A Rainha

Só minha

"Porque eu acho que estou apaixonado por você."
Essas palavras me fizeram girar em círculos enquanto sorria e lembrava o momento.
E foi quando eu percebi que eu não podia deixar este lugar enquanto eu ainda tivesse a chance de estar junto com Ethan.
Combinei com Gaten de nos encontrarmos e eu lhe darei a notícia, eu não quero que ele se magoe por eu não escolher uma vida totalmente nova com ele e permanecer no palácio.
Alguém me toca no ombro chamando a minha atenção. Finn.
— Você já decidiu? É claro, vai ficar aqui juntinho comigo – ele me abraça e eu sorrio.
— Ethan me beijou.
Finn olha para mim com uma expressão chocada em seu rosto.
— COMO ASSIM VOCÊ NÃO ME CONTOU ISSO?!
— Tudo ocorreu tão rapidamente que eu nem consegui te procurar para te contar nada! Ele me levou para o terraço e mostrou-me a vista da cidade. E nós dançamos – eu sentia que um sorriso bobo formava-se em meu rosto.
— Dá pra soletrar? É que é difícil de acreditar – ele ri ainda chocado – ele te levou mesmo pro terraço? Ele beija bem?
  — Sim.
  — Para as duas opções? – ele ri.
  — Sim – rio– mas agora estou preocupada com Gaten. Eu não quero dar a impressão que eu nem considerei a proposta, não quero que ele se sinta rejeitado. O que eu faço?
  — Eu acho que o melhor a se fazer é contar o que você quer de verdade e não esconder isto com mentiras que o deixará feliz por um breve momento e devastado por muito mais quando descobrir.
  — Eu estou com medo – sinto aquele frio na barriga de quando tomamos decisões difíceis, mas também conforto com as palavras do meu melhor amigo.
  — Se você não estivesse, não estaria viva – ele beija a minha testa como a minha mãe fazia.
  Sigo para o local onde nós combinamos. Gaten já estava lá me esperando e parecia feliz ao me encontrar, ele me abraça e quase me beija, eu recuo um pouco. Ele repara que eu recuei e segura em minhas mãos.
  — Você não vem comigo?
  — Gaten eu... eu realmente pensei...
  — Pensou tanto que perdeu alguns neurônios? – ele fala com um tom frio.
  Estas palavras haviam cortado o que eu ia completar.
  — Por que você está falando desse jeito comigo?
  — Porque você não consegue enxergar que eu estou me humilhando na sua frente e te implorando pra ir viver uma vida comigo em um lugar miserável que você chama de casa! Você lê tantos livros e de nada serviram?!  Acho que foram sempre romances bobos em que a bela donzela em perigo é salva por um bravo príncipe, por isso você não possui esta intelectualidade que eu tenho – ele explode e eu apenas escuto por um momento e então eu o interrompo.
  — Eu não queria te magoar, ferir os seus sentimentos, eu sei que você gosta de mim e eu gostava um pouquinho de você também. Mas você acabou de falar, como se fosse um sacrifício morar junto comigo na minha cidade "miserável". Sinceramente, achas que eu tenho algum interesse de passar a vida ao seu lado? Uma pessoa que é um encanto e logo depois um monstro? Para o seu bem saber, nestes romances bobos que eu leio aparecem sim em algumas histórias um príncipe resgatando uma donzela em perigo e outros que a própria donzela salva o príncipe, mas também ensinam aos rapazes como tratar bem uma mulher. Coisa que você, um culto como é, dotado de uma intelectualidade anormal, provou que não foi capaz de aprender.
  E então ele me dá um tapa na face, como uma criança birrenta.
  Passo a mão no local onde ele me bateu, ardia e estava começando a ficar avermelhado. Estava a revidar só que ele segura as minhas mãos e as prendem com uma corda. Grito, mas ninguém escuta.
  — Fique quieta! Agora você será só minha – ele me repreende.
  — Eu tenho pena de você! – piso em seu pé e ele me solta, corro o máximo que eu pude, mas escuto os passos dele atrás de mim e então ele me derruba e tudo fica preto.