Capítulo 35

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Paulo

Meu coração estava inquieto demais. Era uma sensação de que alguma coisa grave aconteceu ou vai acontecer. Consegui ligar para os meus pais no Brasil, dizendo para tomarem cuidado. Mesmo assim essa sensação estranha não diminuiu. Então só poderia significar que Olívia estava em perigo.

Fui até sua casa e tudo parecia calmo. Calmo até demais. Nenhum capanga na entrada ou até mesmo nas outras partes. Tem alguma coisa muito errado nisso. Apertei o interfone, mas parecia estar desligado. Até pensei em gritar, mas seria inútil.

Escutei um som vindo atrás de mim. Olhei um pouco assustado e vi três carros pretos parando perto de mim. Quando vi que Ítalo saiu de um deles fiquei mais calmo. Assim que vi Olívia... Quis abraça-la por ver que está bem. Mas a terrível sensação estranha ainda está presente em mim. Se não é minha família, se não é Olívia... Então que merda poderia ser essa sensação?

Olívia ainda não tinha me visto, e quando me percebeu, ficou estática no lugar. Poucos segundos trocando olhares que mais pareceram uma eternidade. Ela foi quem desviou o olhar e esperou Ítalo abrir os portões. Ítalo e os demais entraram com os carros enquanto Olívia ficava olhando para o nada. Como se estivesse pensando no que iria fazer.

Quando mencionei falar com ela, simplesmente a mesma indica para que eu entre. Seu tom de voz chegou a me deixar assustado. Já vi Olívia com ódio no olhar, mas dessa vez era diferente. Olívia estava controlada por fora, mas por dentro estava em fúria. Não sei o que houve ou o que está acontecendo, mas para ela me chamar para entrar, era algo muito grave mesmo.

Fomos para o escritório de Olívia, enquanto pude ver Ítalo falando no celular dando ordens específicas. Entramos e Olívia se jogou no sofá. Nem tinha percebido direito o escritório dela. Olívia e seus gostos masculinos mas com um toque de sofisticação. Sentei do seu lado e fiquei observando cada detalhe do seu rosto.

-Precisamos ter uma conversa séria Paulo.

-Pode falar Olívia.

-Primeiro. Já descobri quem é o traficante internacional. É Richard Fitzpatrick. Ítalo me informou que ele foi capaz de matar o próprio avô quando descobriu que seu pai não queria a herança. Ele quis ficar com tudo.

-Dizer que ele é um verme, ainda seria muito pouco. E uma ofensa ao verme.

-Sim. E segundo. Nossa filha foi capturada pelo Fontana.

Filha? Nossa filha? Não pode ser, a menos que...

-Aquela... menininha que veio até mim... é nossa filha?

-Sim.

-E por que você nunca me disse nada?

-Tive meus motivos. Conversamos sobre isso com mais calma. No momento quero encontrar o Fontana e o Richard. Não vou deixar nenhum vestígio que eles existiram.

Agora entendi o por quê de Olívia estar desse jeito. Mas, ela parecia estar tal calma, nem parece que sua filha...Melhor dizendo, nossa filha. Era assustador e estranho ao mesmo tempo falar isso. Nossa filha.

Se não fosse pela situação, não duvido nada que eu teria dado um ataque, ou gritado com Olívia por ter escondido isso de mim. Jamais imaginei que em uma única noite com Olívia poderia ter gerado uma criança. Não creio que ela tenha feito de propósito.

-Olivia, sei que ainda vamos conversar sobre nossa filha com mais calma. A única coisa que te peço nesse momento, é que me deixe te ajudar a encontra-la.

-Tudo bem Paulo. Preciso manter minha mente no lugar para criar um plano.

Ela queria chorar. Eu sentia isso. E me doía. Olívia era orgulhosa demais para chorar na frente de alguém. Ainda mais se esse alguém fosse o babaca aqui. Ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro. Estava nervosa demais para pensar em alguma coisa.

A Herdeira Da Máfia e o DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora