CAPÍTULO 9 - Pequeno Atraso

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Eu nunca imaginei como a popularidade de alguém podia aumentar tanto em tão pouco tempo. Mas eu sou Joseph Uckermann, tenho vocação para ser estrela, e quando falamos em Joseph Uckermann e Katherine Hunnigan é garantia de sucesso. Por que é claro, ela é a artista mais importante do país. Mas... Eu tenho o meu charme. Né? É.

Mas, muitas das vezes essa “fama” repentina era meio que ameaçadora.

Katherine tentava não demonstrar seu ódio profundo nas entrevistas que dava, dizendo que tudo tinha sido um acidente e que eu estava a ajudando na sua recuperação, e quando perguntavam sobre nós termos reatado, a resposta dela era sempre a mesma “rsrsrsrsrsrs, não”. É claro que era não, até porque eu não queria, porque se eu a quisesse ela estaria em minhas mãos.

Mentira, não estaria não.

Ainda assim, o fato dela ter tido de cancelar alguns shows, já que quando forçava muito a voz começava a ficar fanha igual um pato, não comprometeu sua carreira ou a fez ter qualquer tipo de prejuízo. Muito pelo contrário, parecia que chovia gente querendo saber como ela conseguiu quase quebrar o nariz e ainda por cima quem havia feito aquilo. Quando falava que havia sido eu, meu Twitter chovia de twetts me chamando de assassino de nariz ou “afanhador”, o que, particularmente, achava uma afronta.

Apesar de tudo, depois daquele período fanha, a voz de Katherine voltou ao normal e naquele dia seria o seu primeiro show depois do acidente. Eu estava com medo de qualquer coisa desse errado, mas eu torcia por ela, já que torcer por ela seria o mesmo que torcer por mim. Conhecendo Katherine, se uma lâmpada queimasse a culpa seria minha.

Estávamos fazendo o teste de figurino de Katherine. Por algum motivo desconhecido de Zeus, eu estava sendo mantido ali dentro quase em cárcere privado, já não aguentava mais olhar ela procurar o que colocaria na entrada do show e estava ficando sem paci.

— Cala a boca, Joseph! – Berrou – Eu mandei calar a boca!
— Mas eu não to falando nada! – Expliquei, me encolhendo no sofá.
— Mas eu ouvi sua voz falando na minha cabeça: “Você bonita assim, Kath. Vai dar tudo certo!”. E TODA VEZ QUE VOCÊ DIZ ISSO, TÁ TUDO ERRADO! E agora? E agora? Qual eu ponho? Qual eu ponho? – Começou a se questionar, erguendo um monte de cabides de vestidos. – Esse? Esse? Ou Esse? Ou aquele ali?
— Põe o preto, Katy. – Disse quase escorrendo para fora do sofá. Não aguentava mais aquilo. O tédio e o sono estavam tomando conta de minha pessoa maravilhosa.
— CALA A BOCA JOSEPH!

Revirei os olhos e me forcei a ficar aqui durante quanto mais tempo aguentasse. Acho que não demorou quinze minutos para eu levantar e começar a ir em direção a porta. Chega!

— Aonde você vai? – Perguntou ela entre dentes. – Você tem de me ajudar!
— Você não liga para a minha opinião, esqueceu? – Disse revirando os olhos. Ela bufou.
— Joseph!
— Katherine! – Sorri e ela quem revirou os olhos. – Preciso trabalhar. A gente se vê no show, ok? – Ela assentiu. Voltei em direção a porta e comecei a me afastar.
— Ei. – Ela chamou de novo e me virei. Ela encolheu os ombros e sorriu tímida. Katherine Hunnigan tímida é erro de digitação. – Não falta, ok? 

Sorri contido antes de assentir. Ela sorriu de volta, antes de se virar e eu sair dali.

As coisas estavam começando a fluir com Katherine. Isso era bom, me lembrava de tudo o que nós já passamos, mas eu não me sentia confortável com aquilo. Uma, porque ela havia se tornado um monstro e outra porque havia as outras. Sun e Marg. Marg e Sun.

Eu havia me conformado tanto em ter uma paixonite pelas três que era estranho me conformar com apenas uma. Vem pro papai que eu to guloso.

Ok, ignorando a última frase.

Todas Contra Ucker (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora