CAPÍTULO 17

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      Se passaram dois dias e eu ainda não havia tido alta, não poderia sair do hospital infernal e não saberia o que está acontecendo lá fora, meus pais não me deixam sozinha um segundo, eles sabem que se deixarem eu vou sair o mais rápido possível desse lugar e vou procurar o Jimin, eu não aceito essa história de irmãos, isso não é real, algo dentro de mim diz que isso é só mais uma mentira ou um erro, eu não sei, eu só não vou aceitar sem lutar.

      — Mãe, pode me dar meu celular? — Pedi.

      — Desculpa Sayumi, mas não posso. Sei que vai falar com o seu irmão. — Ela diz e meu sangue ferve.

      — Não diga que ele é meu irmão, ele não é! — Cruzo meus braços sentada naquela cama de hospital — E desde quando eu voltei a ter sete anos pra vocês me controlarem?

      — É pro seu próprio bem.

      — Alguém aqui pediu uma melhor amiga e um namorado da melhor amiga? — Yoko entrou no quarto sorridente com Jungkook.

      — Yoko!!! — Abri um enorme sorriso e ela veio me abraçar.

      — Sayumi. — Ela me deixou aconchegada em seus braços.

      Faz tanto tempo que eu não a vejo, desde quando eu quis ter ela longe para que pudéssemos viver, mas notei que isso não me fez bem, Yoko era a pessoa em quem eu mais confiava em todo o mundo, talvez a que eu mais amava por ser a mais verdadeira e leal comigo, Yoko sempre foi do seu próprio jeito sem máscaras e companheira, eu estava feliz por ela estar com esse sorriso, isso significava que Jungkook era alguém que fazia ela feliz como Jimin me fez durante aqueles dias em que trocávamos beijos e dizíamos "Eu te amo".

      — Olá, Sayumi. — Jungkook disse me abraçando em seguida.

      — Oi, Jeon. — Falei sorrindo.

      — Bom, eu vou deixar você sozinhas pra conversarem. — Minha mãe disse — Eu confio em Yoko para não deixar você sair daqui Sayumi.

      — Obrigada por mostrar que confia em mim mamãe. — Falei ironicamente.

      Minha mãe pegou sua bolsa e logo passou pela porta saindo do local e levando meu celular junto.

      — Yoko me empresta seu celular por favor. — Pedi.

      — O que vai fazer?

      — Ligar pro Jimin.

      — Sayumi... tem certeza que quer isso? — Ela está apreensiva.

      — Yoko eu amo o Jimin, e mesmo que todos digam que não podemos ficar juntos, eu só vou deixa-lo quando ele disser que não me ama mais. — Digo e ela procura seu celular em sua bolsa.

      — Não vai adiantar ligar. — Jungkook começa — Jimin estava arrumando as malas ontem e disse que iria hoje com Jin. Eu e os garotos estamos meio mal por isso.

      — Como assim com o Jin? — Pergunto.

      — O Jin teve que ir para o exército, e o Jimin achou isso um bom jeito de... ficar longe de você então ele quis ser convocado agora. — Ele fala e meu coração cai no final de sua frase — Ele vai embora hoje.

      — Hoje? Não... não... — Meus olhos já tem lágrimas.

      — Calma Sayumi. — Yoko me abraça forte.

      — Por favor Yoko, me ajuda a sair daqui, eu posso pegar ele ainda no aeroporto. — Peço, imploro.

      — Sayumi eu... — Ela para e escuta meu choro — Tudo bem.

      — Obrigada, Yoko.

      Yoko entra no banheiro do meu quarto comigo e troca de roupas comigo, Jungkook observa a porta para não deixar minha mãe entrar, assim que terminamos agradeço aos dois e saio daquele lugar, eram duas da tarde o sol estava um pouco forte demais, minha visão teria que voltar a se acostumar com aquilo, aquela claridade. Yoko foi gentil ao me emprestar suas roupas e o dinheiro para pegar um táxi, fiz sinal para o táxi e pedi para que fosse o mais rápido possível ao aeroporto, Jimin iria embora, eu não poderia deixar ele cometer esse erro terrível.

      Meu coração está nas mãos enquanto eu respiro ofegante, o senhor para o carro na porta do aeroporto e eu o pago descendo do veículo, eu estava com medo, com medo de como Jimin me trataria e de ouvir que ele não se importa com o que eu penso, eu sei que ele se importa, eu sei que no fundo ele quer ficar, mas saber que temos o mesmo sangue foi tão forte pra ele que ele nem parou pra raciocinar que isso não faz sentido, pelo menos não pra mim. O meu pai pode ser ruim como for mas ele nunca trairia minha mãe depois de já estarem casados. Ando em direção ao caixa de check-in e pergunto a moça se o avião para as bases já decolou, foi então que o desespero tomou conta, ela havia dito que ele decolaria daqui a dez minutos. Corri para longe dali procurando uma entrada, todas tinham seguranças e eu já não sabia o que fazer, olhei para as pessoas entrando naquela cabine que daria na pista de decolagem, corri para lá, passando rápido entre aqueles homens vestidos de preto, eu só precisava encontrar o Jimin.

      Continuei correndo e já tinham uns três guardas atrás de mim, eu não queria que todos os olhares fossem voltados para mim mas se precisasse eu faria um escândalo, olhei para cada uma das pequenas janelinhas daquele avião, até ver fios rosa em uma delas, era ele. Seus olhos estavam fechados e sua cabeça encostada na janela.

      — JIMIN! — Eu gritava o mais alto que conseguia — JIMIN!!!

      Por mais que ele não pudesse me ouvir porque estava dentro do avião, eu gritava incansavelmente. Mesmo que aquilo custasse a minha voz eu não me importava, eu só queria que ele desistisse de fugir do que nós temos e me deixasse sorrir outra vez.

      — JIMIN!!! JIMIN!!! — Eu gritava e cada vez mais a voz saia falha.

      — Senhorita, você não pode ficar aqui. — Um dos seguranças segura meu braço.

      — JIMIN!!! — Eu luto contra a força do homem mais um vento forte toma a pista de decolagem.

      — Temos que sair daqui. — O homem diz.

      — Não, eu não posso. — Olho para a janela outra vez e percebo o avião se mexer, ele está saindo dali, levando Jimin embora. — JIMIN POR FAVOR!!! JIMIN!!! Não vai... por favor. — Eu já não tinha forças, pra nada.

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