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-Quero morar numa casa de dois andares que nem essa — disse Ziggy enquanto eles
subiam a pé a entrada de carros da casa de Madeline.
— Quer? — perguntou Jane.
Ela ajeitou a bolsa num braço. No outro, carregava um pote plástico com muffins de banana
fresquinhos.
Quer uma vida como essa? Eu também gostaria muito de ter uma vida como essa.
— Você pode segurar isso para mim, por favor?
Ela entregou o pote a Ziggy para pegar mais dois chicletes na bolsa, analisando a casa
enquanto fazia isso. Era uma casa de família comum, com dois andares e de tijolinhos creme.
De aspecto meio desmazelado. A grama precisava ser cortada. Havia dois caiaques duplos
pendurados acima do carro na garagem. Tinha pranchas de surfe e bodyboard encostadas na
parede. Havia toalhas de praia penduradas na sacada. Uma bicicleta infantil fora largada no
gramado da frente.
Aquela casa não tinha nada de especial. Parecia a da família de Jane. Mas a casa de Jane
era menor e mais arrumada, e ficava a uma hora de carro da praia, portanto não havia tantos
objetos de atividades praianas, embora tivesse o mesmo ar descontraído e simples de classe
média.
Aquilo era infância.
Era bem simples. Ziggy não estava pedindo muito. Ele merecia uma vida como aquela. Se
Jane não tivesse saído aquela noite, se não tivesse bebido aquela terceira tequila slammer, se
tivesse dito “não, obrigada” quando ele deslizou para o assento ao lado do dela, se tivesse
ficado em casa e terminado a faculdade de direito, arranjado um emprego, um marido, um
empréstimo para comprar uma casa e feito tudo do jeito que deveria, talvez um dia ela tivesse
morado na casa que deveria e sido a pessoa que deveria ser, vivendo a vida que deveria.
Mas então Ziggy não seria Ziggy. E talvez ela não tivesse filho nenhum. Lembrou-se do
médico, da cara triste dele, um ano antes de ela engravidar.
“Jane, precisa entender que vai ser muito difícil, se não impossível, você conceber.”
— Ziggy! Ziggy, Ziggy, Ziggy!
A porta da frente se abriu e Chloe, de vestido de fada e galocha, saiu correndo e arrastou o
amigo pela mão.
— Você está aqui para brincar comigo, não é? Não com o meu irmão Fred.
Madeline apareceu atrás dela, usando um vestido vermelho e branco de bolinhas estilo
anos 1950 de saia rodada. Tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo.
— Jane! Feliz Ano-Novo! Como vai? É muito bom ver você. Olhe, o meu tornozelo já
sarou! Embora, você vá gostar de saber, eu esteja de sapato baixo.
Ficou em um pé só e girou o tornozelo, exibindo uma cintilante sapatilha vermelha.
— Como os sapatos de rubi da Dorothy — disse Jane, entregando os muffins a Madeline.
— Exatamente, não são lindos? — perguntou Madeline. Tirou a tampa do pote. — Minha
nossa. Não me diga que você fez esses?
— Fiz, sim — disse Jane.
Ela podia ouvir a risada de Ziggy vindo de algum lugar do segundo andar. Seu humor
melhorou ao ouvir o barulho...
— Olhe só para você, com muffins fresquinhos, e eu é que estou vestida feito uma dona de
casa dos anos 1950 — comentou Madeline. — Adoro a ideia de assar alguma coisa, mas
acabo não conseguindo pôr em prática. Parece que nunca tenho todos os ingredientes. Como
você consegue ter toda aquela farinha e aquele açúcar e, sei lá, extrato de baunilha?
— Bem — disse Jane. — Eu compro. Em um lugar chamado supermercado.
— Aposto que você faz uma lista — observou Madeline. — E depois se lembra de levar a
lista com você.
Jane reparou que os sentimentos de Madeline sobre o fato de Jane cozinhar eram
semelhantes aos seus a respeito dos acessórios de Madeline: admiração confusa por um
comportamento exótico.
— Celeste e os meninos vêm hoje. Ela vai acabar com os seus muffins. Chá ou café? Seria
melhor a gente não tomar champanhe toda vez que se encontra, embora eu esteja aberta à
negociação. Você tem alguma desculpa para comemorar?
Madeline conduziu-a para uma ampla sala com cozinha americana.
— Nenhuma — disse Jane. — Só um chá normal seria ótimo.
— Então, como vai a mudança? — perguntou Madeline. — Estávamos viajando pelo litoral
quando você se mudou, do contrário, eu teria oferecido Ed para ajudá-la. Vivo oferecendo Ed
como ajudante de mudança. Ele adora.
— Sério?
— Não, não. Ele odeia. Fica muito zangado comigo. Diz: “Não sou um aparelho que você
pode emprestar!” — Ela fez uma voz grossa para imitar o marido enquanto ligava a chaleira, o
rabo de cavalo balançando. — Mas, sabe, ele paga para levantar peso na academia, então por
que não levantar algumas caixas de graça? Pode se sentar. Desculpe a bagunça.
Jane sentou-se a uma comprida mesa de madeira coberta com os detritos da vida familiar:
adesivos de bailarina, um livro com a capa virada para baixo, protetor solar, chaves, um tipo
de brinquedo eletrônico, um avião feito de Lego.
— Minha família me ajudou a fazer a mudança — disse Jane. — Tem muita escada. Todo
mundo ficou meio irritado comigo, mas são eles que nunca me deixam contratar uma empresa
de mudança.
(“Se eu estiver descendo essa escada com essa maldita geladeira daqui a seis meses, eu
vou...”, dissera seu irmão.)
— Leite? Açúcar? — perguntou Madeline enquanto molhava saquinhos de chá.
— Nem um nem outro. Puro mesmo. Hã, encontrei uma daquelas mães que têm filhos no
jardim de infância hoje de manhã — disse Jane a Madeline. Queria tocar no assunto do dia da
orientação enquanto Ziggy não estivesse por perto. — No posto de gasolina. Acho que ela
fingiu não me ver.
Ela não achava isso. Tinha certeza. A mulher virara o rosto tão depressa que parecia que
tinha levado uma bofetada.
— Ah, é mesmo? — falou Madeline como se achasse graça. Serviu-se de um muffin. —
Qual delas? Você lembra o nome?
— Harper — disse Jane. — Tenho quase certeza de que era Harper. Eu me lembro de
chamá-la de Harper Papagaio de Pirata na minha cabeça, porque ela parecia um papagaio de
pirata rondando Renata o tempo todo. Ela é uma das suas Louras de Corte Chanel, eu acho,
com um rosto caído e comprido. Meio parecida com um basset hound.
Madeline riu.
— É Harper, com certeza. É, ela é muito amiga de Renata, e se orgulha disso de um modo
bizarro, como se Renata fosse alguma celebridade. Ela sempre faz questão que a gente fique
sabendo que ela e Renata saíram juntas. “Ah, tivemos uma noite maravilhosa em algum
restaurante maravilhoso.” — Ela mordeu um pedaço do muffin.
— Acho que é por isso que Harper não quer me conhecer, então — disse Jane. — Por
causa do que aconteceu...
— Jane — interrompeu Madeline. — Esse muffin está... magnífico.
Ela sorriu para a cara espantada de Madeline. Havia uma migalha em seu nariz.
— Obrigada. Posso lhe dar a receita se você...
— Ai, nossa, não quero a receita, só quero os muf ins. — Madeline tomou um grande gole
do seu chá. — Sabe de uma coisa? Cadê o meu celular? Vou mandar uma mensagem para
Harper agora mesmo e exigir saber por que ela fingiu não ter visto a minha nova amiga que faz
muffins.
— Não se atreva! — exclamou Jane.
Madeline, ela percebeu, era uma daquelas pessoas ligeiramente perigosas que
mergulhavam em defesa das amigas e provocavam ondas bem maiores que a primeira
marolinha.
— Bem, não tenho o número mesmo — disse Madeline. — Se aquelas mulheres tratarem
você mal por causa do que aconteceu na orientação, vou ficar furiosa. Aquilo poderia
acontecer com qualquer um.
— Eu teria feito Ziggy se desculpar — defendeu-se Jane. Ela precisava deixar claro para
Madeline que era o tipo de mãe que fazia o filho pedir desculpas. — Acreditei quando ele
disse que não fez aquilo.
— Claro que acreditou — retrucou Madeline. — Garanto que ele não fez. Parece ser um
amor.
— Estou cem por cento segura. Bem, noventa e nove por cento segura. Estou...
Ela parou e engoliu em seco, porque de repente estava sentindo um desejo avassalador de
explicar suas dúvidas a Madeline. Contar a ela o motivo exato daquele um por cento de
dúvida. Simplesmente... contar. Transformar aquilo em uma história que ela nunca dividira
com ninguém. Um pacote que conteria o começo, meio e fim do acontecimento.
Era uma noite de primavera linda e quente em outubro. O ar cheirava a jasmim. Eu
estava com uma rinite horrível. Dor de garganta. Olhos coçando.
Ela poderia simplesmente falar sem pensar, sem sentir, até a história chegar ao fim.
E talvez Madeline dissesse daquele seu jeito definitivo, que não aceitava discussão: Ah,
você não deve se preocupar com isso, Jane. É irrelevante! Ziggy é exatamente quem você
pensa que ele é. Você é a mãe dele. Conhece o filho que tem.
Mas e se ela fizesse o oposto? Se a dúvida que Jane estava sentindo se refletisse mesmo
que por um instante no semblante de Madeline? E então? Seria a pior forma de trair Ziggy.
— Ah, Abigail! Venha comer um muffin com a gente! — Madeline ergueu os olhos quando
uma adolescente entrou na cozinha. — Jane, essa é a minha filha Abigail. — Um tom artificial
se insinuara na voz de Madeline. Ela largou o muffin e brincou com um de seus brincos. —
Abigail? — chamou de novo. — Essa é Jane!
Jane virou-se na cadeira.
— Oi, Abigail — disse à adolescente, que estava parada muito quieta e empertigada, com
as mãos entrelaçadas à frente do corpo como se estivesse participando de uma cerimônia
religiosa.
— Olá — cumprimentou Abigail, e sorriu para Jane, em um lampejo súbito e caloroso.
Tinha o mesmo sorriso brilhante de Madeline, mas fora isso, não pareciam mãe e filha. A
pele e o cabelo da adolescente eram mais escuros, e suas feições, mais marcadas. O cabelo
caía nas costas naquele visual largado acabei-de-acordar e ela usava um vestido marrom
folgado por cima de uma legging preta. Marcas de henna intrincadas se estendiam das mãos
até seus antebraços. A única joia que usava era uma caveira de prata pendurada em um
cadarço de sapato preto no pescoço.
— Papai vem me buscar — disse Abigail.
— O quê? Não vem, não — retrucou Madeline.
— Vem, vou dormir lá hoje porque tenho aquela coisa com Louisa amanhã. A gente tem que
estar lá cedo e é mais perto da casa do papai.
— É dez minutos mais perto, no máximo — protestou Madeline.
— Mas é mais fácil ir da casa do papai e da Bonnie — disse Abigail. — A gente sai de
casa mais rápido. Não vamos ficar sentados no carro esperando Fred procurar os sapatos e
Chloe voltar correndo lá para dentro para buscar uma Barbie diferente ou o que for.
— Quer dizer que Skye nunca volta correndo para pegar a Barbie dela.
— Bonnie nunca deixaria Skye brincar de Barbie — retrucou Abigail, revirando os olhos,
como se aquilo fosse óbvio para qualquer um. — Quer dizer, você não devia deixar Chloe
brincar com essas bonecas, mãe, elas são, tipo, muito antifeministas e contribuem para expectativas não realistas sobre o corpo.
— Bem, agora é tarde para Chloe. — Madeline deu um sorriso pesaroso a Jane.
Ouviu-se uma buzinada na rua.
— É ele — disse Abigail.
— Você já tinha ligado para ele? — questionou Madeline, corando. — Você combinou isso
sem me perguntar?
— Perguntei ao papai — disse Abigail. Ela contornou a mesa e deu um beijo no rosto de
Madeline. — Tchau, mãe. — Ela se virou para Jane com um sorriso. — Prazer em conhecê-la.
— Era impossível não gostar dela.
— Abigail Marie! — Madeline levantou-se da mesa. — Isso é inaceitável. Não é você
quem escolhe onde vai passar a noite.
A adolescente parou. Virou-se para a mãe.
— Por que não? — perguntou. — Por que você e meu pai podem escolher de quem é a vez
de ficar comigo? — Jane pôde ver de novo uma semelhança com Madeline no jeito que
Abigail tremia de raiva. — Como se eu fosse uma propriedade de vocês. Como se eu fosse
um carro e vocês precisassem me dividir.
— Não é assim — começou Madeline.
— É, sim — disse Abigail.
Ouviu-se outra buzinada vindo da rua.
— O que está havendo? — Um homem de meia-idade entrou na cozinha, usando um traje de
neoprene enrolado até a cintura, revelando um peitoral largo e muito cabeludo. Estava com um
garotinho vestido exatamente da mesma maneira, só que com o peito magro e sem pelos. Ele
se virou para Abigail. — Seu pai está lá na frente.
— Eu sei — disse Abigail. Olhou para o peitoral cabeludo do homem. — Você não devia
andar em público assim. É repugnante.
— O quê? Exibindo o meu belo físico?
O homem bateu orgulhosamente um punho no peito e sorriu para Jane. Ela retribuiu o
sorriso, pouco à vontade.
— Eca — exclamou Abigail. — Estou indo.
— Vamos ter uma conversinha sobre isso depois! — disse Madeline.
— Está bem.
— Não me venha com esse seu está bem! — gritou Madeline.
A porta da frente bateu.
— Mamãe, estou morrendo de fome — disse o garotinho.
— Coma um muffin — ofereceu Madeline, abatida. Ela afundou de volta na cadeira. —
Jane, esse é o meu marido, Ed, e o meu filho, Fred. Ed. Fred. Fácil de lembrar.
— Porque rimam — esclareceu o menino.
— Bom dia — disse Ed, apertando a mão de Jane. — Desculpe meu visual repulsivo. Fred
e eu estávamos surfando. — Ele se sentou ao lado de Madeline e envolveu-a com o braço.
—Abigail andou lhe dando trabalho?
Madeline apoiou o rosto no ombro dele.
— Você parece um cachorro molhado e salgado.
— Que muffin gostoso — comentou Fred, a boca ainda cheia de bolo enquanto pegava
mais um, disfarçadamente. Jane traria mais da próxima vez.
— Mamãe! A gente está precisando de vocêêê! — gritou Chloe do corredor.
— Vou andar de skate. — Fred pegou um terceiro muffin.
— Não esqueça o capacete — disseram Madeline e Ed ao mesmo tempo.
— Mamãe! — esgoelou-se Chloe.
— Estou indo! — disse Madeline. — Converse com Jane, Ed.
Ela foi para o corredor.
Jane se preparou para puxar assunto, mas Ed sorriu com naturalidade para ela, pegou um
muffin e se acomodou de novo na cadeira.
— Então você é mãe do Ziggy. De onde veio esse nome?
— Meu irmão sugeriu — contou Jane. — Ele é um grande fã de Bob Marley e acho que
Bob Marley chamou o filho dele de Ziggy. — Ela fez uma pausa, lembrando-se do peso
milagroso do filho em seus braços, seus olhos solenes. — Gostei do fato de ser meio
inusitado. Meu nome é muito sem graça.
— Jane é um nome lindo, clássico — disse Ed, categórico, fazendo-a se apaixonar só um
pouquinho por ele. — Na verdade, “Jane” aparecia na minha lista quando estávamos
escolhendo o nome da Chloe, mas perdi, e eu já tinha ganhado com Fred.
Jane reparou em uma foto de casamento na parede: Madeline usava um vestido de tule cor
de champanhe, sentada no colo de Ed, ambos de olhos bem fechados, sem conseguir conter o
riso.
— Como você e Madeline se conheceram? — perguntou para puxar assunto.
Ed se animou. Era obviamente uma história que ele gostava de contar.
— Eu morava em frente a ela quando éramos crianças — disse. — Madeline era vizinha de
uma grande família libanesa. Eles tinham seis filhos, garotões fortes. Eu morria de medo
deles. Jogavam críquete na rua, e às vezes Madeline participava do jogo. Ela saía trotando de
casa, tinha metade do tamanho daqueles grandalhões, cheia de fitas no cabelo e usando umas
pulseiras reluzentes, bem, você sabe como ela é, a garota mais feminina que você já viu, mas,
meu Deus, ela sabia jogar críquete.
Ele largou o muffin e se levantou para demonstrar.
— Então lá vinha ela, balançando o cabelo, rodando o vestido, e pegava o taco, e em
seguida, BAM! — Ele rebateu com um taco imaginário de críquete. — E os garotos caíam de
joelhos segurando as cabeças.
— Você está contando de novo a história do críquete?
Madeline voltara do quarto de Chloe.
— Foi quando me apaixonei por ela — disse Ed. — Para valer. Observando da janela do meu quarto.
— Eu nem sabia que ele existia — acrescentou Madeline, despreocupada.
— Não, ela não sabia. Então crescemos e saímos de casa, e fiquei sabendo por minha mãe
que Madeline tinha se casado com um babaca — disse Ed.
— Shhh. — Madeline deu um tapa no braço dele.
— Então, anos depois, vou a um churrasco de aniversário de trinta anos de um amigo.
Estava rolando um jogo de críquete no quintal dos fundos, e quem está lá rebatendo de salto
agulha, toda emperiquitada, igualzinha? A pequena Madeline do outro lado da rua. Meu
coração quase parou.
— É uma história muito romântica — comentou Jane.
— Eu quase não fui àquele churrasco — disse Ed.
Jane viu que os olhos dele brilhavam, embora já devesse ter contado aquela história umas
cem vezes.
— E eu também quase não fui — contou Madeline. — Tive que cancelar a pedicure, e
normalmente nunca cancelo a pedicure.
Eles sorriram um para o outro.
Jane desviou o olhar. Pegou sua xícara de chá e deu um gole, embora já não tivesse mais
nada. A campainha tocou.
— É Celeste — disse Madeline.
Ótimo, pensou Jane, continuando a fingir que bebericava o chá da xícara vazia. Agora
estarei na presença do grande amor e da grande beldade.
Tudo em volta dela era colorido: de cores fortes e vibrantes. Ela era a única coisa sem cor
na casa inteira.
                            ___________

Srta. Barnes: Obviamente os pais formam seus próprios grupos sociais fora da escola. O
conflito da noite do concurso de perguntas poderia não ter necessariamente nada a ver com o
que estava acontecendo na Escola Pública de Pirriwee. Só achei que devia ressaltar isso.
Thea: Sim, bem, é claro que a Srta. Barnes diria isso, não é?

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