13 - Helium

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Eadlyn/Rinda on

Eu não aguentava mais ficar naquela casa, olhando para as paredes. Era uma injustiça Gimle estar lá fora espionando aqueles heróis idiotas e eu ter que ficar trancada, escondida de tudo. Meu pai já quase me matou quando eu ataquei diretamente o grupo daquela amiga da minha gêmea sem sal. "Porque agora eles descobririam que eu estava viva e a profecia se concretizaria, blah, blah, blah."
Dane-se a profecia. Aquela coisa não deve conseguir matar nem uma barata.
Vamos dominar essa droga de planeta e então faremos o maior exército que qualquer ser já tenha visto, e tomaremos Asgard, como meu pai sempre desejou.
Uma ida ali e outra aqui não faria mal a ninguém. Eu precisava mostrar quem estava mandando, que nada do que aquele bando de idiotas fizessem nos deteria. Mas meu pai e meu... irmão, não pensavam assim. Eles queriam manter tudo no maior segredo e atacar de repente. Como se a algazarra que eles estavam fazendo pelo mundo não estivesse chamando atenção nenhuma. Sumindo com pessoas do nada e matando gente a torto e a direito para cumprir a droga do acordo com Hela. E parecia que ela nunca ficava satisfeita, sempre queria mais almas. Tudo bem que meu pai era poderoso, mas trazer alguém de volta não deve custar tantas almas assim.
Ouvi a voz de meu pai se aproximando do meu quarto e levantei num pulo. Ele parecia irritado, e havia outra voz com ele, a do hospedeiro de Gimle.
Antes que eu pudesse me aproximar da porta ela foi aberta com força e lá estava meu pai, furioso, ao lado de Gimle, que parecia arrependido.
-Você contou.-acusei irritada.
-Mas é claro que ele me contou! O que você pensou que estava fazendo indo naquele casamento? Eu não lhe dei ordens explícitas para ficar longe daquelas pessoas?-meu pai bradou enfurecido.
Ele ergueu a mão no ar e senti um aperto estrangulador em minha garganta, me levantando no ar. Eu engasguei balançando as pernas no ar, tentando de alguma forma me livrar de seu poder.
-Estou farto de você agir como uma criança rebelde. Você está estragando tudo, Rinda!
-Pai, já está tudo bem. Solte ela, por favor.
Meu pai se virou lentamente, com um olhar furioso na direção de Gimle que caiu no chão urrando de dor.
Tentei gritar mas algo havia sumido com minha voz, certamente obra de meu pai. Comecei a me espernear e tentar me soltar com mais esforço, mas não adiantava. O olhar de meu pai me queimava, parecia me destruir de dentro pra fora. Então, quando o ar já estava sumindo de meus pulmões e eu pensei que ele me mataria dessa vez, eu cai no chão ofegante. Gimle também havia parado de sentir dor e veio até mim quase se arrastando.
-Se eu souber que você fez qualquer coisa, a mais pequena que seja, eu não irei te poupar. Eu posso fazer alguém tão poderoso e ainda mais do que você. Não pense que é insubstituível, Rinda. Você só continua viva porque Gimle insiste em dizer que só você nos levará poder eterno, ao trono de Asgard, mas eu sei que você é tão fraca e inútil quanto sua irmã, a que todos dizem ser tão poderosa.
-Pai, me perdoe, eu só...
-Eu te pedi uma coisa, Rinda, uma coisa! E você não é capaz de obedecer nem a isso. Precisamos dar todas as almas a Hela antes de atacarmos o planeta e vencermos aqueles infelizes que se dizem heróis. O que está querendo fazer? Quer que ela me leve de volta para Hel por ter furado o trato?-ele parecia cada vez mais irado e caminhava devagar em minha direção e de Gimle que tentava me levantar.
-Meu pai, o senhor sabe que ela não fez por mal. Rinda apenas agiu sem pensar e agora está tudo bem. Eles não irão nos encontrar, não enquanto eu estiver por perto. Eles confiam no meu hospedeiro e se houver qualquer pista eu a distorço, como venho fazendo desde sempre. Em todos esses anos eles sequer desconfiaram de nossa estadia nesse planeta.
-Até agora.-meu pai adicionou com um olhar fulminante para mim.
-Não foi só por mim. Vocês estão matando muitos ao mesmo tempo e sumindo com ainda mais pra construir seu exército.-acusei farta.
-Viu como ela fala? Seu exército. Como se você não fosse parte de nós!
