Capítulo 5

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Não ouso me aproximar, giro sobre meu calcanhar e saio da festa quase correndo. Me esbarro em algumas pessoas pelo caminho e nem sequer consigo pedir desculpas, o choro está entalado em minha garganta. Pego meu celular enquanto ando meio sem direção e chamo um uber, melhor do que esperar meu pai. Minhas pernas tremem quando passo por alguns casais beijando na boca em um corredor do jardim. Chego à rua e me encosto na parede. Confiro no aplicativo o carro que solicitei que chegará em dez minutos. Fecho meus olhos enquanto aguardo. Abro os olhos quando vejo um farol em minha direção. A porta do carro se abre e o Gabriel sai de dentro dele.

- Posso saber por que saiu correndo desse jeito? – Ele me olha bravo.

- Não devo explicação a você. – Digo ressentida.

- Como não deve? Saiu correndo sem me deixar falar que a Vitoria...

- É sua namorada... eu já sei. – Digo cruzando os braços.

- Aline, a Vitória é uma maluca. Ela não é e nunca foi minha namorada. Na verdade, a única garota que eu quero namorar, está agora esperando sei lá o que do lado de fora da minha casa, de braços cruzados e morta de ciúmes. – Ele abre um sorriso.

- Não estou... o que disse?

O carro do uber para atrás do carro do Gabriel. O motorista fala meu nome.

- Ela não vai mais precisar de motorista. – Gabriel diz sem tirar os olhos de mim.

- A corrida vai ser cobrada. – O motorista diz. – Não vou estornar o cartão.

- Vou precisar sim, moço. – Me dirijo até o carro assim que me lembro das palavras da Bianca "ele vai comer você e te deixar em seguida como sempre faz. Você não é diferente é apenas mais uma".

Entro no carro e fico boquiaberta quando vejo que ele entrou do meu lado. Fechou a porta e disse:

- Pode ir, moço.

- Que brincadeira é essa? Desce desse carro agora mesmo. – Digo empurrando seu ombro. Ele rir, o que me dar mais raiva ainda.

- Hoje é meu aniversário e planejei passá-lo ao seu lado. Então se vai embora da minha festa, eu vou com você.

- Por que não para de brincar comigo? – Digo já com os olhos cheios de lágrimas. – Me deixa ir embora. Eu não vou voltar pra a sua festa ridícula cheia de gente fútil e idiota.

- E nem eu, aquela festa para mim já acabou. – Ele cruza os braços e fala para o motorista. – Está esperando o quê?

- Vocês dois darem o fora do meu carro agora. – Olho sem entender. – Deixa de ser boba garota, vai aproveitar a festa do mauricinho. Deve ser um festão.

- Era só o que me faltava. – Desço do carro brava.

Antes mesmo de me virar na direção do Gabriel ele me abraça por trás.

- Me solta. – Ele me gira de frente.

- Namora comigo? – Ele diz me desarmando. – Volta para a minha festa e me deixa te apresentar como minha namorada. – Eu começo a rir.

- Eu... está falando sério?

- Não... quer dizer, quero que seja minha namorada, mas não quero voltar para a festa. – Ele estende a mão para mim. – Se importa de ir a um lugar comigo?

- Mas todos estão esperando por você... – Puxa minha mão e me leva até o carro que ele veio e abre a porta de trás.

- Eu não me importo, a não ser que queira voltar lá comigo. – Balanço a cabeça que não quando me lembro da Vitória.

INTENSO E INESQUECÍVEL DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora