Capitulo 11

863 65 36
                                    

Quando saio do meu apartamento as paredes parecem tentar se fechar a minha volta, não estou certa do que vou fazer, mas sei que vou. A porta de Gustavo está ali na minha frente, e a mão tocando a campainha também. A, sim, é a minha mão. Até agora não havia tomado ciência de que de fato era eu quem estava fazendo isso. Encosto-me a parede ao lado e espero. Diabos, se ele não aparecer logo eu vou embora, talvez isso seja o melhor a fazer.

Quando tento me afastar da parede ouço o barulho da porta abrir, a visão de um Gustavo sem camisa enche minha mente de pensamentos sujos.

- Você precisa de alguma coisa?

A coragem me toma em seus braços.

- Eu totalmente preciso.

Sem pensar vou de encontro a ele, minhas mãos vão para sua nuca, e minha boca procura a sua. Por alguns instantes ele parece confuso, mas logo retribui o beijo fescenino que iniciei. Minha visão é embaçada e sou toda sentidos. Seu cheiro de loção pós-barba inunda minhas narinas, suas mãos fortes tocando a minha cintura, sua boca macia colada na minha. Levanto o joelho na extensão de sua perna esperando que me tome para mais perto. Como se lê-se meus pensamentos, põe a mão em minhas coxas e me levanta do chão me levando até o sofá  onde me põe deitada.

- Sabe, você é muito mais interessante aqui do que nas aulas, senhor professor.

Vejo algo diferente em seus olhos agora não há ali a luxuria que havia há minutos atrás.

- Você está totalmente bêbada não está? O merda.  O que você bebeu?

- Eu não estou bêbada.

Não tenho consciência do quão clara são minhas palavras já que sinto minha língua meio dormente. Ele coloca a mão na testa como quem para pra pensar em algo.

O mundo ainda está girando a minha volta, só consigo ver Gustavo em câmera lenta me pondo para o lado e sentando no sofá. Rapidamente levanto-me e ponho os braços a sua volta. Seu pescoço parece me chamar, e me dirijo a ele apressadamente, dando beijos e mordiscando toda extensão até sua mandíbula. Eu sei que ele está gostando disso, quando ouço um leve chiado sair de seus lábios e me sinto confusa quando ele me afasta.

- O que diabos você está fazendo?

Ele parece ofegante e me olha parecendo confuso sobre tudo que está acontecendo conosco.

- Não parece claro para você? Pensei que você já era bem crescidinho para entender essas coisas.

Ele não consegue evitar rir. Com os olhos verdes me invadindo ele diz:

- Sabe você também é bem melhor aqui do que na aula.

Isso me traz uma sensação lasciva e penso em me colocar em seus braços novamente. Ele é mais rápido e levanta trazendo suas mãos a minha cintura e pernas, eu sinto o calor de seu toque e já imagino mil coisas que poderiam acontecer a seguir.

- Vamos você precisa de um banho.

Como se eu não conseguisse mais prender as palavras em meus pensamentos digo:

- Concordo me sinto totalmente suja.

Ele ri descontroladamente, abrindo discretas covinhas em suas bochechas enquanto ele o faz. Chegamos ao banheiro quando ele finalmente para de rir e toma folego para dizer:

- Sabe, eu acho que você vai se sentir muito envergonhada amanhã.

Eu não sei o que responder e prefiro pensar atenção em seus braços firmes me encaminhando para o chuveiro. Quando ele me coloca no chão do Box, minhas pernas vacilam e seu reflexo rápido evita minha queda.

- Deixe-me formular minha frase, você vai se sentir muito envergonhada amanhã, se lembrar de algo.

Sinto a água batendo em minha cabeça. Não reparei no momento em que ele ligou a água, mas agradeço mentalmente por isso. A água quente me envolve e fecho os olhos, sentindo os braços de Gustavo em torno de mim, jogo minha cabeça em seu peito e sinto seus dedos fazendo movimentos circulares em minhas costas. Não tenho mais ideia de espaço- tempo, só de suas mãos e de seu peito rígido e de seu cheiro inebriante. O mundo parece escurecer e eu durmo.

DescoladaOnde histórias criam vida. Descubra agora