-Vocês não me incluem em nada. Eu estou presa nesse inferno já tem quase oito anos.-gritei.
-E continuará assim pelo tempo necessário ou já sabe o que lhe aguarda.-ele falou ameaçador e se virou para a porta.-Gimle, volte para o seu lugar, não os de motivos para mais desconfiança.
-Tudo bem, estou indo.-Gimle disse.
Meu pai virou e lançou um último olhar raivoso para mim e saiu. Olhei para Gimle que parecia não saber o que fazer enquanto olhava para mim.
-Eu não estou com raiva.-falei contendo minha vontade de gritar com ele.
-Não? Você parecia com bastante raiva quando cheguei e parece estar se contendo aí.
-Não vai adiantar me enfurecer. Sei que se você não contasse e ele descobrisse sozinho, ele mataria nós dois.-suspirei passando as mãos na garganta na tentativa de que parasse de doer.
-Ele nunca mataria você, você é a menininha dele. Você só devia parar de desobedecer as ordens dele.
-Ele não me suporta, Gimle. Não finja que não vê. Assim que ele conseguir o que quer vai me matar.
-Eu não permitirei.-ele falou convicto e eu revirei os olhos.
-Você não consegue sequer guardar um segredo dele. Acha mesmo que vai impedi-lo de me matar? Francamente Gimle, nem você acredita nisso.-desdenhei.
-Porque você não foge então? Você já teve suas oportunidades.
-Ele é meu pai, me criou, me deu poderes, me ensinou tudo que eu sei. Se ele quiser me matar que seja, mas eu levo ele junto.
-Não brinque com isso, Rinda.-ele alertou mas eu continuei séria.-Você realmente o mataria?
-Se eu morrer, ele vai morrer junto. Você sabe que eu consigo. Nosso pai não é o único que fez acordos com Hela.
-Rinda, do que você está falando?-ele perguntou assustado.
-Não importa, Gimle. Vai logo fazer seu trabalho e me deixa aqui.
-Rinda...
-Saia daqui, Gimle!-mandei irritada.
-Não!-ele gritou de volta e eu bufei.-Você tem que parar com isso, Rinda. Se ele descobre o que você está falando por aí, te mata bem antes de conseguir o que quer.
-Vai lá correndo contar pra ele então, filhinho perfeito. Assim me poupa tempo de tédio aqui nesse lugar.
-Você precisa ter paciência. O trato já está quase cumprido. Logo poderemos andar livremente por aí. Nos livraremos dos vingadores e da sua irmã. Como você sempre quis, lembra?-ele falou se aproximando e segurando meus braços.
-Isso está demorando demais.
-Paciência. Você poderá torturar quem quiser quando chegar a hora. Vamos matá-los um a um até não restar ninguém.-ele abriu um sorriso para mim ao ver que estava conseguindo me acalmar.
-E a deixaremos por último. Ela vai sofrer por cada mínima coisa que roubou de mim.
-Vai sim.
-Estou tão exausta com essa espera, Gim.-falei manhosa.
-Essa espera vai valer a pena, princesa, eu prometo.
Com os olhos azuis fixos em mim, Gimle acariciou meu rosto com seu polegar e parou em meus lábios. Ele os encarou por alguns segundos e então os tomou com os seus, segurando minha cintura com a outra mão. Passei meus braços por seu pescoço, e o puxei para mais perto, pressionando nossos corpos cada vez mais e tornando o beijo cada vez mais ardente.
Eadlyn off

Drika on

Aqueles três dias no havai foram mágicos. Eu nunca estive tão bem. Claro que no primeiro dia eu ainda estava tensa por causa do encontro com Eadlyn, mas depois tudo melhorou. Eu simplesmente esqueci que ela existia e aproveitei cada segundo da lua de mel.
Mas agora havia acabado e estávamos em Nova Iorque novamente, mais precisamente dentro de um carro, voltando para casa.
Amanhã as buscas por Eadlyn, o traidor entre nós e quem quer que estivesse junto da minha irmã, seriam intensificadas e eu duvidava que teríamos mais algum momento de paz por um bom tempo.




I never wanted to need someone/ Eu nunca quis precisar de alguém
Yeah, I wanted to play tough/ É, eu quis jogar duro
Thought I could do all just on my own/ Considerei que poderia fazer tudo eu mesma
But even Superwoman/ Mas mesmo uma Super-Mulher
Sometimes needed Superman's soul/ Às vezes precisa da alma do Super-Homem
Help me out of this hell/ Me ajude a sair deste inferno-Helium-Sia.

Live Like Legends - Season 3Onde histórias criam vida. Descubra agora