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Narradora

A pequena tropa, juntamente com Tauriel, foi rumo ao lugar, não se sabe o nome, mas a localização ficou na memória da capitã. O plano foi simples, os guardas entrariam pelo portão principal para chamar a atenção dos orcs enquanto Tauriel iria à procura de Legolas e o traria de volta. Com um sinal de sua líder os guardas invadiram o lugar pela porta da frente, Tauriel foi por outro caminho que descobriu e encontrou alguns orcs pelo trajeto, matou-os sentindo a doce sensação da vingança.

Chegando na "parede da tortura" seu coração parou ao ver Legolas deitado no chão com uma aparência quase morta.

- Legolas - sussurrou enquanto uma lágrima transbordava de seu olho.

Pegou um dos braços dele e o transpassou sobre os ombros, fez um esforço para se levantar e suportar o peso de Legolas, mas por fim a vontade de salva-lo venceu a falta de força. A porta pela qual entrou não era tão longe de onde estavam agora, virou-se para a saída, os pés de Legolas arrastando no chão enquanto gotas de sangue vindas de seu nariz faziam uma trilha logo atrás. O elfo responsável pelas torturas causadas a eles se manteve à espreita o tempo inteiro, ele sabia que a esposa viria salvar o marido e ele estava pronto para essa ocasião. Tomou o arco e pôr uma de suas flechas venenosas na corda, pronta para ser lançada não pensou duas vezes antes de mirar em Tauriel, porém antes que disparasse, a invasão dos guardas chegou até ali e isto fez com que o elfo não se concentrasse o bastante e quando finalmente atingiu Tauriel passou de raspão pela perna da elfa.

Ela sentiu de imediato a dor no membro inferior mas não parou até alcançar a saída. O cavalo os esperava, mais uma vez ela teve de abusar de uma força colossal para colocar Legolas no cavalo, não se importou muito com a posição dele pois a viagem não seria longa, montou e trotou para o Reino da Floresta.

Chegando lá, tratou logo de mandar que cuidassem do esposo e se direcionou aos seus aposentos para pôr uma atadura em sua ferida que agora sangrava sem parar. Depois desceu para ver como estava o marido, ela demoraria muito para se acostumar a chama-lo assim. Enfim ele estava bem, pediu para que os dois ficarem a sós e as curandeiras se retiraram.

- Como se sente? - perguntou acariciando os cabelos dele.

- Melhor agora - ele sorriu - Só com uma leve dor no ombro, vai passar logo.

- Ficarei aqui até que se recupere, mas precisa descansar.

- Tauriel - sua mão tocou a dela levemente, seus dedos se entrelaçando - Prometa que desta vez vai ficar.

Legolas falou ainda se lembrando de quando Kili estava doente e a cena de seu quase-beijo com Tauriel. Desta vez não havia um anão ali para impedi-la que ficasse, mesmo assim ele queria uma garantia de que ela não o abandonaria.

- Eu prometo - ela assentiu.

Thranduil observava tudo recolhido em seu canto, ele não podia negar que se preocupou com o estado no qual seu filho chegou. Ele mesmo havia armado tudo aquilo e agora o arrependimento tomava conta de seu ser. Tauriel amava seu filho e provou isso. Um ato de crueldade não podia ser perdoado tão facilmente, ele esperava algo que pudesse ser usado para se redimir.

A perna de Tauriel chegou a um ponto insuportável de dor, Legolas não havia notado o ferimento a quando o viu mandou que cuidassem disto imediatamente. Enquanto a examinavam, as enfermeiras fizeram uma expressão de estranheza e chamaram Thranduil.

- Isto não foi causado por uma flecha comum, havia veneno, mas não qualquer tipo de veneno, está mais para um feitiço - falou ele examinando a perna de Tauriel.

Legolas logo sentiu seu coração acelerar.

- E o qual é a cura? - perguntou ele com rispidez.

- Um sacrifício - murmurou Thranduil - Alguém disposto a tomar a doença para si e morrer no lugar da pessoa atingida.

- Eu faço - Legolas falou sem pensar, ele queria salva-la de qualquer maneira.

- Não faça isso - Tauriel interviu, a voz fraca e embargada.

- E qual opção eu tenho, Tauriel? Vê-la morrer está fora de cogitação.

- Como fará algo que não sabe como fazer, meu filho? - o rei indagou.

- Não em chame de filho - seu filho falou entredentes - Isso não estaria acontecendo se não fosse por sua causa.

Mais uma vez a onda de remorso atingiu Thranduil e seu arrependimento tomou proporções extravagantes. Ele se retirou, se trancou no quarto e contemplou o quadro de sua falecida esposa desejando excepcionalmente que ela estivesse ali, ou que de quaisquer fosse o lugar onde estivesse lhe desse alguma luz do que fazer. A resposta apareceu quase que instantaneamente e a decisão foi tomada. Seria a salvação de Tauriel e a sua própria, sem arrependimentos ou reviravoltas.

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