Capítulo 15.

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Eu estava entrando na biblioteca da faculdade de Ellen, minutos depois da ligação dela pedindo que eu a encontrasse. Eu tinha tanto a contar que ela não fazia ideia. Não demorei a avistá-la entre as estantes enormes de livro. Estava escondida atrás de uma pilha de seis livros, a qual dividiu comigo no caminho atá as mesas.

Deixamos os livros ali em cima e ela criou uma espécie de muro com os mesmos, separando-nos das pessoas ao nosso lado. Eu segurei minha risada.

- Certo, é bom você começar a falar ou eu vou tacar fogo em tudo! – ela murmurou, quase encostando sua cabeça à mesa para chegar perto de mim. Aproximei minha cabeça da dela e comecei a falar.

- Então, o básico do que você precisa saber é que... bem, eu e o Lucca estamos juntos. Ficando.

- Aham. Ficando. Quem está ficando não dá esses colares milionários para a outra pessoa, não, minha filha! – ela apontou o dedo para o colar que eu usava. Eu corei.

- Se você quer saber, eu recusei, ok? Mas ele me disse que, graças a mim, ele conseguiu lembrar do real motivo do por que sua avó tinha lhe dado.

- E ele foi fofo? – ela cochichava, mas parecia gritar comigo de emoção.

- Foi! Levou-me a um observatório. Ficamos lá até perto do sol nascer, vendo as estrelas e jogando conversa fora.

- Querida, se você ficar só jogando conversa fora, sua calcinha nunca vai sair do meio das suas pernas! Aja, garota, aja!

- Ellen! – eu a repreendi, ao que sua voz ficou mais alta. – Você sabe que eu quero que isso aconteça de uma maneira especial para mim. Quero dizer, com alguém importante.

- Você está esperando quem? O Barack Obama? Ele, sim, é importante. – ela rolou os olhos. – Não dá para esperar tanto assim, não. Hoje, o mundo masculino está escasso. Ou o cara é gostoso e gay, ou é gostoso e casado.

- Mas Lucca não é nenhum deles.

- É porque ele é safado, querida. E, pelo que está me parecendo, ele está bem domado. Mas não se esqueça que caras assim sempre vão querer algo no fim.

- Algo?

- Sim, sexo. É bom que esteja pronta.

- Mas eu não sei estou pronta. E acho que ele não faria isso comigo.

- Só estou te alertando, como amiga. Apenas para você não esquecer que, a alguns dias atrás, ele era o velho Lucca safado e comedor de garotas.

- Mas você até me incentivou a ser feliz e viver e... ficar com ele! Eu fui contra desde o começo, e agora que ficamos, você me fala isso?

- Luna, Luna, Luna... eu sou sua melhor amiga. E você sabe que essa é uma função importante. É por causa disso que eu sempre vou querer ver sua felicidade. E você estava reprimindo qualquer contato com o sexo oposto há tempos. Eu sabia que você quereria ficar com ele. E eu fico muito feliz por você. Mas, como eu disse, eu sou sua amiga. É meu dever continuar abrindo seus olhos e te lembrando das coisas, ao mesmo tempo em que quero sua felicidade.

Seu discurso me pegou de surpresa. Eu não sei o que eu faria se não tivesse Ellen em minha vida. Toquei em suas mãos e as apertei, sobre a mesa.

- Obrigada, Ellen.

- Agora, chega desse papo furado e me manda a real. – ela voltou com os sussurros agressivos. – Ele beija bem?

Eu mordi os lábios. – Ele beija muito bem! Ele me segura firme, acaricia meus cabelos, me olha com aqueles olhos azuis... – eu suspirei. Droga, eu gostava mesmo dele.

Depois da tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora