S/n estava em pânico. Todo aquele afeto e carinho que ela tinha criado pelo rapaz, agora se transformara em um medo devastador.
Naquele quarto, haviam várias imagens de pessoas vivas e pessoas mortas. Aparentemente, Park batia a foto da pessoa enquanto estava viva e uma foto quando ele o matava. Haviam também várias fichas e relatórios em uma mesa, com dados importantes de cada uma das vítimas. Ao lado em um armário, Jinyoung guardava todos os seus instrumentos de trabalho, mas o que mais apavorou S/N foi ver em um lado da parede, fotos suas, de seus familiares e amigos. Lá tinham fotos desde quando ela pequena até aquele momento. Em uma escrivaninha também tinha dados importantes sobre a garota e das pessoas que eram próximas dela.
S/N pôde perceber que no meio daquelas fotos de outras pessoas, estavam todas as vítimas que passavam em jornais. Então a garota chegou a conclusão que Park tinha lhes matado.
Como ele podia ser tão cruel?
S/n foi juntando todas peças do quebra - cabeça e viu que tudo fazia sentido. As saídas no meio da noite que o homem dava, suas roupas sempre pretas e luvas, sua maleta, a moradia longe de tudo e de todos, a segurança da casa, e até lembrou do dia em que ela ia ligar para sua amiga ir lhe buscar mas o mesmo não deixou.
As lágrimas já escorriam pelo rosto da garota e ela sentia uma tremenda raiva de si mesma. Raiva por ter sido tola e ter saído de casa, raiva por ser imatura e pensar que o mundo girava ao seu redor, raiva por ter aceitado aquele maldito convite, raiva por...Gostar daquele homem.
-S/n eu vou explic...- Jinyoung disse ao ver a garota extasiada em sua frente.
-Eu quero ir pra casa.- ela falou indo até a porta mas viu que a mesma estava trancada.
-Por favor. Me escut...
-Abre essa porta. Não tenho nada pra falar com você.
-Você só vai sair daqui quando eu te contar tudo.- O rapaz falou num tom sério.
S/N tentava conter o choro, pois estava com medo do que ele podia fazer com ela. Alguma coisa dentro de si lhe dizia que ela não deveria ter medo, mas na situação em que ela se encontrava, pra ela, qualquer coisa dali iria lhe oferecer perigo.
- Eu vou te contar tudo. Só...Me escuta por favor. - Jinyoung disse e puxou a cadeira para a garota sentar-se.
-Diga...- essa foi a única palavra que saiu da boca dela.
-Eu nem sei por onde começar...
-Você matou todas essas pessoas? Como você conseguiu fazer isso? O que elas fizeram de tão ruim pra você, pra lhe darem motivo de tirar - lhes a vida? HEIN JINYOUNG? POR QUE? POR QUE EU? VOCÊ PRETENDIA ME MATAR TAMBÉM? E OS MEUS AMIGOS E PARENTES? HEIN? - ela disparou a falar e o rapaz só lhe olhava.
-Não S/A eu jamais faria algum de ruim com você e nem com pessoas próximas a você...- Jinyoung estava com receio. Ele estava prestes a contar para aquela garota, o que ele nunca tinha contado pra ninguém. Ele iria contar - lhe sobre o seu passado.- Eu só preciso que me escute. Vou lhe contar tudo desde quando eu era criança.
Então ele começou a relatar.
-Quando eu era criança, meus pais brigavam muito, meu appa era um traficante e quando bebia, batia na minha omma e em mim. Um certo dia, eu cheguei da escola e vi minha omma sentada com os braços envolvendo os joelhos com os braços, enquanto chorava descontroladamente. Perguntei o que o que tinha acontecido mas ela disse que estava tudo bem. Pediu pra que eu fosse pro meu quarto, me deu um beijo na testa e eu a obedeci. Alguns minutos depois, vi que meu appa chegou em casa bêbado e começou a lhe bater novamente. Eu ouvia o choro dela ela as pancadas que ele lhe dava. Naquele dia ele bateu tanto nela que...que ela não...resistiu. Minha omma morreu. Quando ele percebeu a besteira que fez, apenas a olhou e saiu de casa. A raiva tomou conta de mim. Ver ali a pessoa que eu mais amava, deitava e ensanguentada no chão, fez com que o ódio tomasse conta de mim. Naquele dia em diante eu prometi a mim mesmo que iria matar todas as pessoas que faziam mau a outras. Tudo que eu queria, encontrava na Internet e arquitetava todos os meus planos milimetricamente pra que nada desse errado. Quando completei 18 anos, fiz um curso de atirador e depois daí comecei a fazer o que eu realmente queria. Pra mim, ver aquelas pessoas ruins mortas, era um troféu. Eu nunca matei ninguém de bem, eu só fazia isso com pessoas ruins. Só tem o privilégio de ser anunciada a morte em jornais, quem eu quero. Quem eu não quero, some e ninguém mais acha. Mas aí, a um pouco mais de um ano atrás eu te vi. Foi amor a primeira vista. Você estava lá com sua amiga Jisoo lanchando quando eu cheguei. Seu jeito, seu perfume, seu sorriso, tudo me encantou. Desde então eu sei tudo sobre você. Tudo mesmo!
Eu iria aparecer pra você de qualquer maneira, mas você só me ajudou mais quando saiu de casa. Consegui o número do taxista e lhe mandei uma mensagem mandando ele fazer exatamente tudo o que ele fez. Eu te conheço e sei que você e assim meio durona, mas lá no fundindo é medrosa. Então só apareci e você aceitou meu conv...