capítulo 26

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Estendendo a mão para cumprimentá-lá, ele riu.

- Não diga nada. Gostou da surpresa?

- Foi linda! Mas como que você..?

- Fácil: mamãe disse que você veio aqui ontem e gostou do nosso Teatro. Então, comecei a pensar: aposto que amanhã ela vai voltar aqui para saber mais. - riu. - vou deixar tudo preparado, quando ela aparecer, recito "Marília de Dirceu, do Gonzaga". Agora a pouco, vi que você vinha descendo pela ladeira e..

- Ei, espera ai - Lília cortou, caindo em si. - você viu uma desconhecida descendo a ladeira, pois ainda não me conhecia. Como foi que adivinhou que era eu?

Ele respondeu com naturalidade:
- Porque você, Marília.. - Belo sorriso! Nesse rosto delicado, de marfim, os seus olhos são dois sóis, do Paraíso.

- esses versos não são de Tomás Antônio Gonzaga?

- Não. São meus e nasceram agora. Acho que foi o pressentimento que me fez desconfiar que seu verdadeiro nome é Marília, por que só Marília pode ser tão linda quanto você. - Ele olhou para Lília por um segundo, e riu. - afinal, eu sou Dirceu! Será que temos a alma dos dois grandes amantes de Ouro Preto, que viveram séculos atrás?

- bobagem! - respondeu ela. - Marília e Dirceu nunca existiram. Não passavam de criações do poeta Gonzaga!

- E você não acredita que pode o amor ser tão forte que as poesias se tornem verdade? Como as lendas, os milagres, os contos de fada?

- Meu Deus, Dirceu, você é maluco!

- Não, sou sonhador. Muita gente sabe disso. E então? Vamos lá dentro tomar um cafezinho. - Dirceu a puxou pelas mãos - Depois a gente sai. Quero mostrar a você minha Ouro Preto. Venha, Marília!

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Saíram ao sol, sob um céu deliciosamente azul. À claridade, as cores da cidade monumento tornavam-se mais vivas. Ali na ladeira Dirceu parou e olhou para cima: vinha um carro. Na pracinha, havia criança brincando e se deliciando na Fonte de água.

- Gosta? - perguntou.
Lília fez que sim.

- Pois eu vou lhe contar um segredo! - disse ele, aproximando-se. - Esta ladeira tem um nome só nosso!

- Verdade?

- nosso,  lá de casa - explicou. - vem do tempo que papai namorava mamãe. Eles costumavam encontrar-se ali, no chafariz ao lado da igreja do Pilar, está vendo? Para eles, esta ladeira representa o tempo quando eram jovens, por isso, deram a ela o nome de... ladeira da saudade!

- Que bonito! - sorriu Lília, fascinada. - Ladeira da saudade, não vou esquecer nunca!

- Então, continua segredo, tá? Nem as tetetês sabem.

- Por que você está me revelando esse segredo tão seu?

- porquê você é Marília, eu já disse! Agora vamos, quero te mostrar uma coisa - e agarrando-a pela mão, foi a puxando ladeira a cima.

Dirceu era ágil, elástico, cheio de vida!

Oi seres humanos! gostaram do capítulo de hoje? E desculpa, eu realmente deixo as coisas incompletas. Mas prometo que irei tentar terminar, afinal, Dirceu e Marília ainda tem muito para mostrar a vocês!

A ladeira da saudadeOnde histórias criam vida. Descubra agora