Sam, o Punido

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Foi daquela forma que celebramos nosso primeiro mês de namoro, foi ali com todos aqueles movimentos quentes que me senti perfeitamente conectado à ele; nossas vozes estavam interligadas, nossas respirações se oscilavam, nossos sentimentos se uniam, nosso corpo se tornava apenas um quando se estava "conectado." Foi muito bom ter feito aquilo com consentimento da outra pessoa e não como eu tive minha primeira vez, ele foi incrível demais para mim.

Já era por volta de 10:00 quando acordei em casa. Juntamente de Lory que havia deixado Yuki e Jack bem cedo em casa e teria voltado pro nosso lar e agora eu estava no quarto com muito sono.

- Que noite longa que tive... - lembrava de tudo e ficava impressionado com toda a pureza de Yuki em cada toque - Espero que tenha feito tudo certo.

O tempo passava e escuto alguém batendo na porta de casa e ela sendo aberta, logo a seguir meu namorado estava dentro do meu quarto me encarando sorrindo.

- Que surpresa - eu disse rápido

- Eu sei amor - ele se aproximava e me beijava, ficávamos deitados na cama e ele dizia - Algo me fez escrever em meu diário algumas páginas mais cedo sobre toda a minha vida... E meio que deixei aberto em casa...

- Sobre o que estava escrito? E por quê fez isso? - Perguntei para ele curioso.

- Estava escrito sobre toda a minha vida e fiz porque... Achei que estava na hora certa para lutar contra todos pelo nosso amor - aquilo soou tão fofinho que o beijei - Mas assim Sam... Olha isso aqui.

- Não fiz isso - Falava com ironia após ver que em seu tórax havia diversas marcas de mordidas - Por que está tocando nesse assunto?

- Por nada bebê - ele respondia rápido.

- Você se arrependeu de ter feito... comigo? - perguntei um pouco para baixo.

- Óbvio que não - Ele me abraçava - Eu te amo e estava todo pronto para ti.

Aquilo me animou por completo, estávamos ambos trocando afetos e carinhos na cama do quarto e nem notamos que pessoas conversavam do lado de fora da casa, até Yuki ter coragem e ir ver na janela quem era:

- Ah não... Droga! - ele dizia se afastando.

- O que foi amor? - eu perguntei meio preocupado.

- Meu pai... Esta falando com o seu - E isso foi o mais que o suficiente para me preocupar.

Eles paravam de conversar e a porta da sala estava sendo fechada, Lory tinha saído com Muna; passos pela casa ecoavam mais que tudo indo em direção das escadas.

- O que eu faço?  - Yuki me perguntava muito preocupado.

- Eu também não sei - quando acabei de falar a porta se abriu.

Por essa eu não esperava, era para ser um dia completamente feliz entre eu e meu namorado, mas não foi isso que aconteceu. Com a porta aberta podemos ver o pai de Samuel, seus olhos estavam com ira, seu cabelo bagunçado, ele utilizava um colete de exército com uma blusa preta em baixo, uma calça marrom e botas. Era como se ele fosse caçar, até porque na mão dele havia um cinto... Com pregos.

- Então, algo a me falar Samuel? - sua cabeça estava baixa e ele se aproximava.

- Depende do que o senhor esteja falando. - Levantei da cama ficando na frente de Yuki.

- O que ele é seu? - Ele ficava perto de mais e Yuki se levantava, nervoso e amedrontado.

-Ele é meu namorado e... - Não deu para completar quando um cinto teria sido atingido no meu rosto e o prego arranhou bem próximo do olho ardendo tudo e fazendo um pouco de sangue cair.

- Samuel! - Yuki se aproximava e ficava na minha frente; eu não sabia o que fazer.

- Saia seu verme! - Um soco atingia o óculos e ele ficava meio torto fazendo-o cair no chão, depois ele levava um chute batendo com suas costas em um armário e virava para ele se aproximando - Odeio garotos fracos como você.

- Não toque nele! - Corri me jogando na frente dele e levava mais uma "cintada" no corpo e doía - Não vai tocar em quem amo.

- Vai levar tudo por ele da mesma forma que foi sua irmã? - Aquela pergunta era algo que doía.

- Vou levar ainda mais apenas para proteger quem amo - Olhei para Yuki e sorri, e ele retribuiu.

- Como preferir - Eu levava um chute de meu pai após da resposta curta e ríspida dele - Isso vai ser ótimo...

Eu não reconheci mais quem era, meu pai ou um cara qualquer? Um homofóbico? Na verdade... Meu pai naquele momento estava agindo de forma que nem ser humano ele deveria ainda ser.
Começou por chutes um atrás do outro, barriga, costas, pernas... Logo a seguir ele seguia com socos após socos, meu corpo doía e ficava dolorido em cada golpe que era levado, ele começou a ficar cansado e antes de notar ele pegava o cinto de novo me atingindo cada vez mais.

- Deixa ele! - Yuki se levantava e ia para frente dando um soco no meu pai, logo a seguir ele devolvia com um mais forte ainda fazendo-o cair.

- Eu disse para você ficar quieto moleque; eu não vou me responsabilizar pela sua tragédia, essa é com seu pai - ele virava de novo pra mim e me batia - Foi o pai daquele garoto que viu vocês se beijando e se assumindo pra família; irônico não acha Samuel, eu lhe disse para não fazer nada.

Vários golpes de cinto eu levava e cada vez mais ardia, eu estava todo vermelho e sangrando com as pancadas que a fivela tinha feito.

- Antes do pai dele veio um garoto aqui, o mesmo que tinha um dia ido na nossa casa quando vocês tinham terminado e espalhado pela vizinhança aquela sua falta de vergonha por completo - ele me batia mais uma vez bem mais forte e Yuki me olhava assustado, logo eu olhava para a porta e ele acenava com a cabeça - Você não sabe a vergonha que passei sofrendo com tudo isso, com pessoas falando mal da nossa família, dizendo que eu não era um bom pai por ter deixado você virar isso depois que sua mãe veio a falecer.

Eu levava mais um golpe só que quando ele disse mãe algo em mim se intensificou, lembrei dos momentos felizes juntos com ela, no balanço, nas brincadeiras que tinha com ela, no doce olhar e então lembrei daquele fogo, a casa caindo e eu não podia fazer nada por ela a não ser correr.

- Você não é que nem ela! - em um grito e mesmo com muita dor no corpo, me joguei contra meu pai o atingindo enquanto Yuki saia correndo do quarto pela porta e eu logo a seguir indo atrás dela e dizendo para mim mesmo - Você nunca vai ser que nem minha mãe!

Corremos bastante, Yuki não queria ir para casa e continuamos a correr cada um se ajudando, pois ambos corpos doía muito, lágrimas caiam pelas ruas e no meio da corrida olhamos um para outro, olhos nos olhos, lágrimas ao chão.

- Vamos para meu lugar secreto - Ele dizia.

- Aonde é que fica isso? - Eu perguntei achando que isso era coisa da cabeça dele.

- Eu chamo de Floresta Nynf , mas para falar a verdade é só a parte mais escura e cheia de árvores do EstPark. Eu fugia de casa as vezes quando era pequeno querendo ficar só e ia para lá. - Ele disse remexendo nos cabelos.

- Então vamos - Disse e então fomos caminhando com dores, o sol que havia antes, agora já estava sumindo, estava quase um pôr do sol se formando enquanto sentíamos muita dor nos agoniando.

Sofrer por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora