Capítulo 6.

3.3K 236 27
                                    

Eu não sabia ao certo se o barulho de porta se abrindo tinha vindo de meu sonho ou de meu quarto. Eu estava em um estado semiacordado, então abri os olhos com o barulho realístico.

Levantei-me e me sentei na cama quando vi Teresa entrando no quarto.

- Bom dia. – resmunguei.

Ela se sentou na beirada da cama e tinha um olhar preocupado no rosto.

- Está tudo bem? – perguntei.

Ela respirou fundo e tentou sorrir.

- Sim, não se preocupe... eu só queria pedir desculpas pessoalmente pelas atitudes de Lucca, ultimamente.

- Teresa, você não tem que me pedir desculpas pelo seu filho. A casa é de vocês, eu que sou a intrusa.

- Luna, nunca mais diga isso! Você sabe que você nunca será uma intrusa e sempre será como uma pessoa da família. É por isso que estou pedindo desculpas. Sei que ele já te incomodou o suficiente e que você não pode ficar passando por essas situações. Já pedi para ele maneirar com você.

- Está tudo bem, Teresa. Sério.

Ela cruzou as mãos sobre os joelhos e olhou para baixo. – Eu só não quero que você fique doente de novo. Você não merece isso.

- Eu vou ficar bem.

- E não dê bola para Lucca. Ele faz essas coisas para aparecer. Imagine só, apanhou e não iria me contar! Ainda bem que estou ligada nos noticiários e vi o que aconteceu... e vi que você o ajudou.

Eu estava prestes a abrir a boca e pedir desculpas por acobertá-lo, mas ela continuou.

- Obrigada por isso. Pelo menos eu sei que ele foi bem cuidado enquanto estava machucado. Mas, de verdade, tente não se importar. Se ele tiver que mostrar a cara e os machucados, que seja na minha frente.

Eu fiz um aceno preciso com a cabeça.

- Ele precisa aprender sozinho a se virar com os perigos em que se mete. Já tem vinte e dois anos e eu não sou mais uma mãe jovem para cuidar de dois bebês.

Eu sorri de sua ironia.

- Para deixar tudo para trás, eu queria vir aqui para te fazer uma proposta. Que tal ir no cinema comigo e com Josh hoje à noite?

- Sem Lucca? – eu perguntei, achando estranho.

- Ele é grande o suficiente para achar os próprios planos para o domingo. E, também, está fora desde cedo. Acho que foi ao Chad. Ouvi alguma coisa sobre festa enquanto ele estava no telefone. Não sei, e, às vezes, é melhor nem saber.

Eu concordei.

- Tudo bem, então. Iremos ao cinema!

E apesar de eu gostar muito de ambos, eu estava indo mais para satisfazê-los do que por vontade própria. Aproveitei que iria me encontrar com Ellen à tarde para tirar do peito tudo o que eu precisava.

Nós nos encontramos em uma sorveteria no centro e Ellen estava empolgada, falando sobre os programas que ela e o namorado haviam feito no dia anterior. Eu estava impaciente para que minha vez de falar chegasse que mal conseguia expressar emoções.

- Anda logo, Luna. Eu sei quando uma amiga precisa falar mais do que a outra, tá? Pode parar de bater o pé embaixo da mesa que já estou ficando irritada.

Eu respirei fundo. – Desculpe-me, mas eu estou tendo problemas em me concentrar. É aquele Lucca.

- Então resolveu ceder aos encantos dele?

Depois da tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora