Capítulo 24.

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Eu voltei para casa naquele mesmo dia. Arrumei minhas coisas no hotel e parti. Esperei pelo próximo voo. Assim que cheguei, peguei um táxi e cheguei em casa. Posso jurar que nunca vi Josh tão feliz em sua vida. Abraçou-me com tanta força que tive de me agachar para retribuir. Teresa perguntou-me sobre tudo. Sobre a prova. Sobre a viagem. E, principalmente, se eu tinha visto o que Lucca fizera no evento musical.

- Eu vi. – respondi, sem saber o que dizer. – Eu estava lá.

Teresa aquiesceu. – Eu espero que você saiba o que fazer.

Eu franzi os lábios.

- Luna, eu não quero te influenciar, ou qualquer coisa, até porque sei o filho que tenho. Mas você precisa saber de uma coisa. As coisas que ele fez... ele nunca faria por mim. Ou por Josh.

- Isso não é verdade. Ele ama vocês.

- Eu sei que ama. Mas é um amor diferente. O que ele fez... – ela respirou fundo, ponderando tudo – Apenas não se esqueça.

Eu aquiesci e fui para o meu quarto. Avisei Josh que queria descansar para que pudesse voltar à rotina de levá-lo à escola e tudo mais. Ele entendeu, claro. Foi para o seu quarto dormir também. Eram quase dez horas da noite quando eu decidi me embrulhar em meu cobertor e ir até a área da piscina. Desci as escadas, passei pelo churrasqueira e suas portas de vidro e aconcheguei-me em uma das espreguiçadeiras lá fora. Encolhi-me com o vento frio que fazia e observei as estrelas lá em cima.

Perdi minha concentração no momento em que ouvi barulhos desajeitados vindos da churrasqueira. Quando a porta de vidro se abriu, eu vi Lucca, carregado suas malas e largando-as bem ali, correndo em minha direção e sentando-se ao meu lado, abraçando-me firmemente. Eu retribui, sem conseguir olhá-lo no rosto.

- Eu senti tanto sua falta, Luna – ele afundou seu rosto em meus ombros, fungando meus cabelos. – Eu preciso saber se você me perdoa... não posso mais aguentar essa dor em meu peito.

Eu senti a mesma dor em mim.

- Lucca, eu... – eu ergui meu olhar e me deparei com seus olhos azuis me encarando. Estavam lacrimejando. – Eu acredito em você. Mas eu não posso... sua vida é uma loucura e eu... eu não quero ficar doente de novo. Você viu os tipos de coisa pelas quais teve de passar? Isso é só mais um dia normal para você. Para mim, é o próprio inferno. Foi por isso... exatamente por isso que sua mãe pediu para que você não se aproximasse de mim. Para que eu não piorasse. Eu tenho tanto medo. Lucca, eu gosto de ter cabelo.

Ele chacoalhou a cabeça, eu vi suas lágrimas escorrerem. – Luna, você é linda de qualquer jeito. Eu te amo com ou sem cabelo. Com ou sem roupa. Eu quero mudar sua vida, Luna. Mudá-la para melhor. Do mesmo jeito que você me tornou uma pessoa melhor e me fez enxergar que, não importa o que aconteça, você sempre virá em primeiro lugar. Eu sou seu, Luna. Eu sempre vou ser. – ele abaixou a cabeça e a balançou, respirando fundo. – Do que você possivelmente poderia ter medo? Eu provei para você que não sou um mentiroso.

Eu já sentia as lágrimas vindo em meus olhos. – Eu acredito que você não é um mentiroso. Mas eu tenho medo – medo de sofrer, medo de ficar doente... medo de te perder. Você sabe o que eu senti quando te vi com Kara, na cama? Eu fui destroçada, Lucca. Senti arrancarem todos os meus órgãos e depois jogarem-nos em minha cara. Naquele momento, eu soube que eu dificilmente seria feliz. Porque sempre haverá o risco.

Ele segurou firme em meu rosto. – O maior risco da minha vida seria te perder. E eu não estou disposto a deixar isso acontecer. Foi por isso que te mostrei a verdade. Por isso que corri atrás de você todas as vezes – desde as fotos que tiraram na casa de campo, até o que aconteceu no casamento. Eu farei qualquer coisa para mostrar que te amo e que te escolheria toda vez. Para mostrar que você merece ser feliz. Que quem vai te salvar de tudo isso sou eu.

Depois da tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora