Capítulo Quatro

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No dia seguinte fui para a escola. Não conversei muito com meus amigos e eles não insistiram, parece que perceberam que eu não estava a fim de papo. O período na escola passou rápido e quando eu percebi já estava no carro. Em silêncio. Até que tio Arthur se manifestou:

- menina tem alguma coisa errada? Você está bem? Está tão calada desde ontem.

- estou bem, seu Arthur. Sabe quando os meus pais vão voltar? Pergunto olhando na sua direção.

- eles voltarão hoje senhorita. Diz com um sorriso.

-que bom, pois tenho assuntos para tratar com eles e com o senhor e tia Claudia também. Digo já sentindo minha voz ficando grave.

- e eu posso saber do que se trata? Diz.

- em breve saberá. Digo desviando o olhar e o direcionando para a paisagem que se passava fora do carro.

***

Quando chegamos em casa fui direto para o meu quarto para me preparar. A batalha estava próxima. O julgamento seria aberto e eu daria a sentença. Ninguém vai escapar. Me arrumei, coloquei uma calça e uma blusa e amarrei o cabelo para parecer mais séria. Desci para a sala de jantar e fui para minha cadeira ao lado direito de meu pai.

- oi meu amor, como você está? Perguntou minha mãe que estava sentada na outra extremidade da mesa.

- estou bem, mamãe. E a senhora? Como está?

-estou bem. Cansada por causa do trabalho mais bem. Diz ela me dando um sorriso.

- você não precisava ir querida, não era necessário. Diz meu pai com o olhar voltado para minha mãe.

- que isso querido, faço questão de ver se tudo estava indo bem. Diz minha mãe.

- sabe papai, vocês nunca falaram sobre o trabalho de vocês. Vocês trabalham no que exatamente? Pergunto, para ver o que eles iriam falar.

Eles se entreolham. Rá, acertei em cheio.

- sabe, nós trabalhamos como administradores da empresa. Diz meu pai.

- nós gerenciamos tudo. Temos a obrigação de fazer tudo ocorrer corretamente e ajudar para que todos possam aproveitar e não terem dificuldades caso algo aconteça na empresa. Diz minha mãe ajudando meu pai.

- interessante. Qual o nome da empresa onde vocês trabalham? Pergunto, tentando pressioná-lo.

- bom... meu pai foi interrompido, pois tia Claudia começou a colocar o jantar.

E a conversa acabou aí. Mas é claro que eu não iria deixar eles escaparem. Depois do jantar nos dirigimos para o escritório porque eu disse para os meus pais durante o jantar que gostaria de conversar um assunto sério com eles. Entramos e o primeiro lugar que meu olhar se dirigiu foi para o quadro dos meus pais. Eles se sentaram em suas cadeiras e eu sentei a frente deles e os encarei.

- mãe, pai. Vocês tem algo a dizer para mim? Algo que vocês nunca contaram? Digo olhando nos olhos de cada um deles.

- bom... acho que nunca te contamos que você quando bebê não gostava de mamadeira. Diz meu pai com um sorriso brincalhão no rosto.

- muito menos de chupeta. Você fazia cada careta que era impossível não rir, não era querido? Diz minha mãe caindo na gargalhada. Ri junto. Mas o assunto não era esse ao qual eu queria tratar.

- está bem, isso é engraçado. Algo a mais? Digo, voltando a ficar séria.

- minha filha, acho que não tem mais nada a lhe falar. Porque a pergunta? Não estou entendendo aonde você quer chegar. Diz meu pai com um ar sério.

- pois bem, então. Digo e me levanto da cadeira indo em direção a porta e chamo tia Claudia e seu Arthur. Logo eles vem e entram no escritório.

- nos chamaram? Diz tia Claudia de cabeça baixa.

- sim. Fui eu quem os chamei. Vamos ao que interessa. Digo já adquirindo um olhar mortal.

- qual de vocês irão falar primeiro? O que vocês me escondem? Digo olhando para o seu Arthur.

- do que você está falando minha filha? Pergunta minha mãe. Olho para ela e olho para o meu pai e percebo que ele já entendeu que há algo de errado.

- bom pai, o senhor já deve saber do que se trata não é? Digo chegando mais perto dele.

-não sei do que você está falando. Diz ele fingindo não estar entendendo.

- há não? Pois bem, então. Vou até o armário da mesa do escritório e tiro a tiara de diamantes de dento da gaveta e vou até meus pais que estavam atônitos.

- eu estou falando disso. E mostro a coroa em minhas mãos.

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