- Rilany espera!- falei correndo atrás.

- Está vendo Braian- fala parando e se virando para mim- Ele fez de tudo para eu não fazer aquela peça, pegou até o meu segundo sonho para eu não fazer o primeiro. Mas eu vou viajar, chegando no Brasil, eu sou uma garota órfã que está morando com um amigo da outra escola.

- Rilany ele está fazendo isso pelo seu próprio bem.

- Pode até ser, mas que ele teve intenção de parar minha peça que eu esperei minha vida toda, ele teve sim.

- Okay, não vou insistir.

Assim que bate o sinal, nós fomos para a sala, era a quarta aula, sim, nós ficamos 3 aulas naquela sala de teatro. O professor demora para chegar, olho para Rilany, e a mesma está chorando. Professor chega e passa a matéria. Depois de algumas aulas bate o sinal para nós irmos embora.

Rilany sai bem rápido na frente, tento alcançar, mas é inútil, então pego meu carro e saiu, vou direto para casa, no caminho Fred liga para mim.

Ligação.

- Alô, Braian é você?

- Não, você ligou para ele, mas quem atende agora é o Rodolfo, claro que sou né, o que você quer?

- Você sabe onde está Rilany? Não estou achando ela na escola.

- Fred, você acha mesmo que ela ia te espera para ir embora?

- Então ela foi embora?- sério mesmo que ele perguntou isso.

- Sim né, foi arrumar as malas.

- Fala nisso, arruma as malas, que eu vou te buscar às 15h, e eu já avisei a sua mãe.

-Ok, agora é 13:14, então dá para eu se despedir, tchau.

Ligação off

Fui para a casa e minha mãe estava assistindo televisão, entrei fechei a porta e sentei ao seu lado, ela deitou no meu ombro.

- Vou sentir saudade.- fala olhando para a televisão.

- Também, mas eu volto logo.

- Talvez se nem vai querer voltar.- fala olhando para o chão.

- Como assim mãe?- falei levantando o seu rosto para ter toda a sua atenção.

- Não é nada, para falar verdade, nem sei se vai acontecer.

- Como assim? Dá para parar de códigos, e vai logo ao assunto.- falo já ficando com raiva.

- Já disse que não é nada, vamos arrumar a sua mala.-fala se levantando.

- Ok, mas você vai me contar.- falei logo indo atrás dela.

Fomos para meu quarto e quando entrei minha mãe estava fazendo um esforço enorme para pegar a mala, ela se cansa e logo olha para mim, que estava encostado na porta rindo de tudo aquilo.

- Nos últimos momentos com sua mãe você quer dar risada dela ao invés de ajudá-la.- fala cruzando o braço.

- Lógico, para não perder o costume.- falo indo ajudá-la.

Começamos a pegar as roupas, e colocamos na mala, em uma mala só, deu todas minha roupas, mas já na mala maior, só foi meus livros e HQ's e em uma mala bem pequena, meu acessórios , como escova, desodorante, etc. Descemos, se sentamos, olhei no relógio e era 13:50, virei para minha mãe.

- Vamos assistir o último filme juntos?- falei ligando a televisão.

- Que pergunta, lógico né, Braian.

Colocamos um filme de Romance de adolescentes, um dos favoritos da minha mãe e meu. Era mais ou menos umas 14:20, e alguém bati na porta, pauso o filme, levanto e abro a porta, é a Rilany, está chorando, ela solta as malas e me dá um abraço.

- Briguei com meu pai, posso ficar aqui até ele chegar para nos levar para o aeroporto?

- Claro que sim, entra.- digo ajudando ela a pegar as malas.

- Obrigado.

Ela entra e senta no sofá junto comigo e com minha mãe, levo suas malas para meu quarto, volto, dou play no filme e sento no meio das duas. Estávamos assistindo, até que Rilany deita em meu colo, eu escuto um barulho de choro, lágrimas caia na coberta, comecei a fazer cafuné na sua cabeça. O filme estava quase acabando, e minha mãe está dormindo, como sempre, levanto e pego meu celular e vou para a cozinha, logo atrás vem Rilany.

- Que foi?- fala se encostando na pia, igual a mim, e deita sua cabeça no meu ombro.

- Nada, to com fome, você sabe o que é brigadeiro?- ela levanta tua cabeça e faz uma cara de confusa.

- Brigadeiro?

- É, eu pesquisei assim, ''Como fazer'' em português, e apareceu em baixo, ''Brigadeiro'', vamos fazer para ver como é que é?

- Claro!

Pegamos os ingredientes, que era: Uma lata de leite condensado, 1/2 xícara de achocolatado em pó e uma colher de margarina, ligamos o fogo e colocamos os ingredientes na panela, como falaram, fiquei mexendo durante 8 minutos, como falaram também, colocamos no prato, peguei duas colheres, dei uma para Rilany, sentamos na mesa, olhamos um para o outro, peguei um pouco, e ela fez o mesmo, provamos, ficamos surpresos com o sabor. Minha mãe se levanta e vê nós comemos.

- O que é isso que vocês estão comendo?- fala arrumando o cabelo.

- É brigadeiro- Demos risada assim que falamos juntos.

- Parece ser bom, vocês viram o final do filme? Por que eu não, estava dormindo.

- Percebemos, eu escutei, o garoto morre.

- Aff Braian, eu perguntei se você assistiu, não o que aconteceu.- diz minha mãe e faz cara de brava.

- Ta, prova o brigadeiro ai, que eu vou me trocar para viajar, já são 14:30, e eu ainda vou tomar banho.

- Ta tchau.- diz minha mãe e Rilany.

Subo as escadas, enquanto subia, escutei minha mãe gritar ''Que delícia de brigadeiro'', dou risada, subo, pego minha toalha e minha roupa que já estavam separadas, e vou para o banho.

Rilany.

Eu estava passando o dedo na mesa e olhando para o nada, pensando, a briga minha com meu pai foi feia, mas eu tinha que me desculpar, podia ser nossos últimos momentos juntos, igual Braian, está passando o último momento com sua mãe assistindo filme.

- Me promete uma coisa?- diz Dina interrompendo meus pensamentos.

- O que?

- Deixa meu Braian feliz, a mesma coisa que você faz aqui em Nova York, faz lá no Brasil.

Não respondo, apenas assenti e fiquei toda vermelha. Alguém buzina, deve ser meu pai, levanto do meu lugar e dou um abraço em Dina, ela chama por Braian, e o mesmo desce, vejo que os dois se abraçam e falam coisas um para o outro, eu saio e vou para o carro e Braian vem logo para atrás de mim. Pois é, hora de ir para o Brasil.

Juntos pelas diferençasOnde histórias criam vida. Descubra agora