Capítulo 10

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Natalia

Nos acomodamos na mesa sob o olhar inquietante da Bruna.

- Já querem pedir? – Guilherme pergunta. – Estou faminto. – ele passa o cardápio para o garçom, fazendo o seu pedido.

- Tenho certeza que já te conheço. – Bruna pega o cardápio e pede uma entrada e uma bebida. – Só preciso me lembrar de onde.

- Vou querer o mesmo que ela. – digo ignorando seu comentário. Bruna havia pedido vinho e Bruschetta de parma.

- Então vocês realmente são namorados? – Guilherme pergunta. – Bruna, se sua memória fosse mesmo excelente teria se lembrado de onde, então digamos que ela seja mediana.

Bruna faz uma careta para o namorado, mas não responde apenas me encara novamente, faz cara de pensativa. E eu queria me enfiar debaixo da mesa. Eu estava nitidamente constrangida por dois motivos. Estava sentada na mesa com o filho de um dos donos do hospital, que é também filho de um político influente, governador do estado para ser mais precisa. Além de ser primo do Gabriel, o segundo motivo.

- Estamos nos conhecendo melhor. – respondo.

- Na verdade, estou há meses tentando fazê-la entender que somos perfeitos juntos. – Murilo segura em minha mão por cima da mesa. – mas só agora ela aceitou que não adianta fugir.

- Estão namorando há pouco tempo então? É serio? – antes que eu possa pensar em negar o Murilo fala.

- Seríssimo. – beija meu rosto.

- Já estava em tempo, o hospital todo já sabe sobre vocês. – Guilherme diz bebendo o suco do seu copo.

- Não deveria acreditar em tudo que falam pelos corredores do hospital. – digo. – eles sempre aumentam.

- Mas não inventam. – completa sorrindo. – Você sempre morou no Rio?

- Não, já morei um tempo em são Paulo quando era criança. – digo omitindo que passei um tempo na Argentina, lugar onde nasci, tempo esse que tentava esquecer a todo custo.

Estava meio sem entender esse interesse do Dr. Guilherme, ele não parava de fazer perguntas. Ainda bem que o Murilo começou a falar sobre assuntos que tiraram o foco de mim. Além do mais, a Bruna já estava olhando feio para ele.

- Guilherme, não pensa em voltar a África?

- Não, quer dizer, foi uma experiência única, foi lá que descobri que queria ser ortopedista. Mas sério, é muito triste você não poder fazer nada por aquele povo. Não é apenas de dinheiro e cuidados médicos que eles precisam, vai mais além.

- Mas o que te levou a ir? – Pergunto.

- Estava fugindo de mim. – Bruna fala.

- Ela sempre diz isso. – ele revira os olhos. – Mas não foi nada disso, a faculdade estava enviando alguns estudantes para ficarem seis meses lá e achei que era uma boa oportunidade de aprender.

- E se afastar de mim. – ela diz – Confessa Guilherme, você não suportava saber que estava apaixonado por uma pirralha mimada que considerava como uma irmã.

- Como se isso fosse possível. Você apareceu do nada no meio de uma guerrilha, Bruna. Eu queria era te matar. – Ele disse acariciando o rosto dela. – uma desmiolada.

- Mas bem que você gostou. – ela piscou para ele.

- Mas estão juntos há muito tempo então? – Murilo pergunta interessado.

INTENSO E INESQUECÍVEL DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora