CAPÍTULO 7 - Conflito Interno Pessoal

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Respira. 1, 2, 3. Respira.

Que mané respira o que! Eu vou quebrar toda a cara dele agora! Como assim ele está pegando a minha ex-namorada? Essa família não presta! Primeiro a irmã psicopata vem querendo me roubar dinheiro me pregando psicologia barata e agora o irmão chavoso quer pegar a minha ex-namorada? Tão pedindo pra morrer?

Comecei a respirar com tanta dificuldade que Charlie me olhava de um jeito preocupado. Na minha mente, eu matutava um jeito de matar ele sem ser pego foragido na fronteira do México, mas considerando meu físico invejável, não chegaria nem até o fim da rua.

— O irmão da minha psicóloga namora a minha ex. O irmão da minha psicóloga namora a minha ex. O irmão da minha psicóloga namora a minha ex. – Dizia para mim mesmo de um modo altista. Charlie parecia não ter reação.

Eu me levantei sem falar nada e sai como se fosse um robô da Cupcake. Eu provavelmente iria procurar uma ponte para poder me jogar, mas não antes de queimar aquele diário e jogar suas cinzas no rio para que ninguém encontrasse todos métodos de tortura e as ameaças que continham ali.

— Aonde você vai? – Charlie perguntou vindo correndo atrás de mim.
— Para algum lugar bem longe de pessoas chamadas Stark. Como, depois de eu contar toda a minha história deixando claro que eu amava as três, você me dá uma punhalada dessas nas costas? – Disse exaltado, articulando com as mãos enquanto ela andava apressada ao meu lado. – Seu irmão, Charlie! Seu irmão é namorado de Summer. E ela é alérgica a ele!
— Ao cachorro dele! – Exclamou incisiva.
— Qual a diferença? – Questionei indignado. – É a mesma raça.
— Não fala assim do Stark! – Pediu parando. Eu fiz o mesmo, me virando e batendo com força em minhas coxas.
— Não fala assim você. – Pedi, bufando. – Olha, Charlie... Você é legal, mas... Eu passo depois no seu escritório para pagar a primeira consulta e...E  toma seu diário. – Entrei o objeto que percebi que ainda estava em minhas mãos. Ela apenas me olhou sem fazer nada. Suspirei. – Desculpe, mas... Não quero arrumar briga com você, e isso se torna algo quase impossível quando seu irmão namora a garota que eu amo.
— Joseph... – Ela começou, mas percebi que não tinha muito que dizer.
— Desculpe, Charlie. Mas não preciso de mais alguém contra mim. – Sorri sem humor, antes de lhe fazer pegar o diário e sair. Era um perfeito idiota. Mas... Todos já sabem disso.

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— Como assim você foi um idiota desse naipe com aquela gostosa? – Mike perguntou indignado quando contei o que havia ocorrido mais cedo. – Dane-se se o irmão dela pega a Summer, ele é muito boa!
— Não seja machista, por favor! – Implorou Candy, se jogando em uma poltrona a minha frente.
— Fiquei quieta, pequeno pônei. Como disse, isso é uma conversa de homens. – Disse ele, colocando a mão sobre o rosto dela, como quem dizia "não me manifeste, mortal".
— Como eu disse, é uma conversa de homens, o que exclui você. – Disse ela, jogando os cabelos. Revirei os olhos, colocando a mão no rosto. Não mereço isso.
— Orra! ORRAAAAAAAAA! – Disse Gabs, com a mão na boca. – Não deixava, ein? Chamou de mulherzinha.
— Você não deveria estar arrumando alguma festa de criança em algum lugar, vendo crianças com bolhas de ranho no nariz te chamando de tia? – Cruzou os braços, de modo afetado. Candy se acomodou mais na poltrona, olhando as unhas.
— Não, meu amor. Ao contrário de você que fica o dia inteiro coçando o saco, eu trabalho e o nome disso é folga.

Mike fez menção de respondeu, mas eu ergui a mão, pedindo silencio. Por favor, o drama era eu, não eles. Por que brigam assim? Venha todos me amar. Paz e amor, paz e amor, paz e amor e Uckermannzinho. Uckermannzinho, gente!

— Chega pelo amor de Zeus! – Pedi, suspirando. Olhei para Mike e apontei minha palma para ele. – Olhe vaso, tá repreendido todo espírito de Dave Sheepard que possa haver dentro de você.
— Espírito de Dave Sheepard? – David perguntou, erguendo as sobrancelhas. Ele estava tão entretido jogando no celular, que nem prestava atenção no que estava acontecendo direito. E olha que ele adorava um barraco.
— Meninice. Ah, HAHAHAHAHAHA.
— Não me darei ao luxo de responder você, mero humano. – Respondeu antes de voltar a mexer no celular.
— Joseph, por favor! – Michael voltou a me implorar. – Charlotte Stark é muito gostosa!
— Não vai pelas ideias dele, Joe, que você se ferra. – Candy disse, fazendo Michael revirar os olhos.
— Como eu posso achar ela gostosa? – Questionei pasmo. – Eu nunca reparei nela para dizer que ela é gostosa. Ela é gostosa, mas... Dane-se. Ela é irmã do namorado da Summer! – Afirmei, tentando fazer com que eles percebessem o que aquilo significava.
— Cara, dane-se! – Michael disse. – Esquece as merdas das suas três mulheres e se foca numa quarta!
— Ele não vai pegar a psicóloga dele, põe isso na sua cabeça!
— Então porque ele deu um fora nela? – Perguntou indignado.
— Eu não dei um fora nela. – Expliquei. – Apenas disse que não quero mais ser tratado com ela.
— Isso, meu amor, é dar um fora. – Explicou e eu revirei os olhos evitando responder. – Mas se você realmente quer ficar na bad por ter tratado Charlie mal, procure alguém que te faça se sentir pior.
— Quem você sugere? – Perguntei irônico. – Minha mãe?
— Não. Katherine Hunnigan.

Todas Contra Ucker (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora