Sam, o Sentimental

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Estava estudando ao lado de Yuki quando meu telefone toca e atendo sendo minha irmã:

—O papai sofreu um acidente vem aqui o mais rápido. — Aquilo realmente me atingiu e me deixou meio abalado.

Apenas desliguei o telefone e me despedi de meu amigo dizendo que tinha que fazer algo com minha irmã. Sai da biblioteca e peguei o ônibus para casa e ao chegar vi meu pai no chão com um pouco de sangue a sua volta.

— O que houve com ele? — Perguntei assustado.

— Eu não sei. Quando cheguei ele já estava assim — Me abaixei para tentar ajuda-lo e retira-lo do chão e ele ainda tinha consciência o que me fez levar um tapa e escutar mais condenações.

— Não quero ajuda de um inútil como você — Aquilo simplesmente machucou bastante.

Mesmo ele dizendo isso não hesitei e tentei levanta-lo e ele sempre se contorcia e me batia. Não desisti de meu pai e o coloquei dentro do carro enquanto minha irmã pegava as chaves e logo a seguir dirigia o mais rápido ao hospital.

—Você é impuro, um inútil. — Foi isso que escutei no caminho todo.

Ao chegar no hospital os médicos o levaram para a seção aonde atendia casos emergenciais o colocando numa maca e o levando pelos corredores brancos enquanto eu e Lory que continuava a orar aguardávamos na sala de espera.

Quando deu por volta de dezessete  horas, comentei com minha irmã que iria na casa de um amigo estudar no outro dia e ela concordou, me deixando sair de lá mais cedo e eu assenti saindo daquele lugar que eu tinha medo.

Fui a pé para casa e gastei uns 30 minutos. Coloquei o fone e fui ouvindo as músicas do Shawn Mendes enquanto muitas crianças corriam pela rua e sorriam.Senti saudades de quando minha mãe ainda estava viva e brincava comigo destas coisas, se ela ainda estivesse aqui eu tenho certeza que estaria mais feliz do que nunca.

O tempo teria passado rápido demais e eu já me encontrava em casa e fui tomar banho. A água quente descia pelo meu corpo e fazia arder às marcas dos machucados que ainda existiam e eu fiquei pensando um pouco sobre a vida e se outras pessoas tinham sorte de ter uma vida boa. Neste mesmo instante a água caia e minhas lágrimas escorriam.

Quando sai do banho comi um miojo e fui para o quarto descansar um pouco colocando o celular para despertar. O silêncio em casa estava bastante confortante, apenas deitei na cama e me cobri com um edredom e antes de perceber as lágrimas caiam e eu adormecia.

Tive um sonho nada bom, aonde eu estava no balanço e minha mãe me empurrava. Com o tempo tudo pegava fogo e não via mais minha mãe e sim um esqueleto da mesma, o mesmo esqueleto que eu vi pessoalmente depois de ela me salvar daquele acidente em casa... Ela morreu queimada me salvando e o fogo vira sangue que cobria o chão. Meu sangue pingando em quanto meu pai me agride.

— Que sonho foi esse? — Era por volta das seis horas, antes do previsto de eu acordar.

Levantei e fui tomar café da manhã, depois tomei um banho e abri a janela do quarto. O tempo estava nublado e fazia um pouco de frio. Coloquei um casaco preto e uma blusa branca onde estava escrito Play Again, baby,  coloquei uma calça jeans e calcei um sapato preto. Ainda ninguém tinha chegado em casa, peguei o celular e vi a mensagem de Yuki passando as informações do que levar, procurei algumas coisas e não achei nada mandando mensagem:

—Estou indo já, não achei nada legal. — Sou péssimo com mensagens.

— Tudo bem, só vem — A mensagem dele foi bastante rápida como se ele tivesse esperando.

Sofrer por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora