Yuki, o Cúpido

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Eu entrava com um anel no dedo bastante contente. Fui direto para um banho e deixei o anel na pia. Fiquei pensando em como aquele garoto era tão fofo e que coragem que ele teve de anunciar para o público todo ali no cinema que me amava. Eu tinha ficado corado novamente, porém tanto faz pois eu estava feliz por estar amando ele. Quando sai me sequei vestindo uma cueca box vermelha com um desenho do meu signo no canto, um escorpião. Logo vesti meu pijama pois estava tarde e fui falar com minha mãe que havia acabado de chegar. Contei tudo para ela e a mesma só se animava cada vez mais e perguntou:

— Vai nos apresentar seu namorado algum dia? — Aquilo me fez entrar em um transe tão grande e sabia a resposta

—  É claro que sim — A abracei e ajudei a fazer o jantar. Quando terminamos a família toda já havia chegado e ficamos conversando sobre diversas coisas até meu pai perguntar:

— E este anel no dedo Yuki? — Eu havia esquecido de tira-lo, porém tomei coragem e disse.

—  É um presente de uma pessoa que gosto. — Minha mãe ficou surpresa com aquilo.

—  Este é o meu garoto.— Logo ele abriu um sorriso que eu achei meio estranho com a outra pergunta que ele fez— E então, como ela é?

Como ela é? Ótima pergunta pai, dela eu não sei, mas como ele é? Isso eu sei. Fiquei pensando um pouco e minha mãe apenas acenou com a cabeça. Aquilo era muito cedo, e não queria desmotivar o jantar da família.

— Filho... Eu nunca lhe vi com este anel, e hoje no dia em que você sai chega com um... Hoje você não saiu só com um amigo?

—  Bom pai, ele era meu amigo... — Eu reuni forças para falar o restante A— gora ele é meu namorado.

O mesmo que estava alegre mudava sua forma de rosto e sua postura, se arrumava na cadeira e voltava a comer, logo depois ele bebeu um copo de suco e perguntou:

—  Menino... Você gosta de um garoto? Isto é surreal. —  Seu tom era irônico.
— É bastante real pai.
—  NÃO ME OUSE CHAMAR DE PAI — Um grito era escutado do lugar mais longe possível — QUER SABER NEM FILHO MEU MAIS VOCÊ É.
—  Tudo bem — Respondi com serenidade e terminava o jantar. A seguir saia da mesa e iria para o quarto chorando um pouco e trancando a porta.

Mais tarde ele batia na porta, porém fingi que estava dormindo o que deu certo. Fiquei conversando por mensagem com Samuel sobre o que aconteceu e ele tentava me consolar dizendo que era difícil para os pais.Mandei uma mensagem de boa noite e fui dormir.

Conseguia ouvir vozes no quarto do meu pai conversando com minha mãe sobre o assunto. Que merda que eu acabara de fazer, antes mesmo que percebesse já tinha caído no sono e adormecido de uma maneira que nem eu mesmo sabia uma forma de explicar o que havia acontecido de uma hora para outra.

No outro dia de manhã fui à escola mais tarde do que o comum para pegar minha nota e consegui passar. Olhei a do Samuel que não poderia ir ver a nota e mandei uma mensagem falando que ele tinha passado também. Do nada senti uma mão macia em meu ombro e olho para trás vendo que era Muna.

—  Posso falar contigo por um tempo? — Ela perguntava alisando seu cabelo.
—  Sim pode — Meus olhos pareciam um pouco inchados por causa do choro pela noite e eu esperava que melhorasse antes de encontrar com Sam.

A gente caminhou um pouco para uma área da escola aonde ficamos apenas nós dois e ninguém mais. Minha cabeça estava cheia de coisa porém os olhos dela com lágrimas, mostrava que ela também tinha algo nos pensamentos.

— Fico feliz que passaram os dois. — Ela dava aquele sorriso misterioso.
— Obrigado. — Agradecia retribuindo o sorriso.
— O anel coube perfeitamente em seu dedo, felicidades ao casal.
—  Como você sabe? —  Perguntei surpreso.
— Nós saímos para comprar este belíssimo anel para você em certo dia... — Ela riu um pouco.
—  Então foi com você e não com a irmã dele naquele dia... Entendi. — Eu me senti um bobo.

Sofrer por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora