Ele estava no seu escritório. O trabalho lhe roubava a noite de sono. A cidade de Londres inteira devia estar dormindo, mas ele mergulhava em diversos papéis, e se perdia com visão da escuridão do lado de fora.
A xícara de café estava quase vazia, a roupa estava amarrotada, e os cabelos desgrenhados lhe davam um ar sedutor. Não que houvesse alguém ali para fazer tal observação. Ele não tinha uma namorada, nem uma esposa. Os pais haviam morrido; os irmãos tinham suas vidas; e os criados não ousavam ter tal intimidade.
Para ele isso não era problema; gostava de ficar no escritório e ter uma overdose de trabalho. Achava lucrativo e produtivo trabalhar sem parar, e poucas vezes dar o ar de sua graça.
Involuntariamente, seus olhos esbarraram na foto do pai que ocupava um lugar em sua mesa. Ambos eram muito apegados,e ele jamais esquecera o que o pai havia pedido.
Deixo esta casa para você, Alexander. Porque admiro sua capacidade de querer conquistar seu próprio negócio. Eu só lhe peço uma coisa: em um dia, um amigo meu precisará de sua ajuda, e peço que ajude. Faça isso por mim.Meses depois, seu pai faleceu e o tal amigo ligou. Ele ficara espantado com o que havia ouvido,mas aceitou ajudar quando chegasse a hora.
O som do telefone quebrou o silêncio da madrugada; e, em um belo sotaque britânico, o jovem atendeu:
— Alexander Lewis.
— Sr. Lewis— a voz do outro lado da linha era inconfundível— é amanhã.
— Estou pronto— respondeu o jovem
— Certo. Obrigado.A ligação se encerrou, mostrando que a hora havia chegado.

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A T R I B U Í D A
Romansa"Você sabe o motivo para eu ter sido mandada para cá?" E se sua vida mudasse assim que você completasse 18 anos? E se isso não fosse tão bom assim? Emma Maison vivia tranquilamente com seus pais em uma casa pequena perto de um bosque com vista para...