Capítulo 11 - Briga

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Anastásia 

As vezes eu me pergunto como é possível que eu ainda tenha lagrimas, chorei o suficiente para uma vida inteira e ainda não tive Christian de volta, pensar nisso faz as lágrimas retornarem, eu sempre fui sensível do tipo que se magoa fácil e sente com intensidade, esses últimos dias trouxeram tudo isso atona.

Me lembro da primeira briga séria que tive com Christian, posso dizer que isso ironicamente nos uniu mas naquele dia, eu vi um lado vulnerável de Christian e isso não me fez querer deixa-lo, me fez querer protege-lo.

Estávamos em meu apartamento, dias depois dele ter dito que me amava, estávamos bem, nada estranho entre a gente, então não entendi muito bem por que Christian chegou estranho para o nosso jantar.

- Entre, já está quase pronto - Eu disse com um sorriso ao abrir a porta pra ele, fechei a porta assim que ele entrou, me inclinando e passando os braços ao redor de seu pescoço o beijei com carinho o qual ele correspondeu, porém algo estava estranho. Me afastei e o encarei ele não tinha dito nenhum palavra e tinha uma expressão estranha no rosto.

- Dia difícil? - Perguntei tocando seu rosto e sua barba rala.

- Sim - Disse tirando minha mão do seu rosto e indo até o sofá e se sentando lá.

Estranhei seu gesto mas me limitei em ir na cozinha e servir vinho para nós dois.

- Aqui tome e relaxe um pouco - Eu disse entregando a taça a ele que a pegou e deu um gole ansioso sem dizer nada.

Ele estava bem estranho, ele sempre tinha algo a comentar ou a dizer, fosse sobre o cheiro da comida, seu dia na empresa ou sobre coisas que eu não entendia mas prestava atenção pois gostava de observa-lo enquanto ele explicava.

- A comida está pronta, vem - O chamei até a mesa.

Ele se sentou quieto e remexeu a comida no prato sem dizer uma palavra e eu estava ficando louca já.

- A comida está ruim? - Perguntei puxando assunto.

- Não, eu estou sem fome.

- Não é só fome que está em falta, seu senso de humor sumiu e você está com essa expressão desde que chegou.

- Que expressão? - Perguntou. 

- Essa expressão estranha de derrota e tristeza, eu não sei.

- Então eu estou com cara de derrotado? - Perguntou sarcástico, me encarando bravo de repente.

- Não foi isso que eu quis dizer.

- Então o que você quis dizer Anastásia? - Perguntou acidamente.

- Parece que você perdeu algo e ficou triste, eu não sei a verdade é que eu não sei, você não diz nada.- Respondi exasperada com o seu jeito de falar.

Terminei de comer calada, eu não queria deixar o clima pior do que já estava, recolhi os pratos e limpei a mesa em silencio, aquela tinha sido a pior refeição que eu tive com Christian e eu não estava falando sobre a comida.

Christian estava no sofá da sala com a cabeça baixa e as mãos agarrando o cabelo como se estivesse nervoso, me aproximei tirando as mãos de sua cabeça e sentando em seu colo, ele me abraçou e encostou a cabeça em meu peito suspirando alto, beijei seu pescoço e me inclinei para beija-lo eu só queria senti-lo próximo a mim de novo, queria sentir que estávamos bem fosse o que fosse que tivesse acontecido.

- Ana, não.- Ele disse se afastando.

- Eu não estou afim de fazer sexo agora - Disse.

- Mas eu não quero sexo, eu quero ficar perto do meu namorado mas ele não quer ficar perto de mim.

A Garota do ParqueOnde histórias criam vida. Descubra agora