Capítulo 11

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Já estava na hora do almoço e a minha barriga rangia mais do que um javali.

'Credo, estás mesmo com fome! Consigo ouvir o teu estômago daqui!' riu-se Vincent da minha desgraça.

Fiquei muito envergonhada e tentei parar com o ruído horrível que vinha da minha barriga, mas só estava a fazer figura de parva na frente dele.

'Sim estou...eu ainda não comi nada hoje, estou a morrer de fome.' respondi enquanto me ria levemente.

A atmosfera acalmou um pouco entre nós e já não era assim tão embaraçoso estar ao lado dele. Ainda era meio que estranho, mas eu até gostava bastante de o acompanhar.

'Então, o que foi que o Klaus te disse?' perguntou Vincent com uma expressão curiosa no rosto.

Eu suspirei de leve quando me lembrei da expressão séria e do castigo que ele me dera. Mas fora isso, até que não era assim tão mau. Estava à espera de muito pior vindo dele.

'Estivemos a falar sobre uma rapariga delinquente que vem para cá e eu tenho que ser amiga dela porque provavelmente ela não irá me matar.' expliquei enquanto me ria.

Na verdade a situação não tinha muita graça, mas ser alegre e brincar com as coisas era apenas o meu jeito de ser.

'Quê? Espera, acho que me perdi no meio disso tudo!' brincou ele também.

Ele parecia bem curioso acerca da rapariga mas, como eu não sabia muito sobre ela, não lhe pude contar muita coisa.

'Ah, e o teu castigo? Vais levar punição?' perguntou ele preocupado quando acabou de se lembrar.

'Sim, mas não é uma punição assim tão má. Apenas vou passar a ter aulas de recuperação até o prefeito Klaus dizer chega...' suspirei exausta só de pensar ma situação.

'Oh, parece um pouco complicado. Desejo-te boa sorte e não adormeças mais nas aulas!' disse ele enquanto se ia embora.

O passo dele era apressado e em poucos segundos ele já nem estava mais no corredor.

'Até logo...' murmurei para mim mesma tristemente.

Nem sabia porque estava triste, eu tinha-o conhecido hoje de manhã e agora ele tinha ido embora. E o facto de ele não me ter dito adeus magoava um pouco... Mas talvez eu apenas estivesse a exagerar, ele era um homem muito maturo e adulto, com certeza ele nunca iria se importar comigo realmente. Várias raparigas mais bonitas, adultas e inteligentes deveriam estar atrás dele, como se eu, a rapariga de dormir na aula do prefeito, fosse fazer alguma diferença.

Suspirei triste e retomei o meu passo, cabisbaixa.

A fome não tinha melhorado, pelo contrário, estava com mais fome ainda. Parecia que o meu estômago queria batalhar com a minha barriga e eu que iria ficar em desvantagem nessa luta.

Com passadas lentas fui até à cantina da escola.

'Credo Bellinha, que cara é essa?' perguntou Luca com um ar preocupado.

'Estou com...fome...' respondi completamente de rastos. Fui buscar comida e sentei-me à mesa.

'*risos* Com essa cara ainda assustas alguém. Eu faço-te companhia, pode ser?' ofereceu-se ele carinhosamente.

Eu agradeci e comecei a comer depressa. Estava com tanta fome que até o prato queria comer.

'Calma, mulher! Pareces um aspirador, estás assim com tanta fome?' perguntou ele enquanto dava umas risadas.

Rapariga DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora