. Corremos todos para fora e a enorme e majestosa fera estava sobrevoando a Cidade soltando rajadas de fogo contra as casas e pessoas.

- Vão, se protejam! - o homem falou nós.

- Papai! - sua filha mais nova gritava.

Os anões correram para um lado com as crianças, disseram que as protegeriam. Por impulso peguei no punho de Tauriel e a arrastei comigo para longe dali, não demorou muito até a casa ser atingida pelas chamas do dragão.

Assim como esta, praticamente quase todas as casas estavam pegando fogo, pessoas pulavam no rio, mulheres e crianças corriam desesperadamente, homens armados pareciam desorientados no meio da destruição. O dragão veio na nossa direção, corríamos de mãos dadas quando sua calda passou rente às nossas cabeças e bateu em uma casa transformando-a em uma pilha de destroços.

Da segunda vez que o dragão balançou o rabo ia realmente nos atingir, peguei Tauriel pela cintura e a comprimi contra meu corpo enquanto derrapávamos por uma passagem estreita que havia na fachada de uma casa, esta logo se transformou em nada quando o dragão a atingiu, se não tivéssemos nos deitado no chão e escorregado estaríamos como aquela casa, não restaria nada.

- Você está bem? - perguntei quando paramos de deslizar.

- Sim, estou - ela sorriu - Vamos, ali é seguro!

Ela se desprendeu de mim e correu para outra direção pensando que eu a estivesse seguindo quando na verdade não movi um centímetro. De repente vi o dragão se preparando para cuspir fogo no rumo que Tauriel seguia para o outro lado.

- Tauriel! - gritei a fim de alertá-la.

No momento que ela virou para o dragão e viu o que estava prestes a acontecer tentou fugir o mais rápido possível.

Quando percebi que ela não teria chance agi por instinto e dei um impulso à frente, corri o mais rápido que pude e esgotei todas as minhas forças até finalmente alcança-la. As chamas estavam quase sentindo o gosto de sua pele quando abracei Tauriel tão forte e rápido que caímos no chão, o fogo passou por um fio sobre nossos corpos.

Levantei minha cabeça a fim de ver se estávamos a salvo e o dragão voltou a voar para o outro lado da Cidade. Desviei a atenção para Tauriel, estava com os olhos fechados debaixo de mim (foi quando percebi a posição que estávamos) e por sorte ela não estava ferida.

- Tauriel - sussurrei. Ela olhou para mim assustada - Calma, estamos bem.

Ajudei-a se levantar e a analisei procurando qualquer arranhão, felizmente não encontrei um sequer.

- Não que eu esteja julgando sua esperteza, - falei em tom de diversão -mas cuidado da próxima vez. Nunca mais se afaste de mim assim.

- Tudo bem - sorriu maliciosamente - Da próxima vez espero sua "permissão". E você deve ser paciente em esperar milênios que eu-

- Acho que já esperei demais - impedi.

Em um movimento rápido tomei seu rosto com as mãos e estreitei a distância entre nossos rostos indo direto para sua boca. No começo Tauriel hesitou em retribuir mas por fim cedeu movendo seus lábios nos meus freneticamente. Tive um certo receio de que tudo não passasse de mais um sonho. Mas este era um sonho, de qualquer forma, a idealização de uma utopia. Mesmo que tudo estivesse caindo e se devastando ao nosso redor, não abriria mão de vivenciar isto por nada. E se fosse apenas um sonho aceitaria de bom grado ser amaldiçoado a adormecer para sempre.

Legolas & TaurielOnde histórias criam vida. Descubra agora