A Rainha

Nunca o amarei

Estávamos em uma pequena casa na minha cidade natal. Sinto-me solitária.
  Todas as janelas estão com cortinas que escondem o que há dentro. Se tivesse a chance de sair daqui, poderia facilmente me localizar, vivi a minha infância toda correndo pela cidade e descobrindo novos lugares.
Sinto a corda envolvendo os meus pulsos com um aperto forte. Estou amarrada em uma cadeira.
— Solte-me!
— E deixar você voltar para os braços do seu príncipe encantado?! Nem pensar. Amanhã você irá casar comigo, e se tentar estragar o casório, mandarei matar a todos que se importam com você. Mas eu não quero fazer isto contigo, porque a amo – Gaten parece acariciar o meu rosto, já sujo de poeira. Em vez de carinho, sinto que está me ferindo. Esquivo.
— Eu não amo você.
— Você vai aprender a amar.
— Eu não amo você e nunca amarei. Apenas a doentia especulação de que te amarei algum dia, me dá enjôo.
  — Pois então não a soltarei jamais, viverá a sua vida inteira presa – Gaten beija-me a força e esta é a pior sensação que já senti. Horrível. Mordo a sua língua com força, com um grito, ele se afasta e sai da sala.
  Por um momento pensei que ele por fim deixaria-me em paz, mas logo volta com uma mordaça.
  — Por favor, isso não!
  — Já me cansei de você não retribuir ao meu amor – Gaten coloca a mordaça em minha boca – estou preparando o jantar, meu amor.
  Gaten deixa a sala e eu fico mais uma vez sozinha.
  Espero que eu consiga livrar desta corda.
  Espero conseguir libertar a minha voz.
  Espero que eu não me case amanhã.
  Espero que Ethan venha à minha procura.