Capitulo 8

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Sabe, segurar o cabelo de uma pessoa quando ela vomita nunca é uma coisa divertida, nem mesmo quando o cabelo em questão é azul algodão-doce. Quer dizer aqueles cabelos nunca mais serão tão bonitos para mim.

Caramba, acordei me sentindo terrível, o que me contenta é saber que a Blue acordará bem pior.  Eu sei que supostamente eu deveria ser amiga dela e sentir pena, mas caramba eu limpei a privada que ela deixou suja, eu posso ser má agora. 

Não tem nenhum café nas prateleiras, não que eu saiba fazer café afinal de contas. Tem uma cafeteria no outro lado da rua, parece uma boa ideia.  Abro a porta, e caramba não é uma boa ideia.

- Bom dia!

Parece que perdi toda a minha capacidade de articulação. Gustavo está usando somente uma calça de abrigo e tem o abdome coberto apenas por suor, sempre ache isso nojento para caramba nos filmes, mas nele parece tão, certo.

- Dia, bom, hmm...

- Parece que a noite foi boa, mal consegue formular uma frase.

O, minha nossa, eu sou tão estupida.  Felizmente parece que ele não notou o meu momento ninfomaníaco.

- Bem, e então se divertiram?

- Acho que a Blue se divertiu bem mais do que eu...

- Blue? A sim, você fala da senhorita Joana, eu presumo.

- Não acredito que ela mereça ser chamada de senhorita nesse momento, eu especificamente a chamaria de...

Nesse momento ele começou a rir e fui obrigada a terminar minha frase com uma risada. Afinal de contas o que estou fazendo? Aliás, o que ele está fazendo aqui todo sexy suado e sem camisa? 

- A Coelhinha da Playboy está aí dentro?

Santa merda, eu não disse isso em voz alta disse? Droga, eu disse! Ele está com uma cara totalmente confusa.

- Quem?

Sou obrigada a falar, mesmo que esteja semelhante ao Hellboy, sabe com todo aquele vermelho na face? 

- A, quer dizer, bati na sua porta esses dias, ia perguntar se tinha alguma coisa, acho que açúcar, e hm, essa garota loira atendeu a porta... 

- Sofia?

- Eu realmente não perguntei o nome dela, me senti meio desconfortável, ela estava meio que com, hã, ela estava só de roupa de baixo...

- Ó, sim, mau momento... Ela é minha, digo, era, quer dizer, é minha ex-namorada, a Sofia.

Por que ele está me dizendo isso? 

- Bem, então, eu vou buscar café, então continue, hãm, o que você estava fazendo por ai sem camisa... 

- Eu estava correndo. 

Agora ele parece estar se divertindo. 

- Você tem problema com nudez não é? 

Ali estão, aqueles olhos verdes escuros, e o sorriso atrevido, isso só pode ser brincadeira, ele não está flertando comigo. 

- Eu simplesmente não acho agradável encontrar pessoas sem roupa, sabe na rua... Não tenho que te explicar nada, tchau.

Continuo andando pelo corredor, feliz por ainda estar usando a roupa de ontem à noite. Se ele está me olhando sair, está tendo uma boa visão, bem, não sei se as pantufas de bichinho estão estragando muito meu estilo, mas que se dane eu não ligo. Droga eu preciso de um café.

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- Bom dia Cinderela!

Uma Blue sorridente está pulando em cima de mim, caramba eu apaguei depois de tomar esse balde de café? Parece que eu estava pior do que eu imaginava. 

- Que horas são?

- Já passa das quatro, você quer sair essa noite? 

- Nós não saímos ontem?

- Ontem era sexta, hoje é sábado, a diversão só começou baby.

- Bem para mim pareceu que sua diversão tinha acaba ontem, sabe no fundo do meu vaso sanitário. 

- Me desculpe por isso, eu não tinha planejado, eu juro!

- Acho que vou ficar em casa.

- Ok, vamos ficar em casa então!

Ela está fazendo um biquinho engraçado jogando as mãos para o alto em sinal de rendição, mas não consigo me segurar, tenho que dizer.

- Você sabe que não mora aqui né? 

- Não acredito nisso, você está me mandando embora! Sua vaca! 

Sinto o travesseiro voando na minha cara, e já me preparo para lançar outro, essa garota é uma piada. 

Depois da pequena guerra de travesseiros sentamos no sofá da minha sala improvisada em um dos três cômodos do meu pequeno apartamento e assistimos a alguns episódios de Sex and the City, eu sei, mais mulherzinha que isso impossível. 

- Vou pedir uma pizza para a gente ok, Blue?

- Tudo bem, vou ao banheiro, já volto...

Caramba vou ter que procurar por algo online, não conheço nenhuma pizzaria por aqui, hm, essa parece boa, e posso pedir online, será essa então. Sabe, nada me incomoda mais do que ter que conversar com um desconhecido pelo telefone sobre o que vou comer. Sempre me sinto julgada, como se a qualquer momento a atendente fosse dizer "Não acho interessante que você coma todo esse pepperoni com abacaxi"

Ouço a porta do banheiro bater.

- Ei Blue, do que você quer a pizza?

- A você pode pedir umas cinco, uma de cada sabor...

- Sem chance, não te quero vomitando de novo, eu juro por deus, se tiver que segurar seu cabelo mais uma vez, pera... Você disse cinco?

- Lembra quando disse que queria ficar em casa? Bem, achei que não teria problemas em chamar algumas pessoas, para, sabe, ficar em casa com a gente.

- Eu juro que vou te matar.

- Eu liguei para aquele menino, sabe, o loiro com cara de geek com quem você esteve conversando?

- Como você sabe o telefone dele?

- Ele é um calouro, obrigamos todos eles a anotar o telefone em uma lista falsa na entrada da faculdade. Aliás, você não anotou o seu, garota esperta!

- Eu não acredito que acabei de ouvir isso, eu vou te matar!

- Antes deixa eu ir buscar as bebidas!

Ela sai correndo pela porta do quarto e só tenho tempo de jogar um urso de pelúcia em suas costas.

- Você não vai beber essa noite!

Grito seguindo-a enquanto ela abre a porta, caramba, que roupa devo usar? 

DescoladaOnde histórias criam vida. Descubra agora