Capitulo 18

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Por Paulo

Me sinto um covarde. Não consigo olhar nos olhos dá Olívia e dizer o que sinto por ela. Sou um babaca mesmo. Embora meu estúpido coração bata como um louco toda vez que penso nela, a vejo pessoalmente ou até mesmo as ligações no celular. Não sei se me arrisco em tentar algo com ela ou não.

Dois mundos totalmente diferentes. Se descobrirem que um delegado federal e uma mafiosa estão se envolvendo... Nossas cabeças vão rolar pelo chão. Mas, não consigo parar de pensar em Olívia desde o dia que a vi metendo a porrada naquele playboy. Confesso que fiquei tentado em querer saber mais sobre ela.

E minha curiosidade falou tão alto que acabei ficando decepcionado quando descobri que Olívia era mafiosa. O problema não era tão grande até eu descobri que era de uma das grandes famílias dá máfia do mundo. Fiquei querendo saber o porquê dela nunca ter me dito isso. E também não posso exigir nada dela, não somos nada para tal coisa.

Agora não paro de escutar minha irmã Sofia dizendo para levar a Olívia na casa dos meus pais para brincar com ela.

-Mais por que você ainda não levou ela lá? - falou quase gritando dentro do carro.

-Sofia - repreendeu minha mãe - deixa seu irmão dirigir em paz.

-Mais mãe, o Paulo prometeu que iria levar a Olívia lá em casa.

-Eu não prometi nada - fui grosso demais e ela começou a chorar - Nem adianta fingir que está chorando Sofia.

-Paulo. Menos por favor. Sofia já chega de chorar. Qual o problema dá Sofia ver aquela moça tão simpática que ela me apresentou?

-Nenhum mãe. Só não acho uma boa ideia.

-E tem algum motivo grave?

-Nao posso contar ainda.

Minha mãe ficou querendo saber mais sobre a Olívia. Percebi pela sua cara. Não sei como iria contar aos meus pais que estou criando sentimentos por uma mafiosa. Meu único medo por enquanto era de decepcionar a Sofia.

Segui caminho até a casa dos meus pais. Ajudei minha mãe a sair com as compras. Meu pai estava saindo do banho quando veio me ajudar. As compras não eram pesadas, mas parece que minha mãe quase comprou o shopping todo. Acreditei que depois de se despedir dá Olívia, elas iriam para casa. Mas, não quiseram comprar algumas coisas.

Falei com meu pai que queria conversar com ele. Ele já sabia que era algo sério só pelo meu tom de voz. Pedimos licença a minha mãe, e fomos para o escritório do meu pai.

-O que aconteceu filho?

-Senta por que a história é longa.

Não sei por quanto tempo fiquei falando. Sai dizendo tudo o que me vinha a mente e o que sentia sobre Olívia. Em momento nenhum vi meu pai expressar nada. Absolutamente nada. Era assustador. Acabei dando um suspiro muito grande enquanto ficava mais relaxado na cadeira.

-Acabou? - perguntou meu pai

-Sim.

-Ao meu ver essa garota não é má. Se fosse ela não teria salvo a Sofia naquele dia. Além disso, as crianças sentem quando uma pessoa não é boa. E sua irmã gostou muito dela.

-O senhor não está ajudando. Ela é uma mafiosa. Herdeira na verdade. Creio que ela herdou a máfia pelos pais, sei lá.

-Independente disso meu filho. Você tem que pensar como um homem e não apenas como um delegado.

-Como posso pensar em tomar alguma decisão sobre a Olívia, se meu lado policial diz que vou estar cometendo um erro enorme?

-Bem... É complicado. Mas, lembre-se de uma coisa. Independente dá decisão que você tomar, não tenha arrependimento depois. Por que isso meu filho, vai ser muito dolorido para você.

Refleti um pouco sobre o que meu pai acabou de dizer. O velho dava para ser filósofo. Embora ainda não tenha tomado nenhuma decisão, agradeço pelo tempo que ele me ouviu.

Aproveitei o tempo que não via meus pais e fiquei para jantar. Iria levar quase uma hora para ficar pronto, então fui brincar com Sofia. Mas, me arrependi quando ela disse que queria brincar de boneca.

Veio com história de que era uma princesa, e eu um príncipe que iria salva-la do dragão. De onde essa menina tira essas ideias? Crianças... Tive que rir com toda a cena dramática dá minha irmã fingindo ser uma princesa indefesa.

Depois de fingir salvar a bela princesa, Sofia parou do meu lado e me perguntou

-Voce gosta dá Olívia?

-Por que essa pergunta Sofia?

-Porque eu vi como você olhava para ela lá no shopping.

-E como uma menina dá sua idade sabe dizer se gosto dela ou não só pelo olhar?

-Porque você olha pra ela como o papai olha para a mamãe.

Por essa não esperava.

Quando penso em dar uma resposta, escuto nossa mãe nos chamando para jantar. Durante a janta, Sofia não comentou mais nada sobre Olívia. Menos mal, assim não teria que dar esporro nessa garota.

Ajudei minha mãe na cozinha depois dá janta. Me despedi dos meus pais e dá Sofia e fui para casa. Não estava cansado fisicamente, e sim mentalmente. Toda essa história de criar sentimentos e interesse pela Olívia me deixavam maluco.

Parei em um sinal e fiquei refletindo sobre a minha conversa com meu pai. Ainda não sei o que vou fazer, mas devo ser mais cauteloso do que já sou. Enquanto a merda do sinal não abria, escutei de longe um ronco de motor de uma moto que parecia ser bem potente.

Olhei pelo retrovisor e vi uma moto preta. Deve ser 600cc ou mais, mas não sei qual marca é. E para a minha surpresa era uma mulher que estava pilotando. Fiquei bobo demais. Quando o sinal finalmente abriu, a motoqueira saiu disparada. Nem pude ver qual era a moto.

Esquecendo isso, fui direto para a casa. Tomei um banho e depois cai na cama.

Escuto meu celular berrando vindo do banheiro. Porra por que fui deixar esse celular lá? Puto dá vida me levanto e vou ver quem me ligava.

Fontana

Estranhei a ligação. Ele não me ligaria tarde de noite. A menos que fosse necessário.

-Fala Fontana.

-Desculpa te ligar, mas precisamos conversar Paulo - pelo tom dá sua voz era algo grave.

-Delegacia?

-Nao. Me encontra no posto 9 em dez minutos.

-Ok.

Desligo a ligação preocupado com Fontana. Isso não estava me cheirando a coisa boa.

A Herdeira Da Máfia e o DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora