Capitulo 7

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(Uma semana depois)

Hoje seria o enterro do meu tio. Ainda não estava acreditando. Seria um velório apenas para os amigos mais íntimos, nossos homens e as empregadas. Ninguém mais.

Enviei um email para Miguel dizendo tudo o que estava acontecendo. Até hoje não tive sua resposta. Pedi que contasse para seu pai, e nossos amigos de longa data.

Vou para o cemitério acompanhada com meus homens. Vejo o quanto eles se seguram para não chorar na minha frente.

-Rapazes... Não vou me importar se vocês chorarem. Ninguém é de ferro.

Chegamos no mesmo cemitério que meu pai e minha mãe foram enterrados. Meu tio quis ser sepultado ao lado dos túmulos de meus pais. Iria fazer sua última vontade.

Pedi alguns minutos para ficar sozinha na capela com o caixão do meu tio. Meus homens saem e ficam parados na porta. Me aproximo do caixão, ele parecia estar dormindo. Tão sereno e tranquilo. Que não parecia que havia sofrido um infarto.

Respirei fundo e comecei e dizer algumas coisas. Minha últimas palavras para meu tio Carlos.

-Tio... Meu querido tio. O senhor foi muito mais do que um tio para mim e Kelly. Foi nosso pai, melhor amigo. Um mentor para mim. Não sei como irei fazer de hoje em diante para gerenciar a máfia. Mas, lhe prometo que farei de tudo para ser como meu pai e como o senhor. E tio... Eu juro pela minha vida que vou encontrar Kelly. E te juro que os responsáveis irão pagar com suas próprias vidas.

Respirei fundo e sai dá capela. Meus homens entraram quase todos juntos para se despedirem do meu tio. Afinal de contas, ele "assumiu" a máfia enquanto eu não sabia de nada.

Quase uma hora depois, seis dos meus homens levaram o caixão do meu tio para o túmulo. Cada segundo caminhando até chegar no túmulo parecia uma eternidade. Minha respiração estava pesada, e eu lenta demais. Não sai de perto do caixão em nenhum momento.

Durante o sepultamento, algumas pessoas disseram algumas palavras para meu tio. E para mim, passando conforto. Eu apenas agradecia com aceno sem dizer uma palavra.

Joguei uma rosa branca em seu caixão antes de começarem a jogar a terra. Dei uma última olhada e disse para mim mesma: "Juro por você tio, vou encontrar Kelly. E quem estiver por trás disso, vai pagar com a vida".

Fui a última a sair do sepultamento. Do lado de fora do cemitério, vi um carro roxo com os vidros escuros. Não sei de quem era, meus homens ficaram em alerta e todos já estavam com suas armas em punho.

A porta do motorista se abre revelando Paulo e Fontana. Faço sinal para que eles abaixem as armas. Atravesso a rua e caminho até eles.

-Viemos dar nossos sentimentos senhorita Olívia- disse Fontana.

-Obrigada. Não precisavam se incomodar com isso.

-Nos dois- disse Paulo- ficamos sensibilizados pelo o que aconteceu com seu tio.

-Obrigada.

Fontana me dá um abraço forte e diz que vai me ajudar a encontrar minha irmã. Mais do que nunca. Agradeço pelas palavras. Paulo e eu trocamos olhares completamente sem jeito. Até que ele vem e me abraça forte. Fiquei parada sem reação. Só depois que o abraço e sinto seu perfume.

Sinto meu coração acelerar só em sentir o perfume de Paulo. Me solto de seus braços um pouco relutante e digo que preciso ir. Entro no carro junto com os homens e digo para irmos para casa.

Subo as escadas correndo para o meu quarto. Fiquei em estado de choque por causa da minha reação. Retiro a roupa que fui para o velório e deixo separada. Tomo um banho para me acalmar e esquecer um pouco as coisas.

Vou até meu closet pegar uma roupa, e vejo na gaveta de baixo perto dos sapatos a pasta marrom que meu tio me entregou com o testamento do meu pai. Não sei se era uma boa hora para abrir e ler. Talvez eu leia pela manhã.

Tudo o que eu queria agora era dormir. Dormir e só acordar quando esse pesadelo acabar.

A Herdeira Da Máfia e o DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora